MentalTechs, a bola da vez?
Por: Rodrigo H. Nogueira, Leonardo A. Hipólito, Lucas S. Horugel, Malte Segemuller, Bruna T. Cabral e Rodolfo Bento Matos.
O estresse pandêmico e seus prejuízos à saúde mental das pessoas tem sido uma das grandes mazelas noticiadas no contexto da pandemia da Covid-19. Segundo dados divulgados pela organização sem fins lucrativos One Mind, empresas em todo o mundo perdem cerca de US$ 87,5 bilhões anualmente em custos diretos associados ao tratamento de doenças mentais.
De acordo com os dados da Pesquisa Ipsos, 60% dos trabalhadores no Brasil 56% no mundo sentiram-se mais ansiosos quanto à segurança no emprego e 56% e 55% vivenciaram estresse por mudanças na rotina de trabalho, respectivamente. A pesquisa estima que o custo com tratamentos para depressão e ansiedade alcance US$ 16 trilhões de 2010 a 2030 em todo o mundo.
No intuito de acolher este problema no ambiente corporativo, empresas de saúde mental, e particularmente as "MentalTechs" têm ganhado destaque, recebendo boa parte dos US$ 52,3 milhões já captados no mercado brasileiro de healthtechs em pleno início de 2021, montante correspondente a 49,3% do total investido em 2020, segundo dados do Inside Healthtech Report, do Distrito Dataminer.
Das mais de 700 startups de saúde mental que estima-se haver no Brasil, algumas delas se tornaram as mais conhecidas do setor, como Zenklub, Psicologia Viva e Vittude. A primeira delas, Zenklub, oferece uma plataforma de terapia online conectada a psicólogos e terapeutas e recentemente recebeu novo aporte de US$ 8,4 milhões. Segundo Rui Brandão, médico fundador, a empresa passou de 12 clientes corporativos para 214 entre 2016 e 2020.
O mercado corporativo parece ter acordado para os benefícios da implementação de Programas de Saúde Ocupacional, compreendendo que a sua implementação pode contribuir com o ganho de produtividade de suas equipes, reduzindo casos de estresse burnout, insônia, entre outros agravantes. De acordo com a consultoria Bloomberg, as ações do setor de Saúde valorizaram-se 10,7% em 2021 e foram as que mais cresceram no Brasil, com destaque aos planos de saúde Hapvida e NotreDame.
Para além de ser a bola da vez, os serviços de qualidade de vida e bem-estar focados em saúde mental têm tudo para crescer. Vale lembrar que cerca de 75% dos brasileiros não têm plano de saúde, embora a Saúde seja uma das suas prioridades. Por isso, as healthtechs que conseguirem rapidamente ingressar ao mundo digital experimentarão a possibilidade de crescimento acelerado mesmo no pós pandemia. O #virtualhealth está apenas começando, e nós, na TriVincit, embarcamos rumo a esta parada!