Meu desejo para todas as mulheres em 2025

Meu desejo para todas as mulheres em 2025

Turbulento. Se eu tivesse que escolher uma palavra para definir 2024, seria essa. E, pelo que tenho conversado com as pessoas ao meu redor, não fui a única a sentir que este ano foi especialmente caótico.

Foi um ano que me virou de cabeça para baixo e me fez repensar todos os aspectos da minha vida: meu trabalho, minhas amizades, meu relacionamento, minha família e, principalmente, o tempo que reservo para mim mesma. Agora, no final de tudo, carrego a sensação de cansaço — como quem foi pega por uma sequência de ondas no mar, perdendo a noção de tempo e espaço, até ser lançada de volta à areia. É ali, naquela pausa para respirar e se recompor, que me encontro enquanto escrevo este texto. Não para desabafar, mas para refletir e organizar os aprendizados antes de me levantar e seguir em frente.

Neste texto quero compartilhar alguns dos meus aprendizados e desejos para 2025, que tenho certeza irão ressoar no coração de muitas mulheres (e, quem sabe, também de alguns homens).

Esqueça a ideia de equilibrar todos os pratinhos

A entrada das mulheres no mercado de trabalho trouxe, para minha geração de millennials, uma enorme pressão: precisamos ser bem-sucedidas, independentes e mudar o mundo. Crescemos com essa narrativa.

Outro dia, ouvi um podcast em que uma influenciadora dizia que, para ela, nenhuma outra relação ou objetivo deveria vir antes da carreira e de atingir suas metas profissionais. Honestamente, até este ano, eu também acreditava nisso. Mas 2024 me mostrou que esse caminho não sustenta uma vida plena. Não dá para ser verdadeiramente feliz sem abrir espaço para viver outras coisas.

O trabalho, por si só, não sustenta uma existência. Viver para trabalhar é, na verdade, uma forma de anestesia. Você se perde de quem realmente é, preenchendo o vazio com prazos, entregas e resultados.

Essa pressão para "equilibrar tudo" é ainda mais cruel quando a maternidade entra em jogo. Esse é o divisor de águas para muitas mulheres. O mercado de trabalho já não é ideal para nós, mas quando nos tornamos mães, as expectativas se multiplicam. Esperam que sejamos incansáveis: a mãe perfeita, a profissional imbatível, a parceira ideal. O resultado? Uma constante sensação de fracasso.

Se o ano foi incrível profissionalmente, a mulher sente que falhou por ainda não ter formado uma família ou por não ter "tempo suficiente" para um relacionamento. Por outro lado, quem tem uma família estruturada muitas vezes sente que está ficando para trás no trabalho. Sempre parece que estamos devendo algo. Sempre há um pilar da nossa vida que parece "quebrado".

Tenho amigas que alcançaram o auge profissional, mas que sentem um vazio em suas vidas pessoais, como se o brilho de suas conquistas fosse ofuscado. Outras, que construíram famílias lindas, se sentem fracassando na carreira. Isso me fez perceber algo essencial: o cenário perfeito em que todos os pilares da nossa vida funcionam em plena harmonia não existe.

A vida é feita de escolhas e ciclos

Talvez seja hora de abandonar a ideia de que precisamos atingir o equilíbrio perfeito. A vida não é sobre manter todos os pratos girando ao mesmo tempo. É sobre escolher em quais queremos focar em cada momento.

Existem fases. Momentos em que nos dedicamos mais ao trabalho, outros à família, outros a nós mesmas. A vida não exige que sejamos uma coisa só ou que tenhamos todas as respostas. Podemos nos permitir experimentar, testar diferentes versões de nós mesmas e mudar o foco quando necessário.

Eu sinto que, neste ano, me permiti tirar a armadura – aquela autoimagem idealizada de quem eu achava que deveria ser. Foi como olhar para o espelho pela primeira vez sem filtros, sem máscaras. E, nesse reflexo mais honesto, consegui me enxergar de forma muito mais real e profunda. Descobri que, por trás da armadura, existiam feridas antigas, cicatrizes de outros tempos que eu nem percebia carregar. Também vi de frente o vazio que, por tanto tempo, tentei preencher em vão com coisas, conquistas e até mesmo com expectativas irreais.

Essa experiência de me ver de verdade foi transformadora. Pela primeira vez, eu me libertei. Tornei-me humana para mim mesma. Consegui me acolher, me compreender, me cuidar e, acima de tudo, me ouvir – não a voz das narrativas cruéis e repetitivas que o mundo amplifica em alto-falantes para nos distrair da nossa essência, mas aquela voz interna, autêntica, que sempre esteve ali, esperando que eu desse atenção.

Nesse processo, descobri o que é realmente me amar. Não um amor performático, moldado pelo empoderamento superficial que projeta ao mundo uma imagem de força idealizada. Não uma tentativa de fingir ou de me encaixar no que esperam de mim. Mas um amor verdadeiro, que acolhe os conflitos, reconhece as falhas e, mesmo assim, permanece. Um amor que aceita a imperfeição como parte do que sou – e ainda assim me escolhe.

Esse tipo de amor, acredito, é o que todos nós merecemos. Mas nem todos têm a oportunidade de vivê-lo ou de aprendê-lo. Por isso, o que desejo para todas as mulheres que me leem aqui hoje é que se permitam encontrar esse amor.

Que 2025 traga essa revolução silenciosa e poderosa: a das mulheres que conseguem se amar de maneira real. Um amor que não se inspira nas heroínas dos filmes ou nas idealizações do mundo, mas no fruto da vida vivida e da maturidade conquistada.

Porque, mesmo que esse amor não seja perfeito ou tão brilhante quanto gostaríamos, ele é libertador. Ele nos desamarra de expectativas sufocantes e nos permite finalmente aproveitar a verdade de quem somos. E, para mim, isso já é a maior revolução que podemos viver.

Prontas para 2025? Me conta aqui seus aprendizados esse ano.

Nossa, achei que tivesse sido a única a vivenciar um 2024 tão turbulento. Admito que houve momentos tão difíceis que cheguei a pensar em jogar a toalha. Mas cá estamos. Que 2025 seja generoso e suave com todas nós.

Fabiana Pedroso

Analista de Logística | Transporte | Expedição | Comercial | Compras | Dados

2 d

Turbulento descreve muito bem meu 2024 Jéssica Paraguassu - busca de recolocação de Janeiro a Dezembro (e nos 45 do segundo tempo a boa notícia veio) - ano de busca por emprego, reprovação do visto americano, muitos cursos, lives e estudo. Com tudo isso saio mais forte para encarar 2025 com vontade, coragem e perspectiva de um ano melhor.

Elena Martinis

Diretora Executiva Incubadora de Negócios Inovadores & Impacto Socioambiental. Mentora Startups e Economia Criativa. Mentora Certificado Internacional. Curadora em Certificação de Mentores. Palestrante. Investidora Anjo.

2 d

Obrigada pelo texto, está me proporcionando excelentes reflexões.

Patrícia Hörmann

CEO na Alma Sagrada Presentes | Especialista em Marketing e Branding | Growth Marketing | Inbound Marketing | Data-Driven | Inovação, Liderança e Gestão

2 d

Você descreveu meu 2024! Muito bom

Celina da Costa Silva

Superintendente de Controladoria e Atuaria na Brasilprev, Conselheira Fiscal, Presidente da Comissão Atuarial da FENAPREVI, Membro WCD, Coautora dos Livros Mulheres nas Finanças

2 d

Para mim foi mais um ano de muito aprendizado, também exercitei muita a paciência e resiliência 🙏🏻 Desejo que vc tenha muita saúde, paz e sucesso em 2025🌟

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