As Metodologias Ativas e o Perfil do Egresso
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As Metodologias Ativas e o Perfil do Egresso

O texto de hoje trata de um ponto nevrálgico, não em relação ao instrumento de avaliação de cursos propriamente dito, mas da real necessidade de pensarmos quem é/será esta pessoa a quem chamamos de egresso.

Quais competências, e também as habilidades, este profissional deverá apresentar em um mundo onde diploma e emprego são palavras em acelerado processo de ressignificação?

No contexto, não menos importante da avaliação de cursos, o perfil do egresso deverá ser o resultado do processo de formação. Para traçar o perfil do egresso, é preciso que se estabeleça claramente: quais os objetivos do curso, como o currículo é configurado? Como ele é estruturado? Qual o conjunto de metodologias que darão suporte ao processo?

Quais etapas precedem às outras? Este é um processo particular de cada curso ou IES. Se o curso está sendo criado, o fluxo é um, se ele está sendo revisto, outro. Não há receita, há personalização. É no que acredito.

PERFIL PROFISSIONAL DO EGRESSO     

O indicador é assim caracterizado no instrumento de avaliação de cursos: “Quando o perfil profissional expressa, de maneira suficiente/muito bem/de maneira excelente, as competências do egresso”.

A)     CARACTERIZAÇÃO E OBSERVAÇÕES DO INDICADOR

A composição do Núcleo Duro do Curso começa com a definição dos objetivos e termina com o perfil do egresso. Para sair de um e chegar ao outro, é preciso examinar se a “Estrutura Curricular”, os “Conteúdos Curriculares” e as “Metodologias”, formam um caminho pertinente para a atribuição de uma condição “suficiente”, ou seja, o mínimo para o curso ser ofertado, ou “excelente”, o cenário ideal de qualidade, garantindo a originalidade da proposta pedagógica.

B)     RELAÇÃO COM A DIMENSÃO 2

Para avaliar a Dimensão 2, há que se examinar nos indicadores da dimensão 1 se o NDE e o Colegiado de Curso atuam de forma suficiente, muito boa ou excelente, visualizando através de documentos e contato com os docentes, em diferentes reuniões, a efetividade da atuação deles. Por isso, é fundamental que o Corpo Docente seja muito bem selecionado e preparado para atuar no curso de maneira efetiva, propositora e inovadora. São os docentes que atualizarão tudo o que está no projeto e que irão mais além, sempre na busca pelo conceito 5.

C)     RELAÇÃO COM A DIMENSÃO 3

Para que as competências do egresso sejam desenvolvidas de maneira excelente, há que se ter um projeto bem estruturado (dimensão 1), um corpo docente qualificado e engajado (dimensão 2) e uma estrutura física (dimensão 3), que atenda às demandas das duas dimensões anteriores. Assim, em todos os indicadores da dimensão 3, os conceitos atribuídos serão fruto da relação de como os espaços físicos, o mobiliário e os equipamentos atenderão às demandas do Projeto Pedagógico do Curso. Sem infraestrutura física, não há como desenvolver as competências do egresso, entendendo competência como capacidade maior para apresentar soluções dentro de um contexto novo e adverso.

O uso de metodologias ativas que possibilitem a otimização e qualificação dos recursos físicos da IES para o Curso é um fator otimizador do uso dos ambientes em uma visão sistêmica e integrada. 

Em quais espaços uma proposta que tenha, por exemplo, a necessidade de atividades “mãos na massa” se desenvolverão? Elas serão acompanhadas por preceptores ou farão parte de projetos a serem desenvolvidos a partir de problemáticas distintas?

Como serão equipados e distribuídos os espaços de criação, com ou sem recursos de tecnologia?

Como serão desenvolvidas as atividades de extensão e de pesquisa ligadas a processos de inovação em determinada área profissional?

São questões a serem respondidas pela equipe e facilmente identificáveis pela comissão de especialistas do MEC.

D)    RELAÇÃO COM OS REQUISITOS LEGAIS

A Dimensão 1 demanda que o avaliador, para atribuir conceitos e redigir a justificativa deles, tenha como base algumas legislações como: a) diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação; b) catálogo nacional dos cursos superiores de tecnologia; c) diretrizes nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino da história e da cultura afro-brasileira, africana e indígena; d) diretrizes nacionais para a educação em direitos humanos; e) proteção dos direitos da pessoa com espectro autista, principalmente.

Como o perfil do egresso prevê e garante que os estudantes tenham tido acesso e tenham efetivamente tido as garantias das condições e o real conhecimento de como estas questões impactarão sua atuação profissional?

Esta análise tem como base p PPC e os documentos apresentados pela IES, mas é na análise sistêmica e global do conjunto de indicadores no Núcleo Duro que a avaliação será realmente efetivada.

E)     RELAÇÃO COM O GLOSSÁRIO

A análise da Dimensão 1 demanda do avaliador constante consulta ao Glossário e demanda que os profissionais que atuam na gestão acadêmica (diretores, coordenadores, NDE, CPA etc) saibam o significado de cada termo, pois é neles que se fundamentaram as análises.

No indicador Perfil Profissional do Egresso, as noções de Acessibilidade Atitudinal, Acessibilidade Pedagógica, Flexibilidade (que não consta do Glossário), Estrutura Curricular etc, são fundamentais para a atribuição de conceitos.

Estas e outras discussões são temas constantes da @redeinnovares, uma proposta de trabalho colaborativo, capitaneadas por mim e pela Profa. Dra. Denise da Vinha Ricieri. Estamos em Joinville/SC, estamos em Fortaleza/CE, estamos on line. Sejam bem-vindos à discussão!


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