Mediação médica – Crescendo e decrescendo
Versão Portuguesa: David Santiago

Mediação médica – Crescendo e decrescendo

Por Dr. Cooper, pediatra consultor aposentado, terapeuta relacional e colaborador da ASM

O rápido crescendo é o carácter essencial do conflito entre pacientes – ou, no caso de crianças e idosos, entre famílias de pacientes – e médicos e enfermeiras.

Mais frequentemente as famílias: os "pacientes" comportam-se de acordo com o seu estado, em grande parte porque estão debilitados pela doença. Crescendo é sinónimo de subida por exemplo uma escada, se você consegue subir uma escada também a consegue descer. No entanto pode não ser fácil, é aí que a mediação se torna necessária.

 A razão pela qual as disputas sobre tratamentos médicos crescem tão rapidamente é que, apesar do seu desejo em comum de ajudar o doente, as partes estão sobrecarregadas com ansiedade. Isto obviamente não precisa de explicação relativamente à pessoa doente e a sua família. Mas do lado médico, a ansiedade é deliberada e frequentemente disfarçada, mascarada, como uma útil calma profissional.

Sendo eu mesmo um médico frequentemente lisonjeado e descrito pelos colegas como calmo, posso dizer por experiência própria que exercer medicina é viver com ansiedade: ansiedade sobre o possível erro de diagnóstico, prescrição insuficiente ou excessiva, o esquecimento de algo, os pelos possíveis danos de reputação.

Há também a verdade psicológica elementar de que a ansiedade de uma pessoa (de uma mãe digamos) projecta-se nos outros (no pediatra por exemplo). Uma pessoa ansiosa sente a crítica ou uma inquirição acutilante como um ataque, e as conhecidas defesas são manifestações arrogantes de status, silêncio, ou palavras de desprezo ou vazias de significado. Estas respostas transformam a ansiedade da família do paciente em raiva, e a ascensão é imediata.

 O decrescendo do conflito ("descida"), é muito mais fácil se intervier um terceiro.

Quando um médico Júnior está envolvido num conflito, se houver alguém do lado médico que seja claramente sénior na idade e na hierarquia, como um consultor, ou uma enfermeira sénior no caso da da enfermagem, estes podem muitas vezes atuar como mediadores eficazes na disputa, transmitindo os sentimentos de cada uma das partes à outra, compreendendo os dois. A sua perspectiva imparcial remove a tensão e os degraus podem ser descidos. Mas, e se o médico “na defensiva”, ou a enfermeira ou o gestor já forem um seniores? Então, haverá uma clara necessidade de recorrer imediatamente a um mediador profissional, treinado e qualificado.


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