Mentorias - reflexões e aprendizados

Mentorias - reflexões e aprendizados

O que fazer quando tudo não sai como planejado?

É válido postarmos sobre nossos sucessos, prazos cumpridos, metas atingidas; porém me questiono: e quando nem tudo sai como planejado?

Neste ano de 2024, me permiti poder retribuir tudo o que aprendi, desde quando participei de um programa de mentoria pela primeira vez. Desde meados de 2020, em plena pandemia, para cá, realizei diversos cursos e pude me aperfeiçoar cada vez mais como mentora. Mas digo que o frio na barriga e a insegurança (ou a síndrome da impostora) ainda ecoam. Serei uma boa mentora? O mentee estará confortável com o match? E se eu não corresponder? 

Então, neste momento, vem o peso da responsabilidade em influenciar e conseguir extrair o melhor de alguém que te confia informações, dúvidas e angústias sobre sua carreira.

Neste ano, ampliei minha atuação como mentora voluntária e atuei em diversos segmentos:

  •  Jovens recém formados;
  •  Professores que fazem parte de um programa de formação em ensino; 
  •  Mulheres empreendedoras.

Foi realmente desafiador e enriquecedor ao mesmo tempo, pude experienciar me sentir desafiada além dos tópicos técnicos, e ao mesmo tempo empolgada com os projetos.

E quando algo não sai como previsto? 

Isso ocorre, e garanto que traz frustração. Porém, mais importante, gera reflexão sobre a incessante busca pela perfeição e também sobre imprevistos. E são diversos, listo alguns aqui: 

  • Combinados não cumpridos;
  • Sessões não realizadas ou canceladas (por mim inclusive);
  • Reuniões que não avançam.

E eu, como uma típica pessoa que vive um mundo de supply chain global na área de qualidade em uma empresa de bens de consumo, penso em análises de risco, metas e cumprimento de prazos o tempo todo. 

Confesso que não foi fácil, por exemplo, conciliar as sessões de mentoria, na parte noturna com a rotina, pois há toda uma preparação anterior às sessões, que compreendem pesquisar sobre cada um dos participantes, avaliar sobre suas áreas de atuação, bem como seus perfis e currículos; ajustá-los e a partir daí fazer perguntas provocativas sobre futuras perspectivas e a busca constante de maneiras de incentivá-los.

Voltando ao sentimento de frustração, acabei por me abrir em um grupo de mentores em um dos projetos sobre esta questão, e houve uma frase de um mentor que me fez refletir: “Beatriz, o processo precisa ser leve”. Saber que cada um tem seu tempo, suas demandas, suas vontades me fez pensar no que posso controlar, e em sempre fazer o meu melhor, me mantendo disponível para quando eles possam seguir com suas atividades. 

Voltei no tempo me recordando de mim mesma no processo em que fui mentee: sobre meus bloqueios limitantes, as angústias e as vezes em que tive dúvidas em realizar as atividades ou quando havia uma outra demanda urgente para entregar. É um processo e precisa ser respeitado.

Em tempo: aos que imaginam que me sinto cansada, estranhamente (e sem ser piegas) o sentimento ao final de cada sessão é o oposto: finalizo cada sessão sempre  reenergizada e feliz por ter plantado uma semente de desenvolvimento em cada pessoa que eu tive contato através desse processo tão poderoso que é a mentoria.

Por  fim, concluo que realmente fui eu que, com toda a certeza, aprendi muito mais que os mentees. E espero aprender ainda mais em 2025.

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