Minha Cadeia Produtiva faz a diferença no mercado?
Continuando a avaliar se vale a pena investir num pensar estratégico que envolva boa parte dos agentes da Cadeia Produtiva ou se é melhor continuar focando só a Organização, trago para vocês o que ocorreu a partir de 1987, quando surgiu a Norma ISO 9001.
Em 1990 assumiu a presidência do Brasil o Sr. Fernando Collor e uma de suas medidas foi liberar a importação de automóveis, pois, segundo ele, os fabricados aqui eram comparados a “carroças”! Certo ou errado, esta decisão provocou uma grande mudança no setor automotivo. As montadoras começaram a trabalhar intensamente para que os carros nacionais tivessem a mesma qualidade que os importados, e adotaram como modelo de gestão da qualidade as Normas ISO 9001. Neste processo perceberam que não bastava elas estarem certificadas, era preciso que toda a cadeia produtiva adotasse as mesmas práticas. Lembro bem quando acompanhei o caso de um pequeno fabricante de embalagem para acondicionar um lubrificante especial que precisou se certificar para poder continuar fornecendo. A pergunta que escutava era “por que preciso disto?”. E, devido à liderança das montadoras, ocorreu toda uma transformação na cadeia produtiva metal mecânica.
Vejamos agora, por exemplo, o caso da cadeia coureiro calçadista. De que adianta a fábrica de calçados contar cos os melhores métodos, profissionais e equipamentos, se o couro não chegar com a qualidade adequada, se ele vier com falhas e defeitos de espessura e acabamento? De que adianta o curtume comprar o couro bem curtido e fazer um acabamento de primeira qualidade se a fábrica de calçados não tiver fornecedores de acessórios e aviamentos de qualidade ou um designer competente?
Será que não vale a pena as lideranças de cadeias produtivas tomarem a iniciativa e ousarem pensar estrategicamente, em conjunto, visando conquistarem maior competitividade?
Abraços
Projetos Industriais
4 aEsta provocação que fazes relativa aos potenciais ganhos e benefícios aos integrantes de determinada Supply Chain não é teoria ou hipótese. Já é realidade, embora difícil de ser realizada. Basta examinar as operações do complexo automotivo aqui no RS - sistemistas integrados à montadora, com requisitos de qualidade e demanda compartilhados entre si. Operação tipo ganha-ganha! Parabéns pelo insight.