Mentoria: O Legado da Gerações para o Futuro das Empresas

Quando comecei a debater o tema da Geração Y no Brasil, não foi difícil encontrar resistência ao conceito. Afinal, caracterizar uma geração é sempre um caminho delicado, pois pode incorrer em generalizações e estereótipos que não contribuem em nada para o debate. Certamente, não foi esse o caminho proposto, e o contexto atual mostra que, apesar de algumas distorções e exageros, o debate amadureceu de forma consistente. Felizmente!

Nos últimos anos, vimos o tema GERAÇÕES ganhar importância no cenário global e, consequentemente, no cenário brasileiro. Isso demonstra que estamos experimentando um novo momento na construção dos modelos de gestão no Brasil, deixando de apenas “importar” e passando a desenvolver nossas próprias convicções diante de cenários e tendências mundiais. Em muitos casos, são os nossos modelos que estão sendo “exportados” e até servindo de referência para outros países.

O tema conseguiu priorizar a discussão sobre a importância do jovem profissional e suas expectativas no ambiente de trabalho. Conceitos como equilíbrio entre a vida pessoal e profissional adquiriram novos olhares depois dos debates sobre os comportamentos dos jovens nas empresas. Além disso, o aumento nas taxas de rotatividade das empresas pôde ser melhor compreendido, e novas soluções surgiram na administração de pessoal.

O debate sobre gerações também contribuiu para a questão do aumento na expectativa de vida das pessoas. Isso proporcionou melhor entendimento quanto aos conflitos de gerações, absolutamente inevitáveis quando se observa maior diversidade nas idades dos profissionais que precisam interagir diariamente nas empresas.

Quase intuitivamente, já se conclui que os profissionais veteranos precisam planejar uma segunda carreira, abrindo espaço para que os desafios sejam superados pelos mais jovens. Na verdade, o tema GERAÇÕES proporcionou o amadurecimento de outro tema, que é a questão da MENTORIA, cujo debate também está se ampliando no Brasil e no mundo.

Agora, imagine comigo: estamos lidando com uma geração que, pela primeira vez, não se contenta em apenas seguir o roteiro tradicional de carreira. Eles buscam propósito, equilíbrio e significado no trabalho. É um desafio que não pode ser subestimado.

Vamos ser claros: quando falamos de JOVENS, estamos falando de um grupo que está reescrevendo as regras do jogo. Eles estão forçando as empresas a reconsiderarem o que significa ser um bom empregador. E isso é algo que todos devemos levar a sério. Por quê? Porque se não fizermos isso, corremos o risco de perder os talentos mais brilhantes e inovadores para aqueles que estão dispostos a oferecer mais do que apenas um salário.

O impacto deste debate vai além das fronteiras do Brasil. Estamos vendo um movimento global onde as empresas são desafiadas a criar ambientes de trabalho que respeitem e valorizem o bem-estar dos seus funcionários. E isso não é apenas uma questão de ser "bonzinho". É uma questão de competitividade. As empresas que não se adaptarem a essa nova realidade ficarão para trás.

Então, ao refletir sobre a GERAÇÕES, devemos nos perguntar: estamos prontos para abraçar essas mudanças e aproveitar as oportunidades que elas trazem? Estamos dispostos a repensar nossos modelos de gestão e a criar ambientes onde todos, independentemente da idade, possam prosperar?

Se a resposta for sim, então estamos no caminho certo. Porque, no final das contas, o verdadeiro progresso vem de nossa capacidade de nos adaptarmos, de aprendermos com o passado e de construirmos um futuro melhor para todos.

Sidnei Oliveira