Miopia nas ações de Gestão de Pessoas
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Resiliência, alta performance, produtividade, foco em resultados, inovação, excelência no atendimento ao cliente, superação de metas, criatividade e muitos outros ingredientes são requeridos para que as organizações sobrevivam e se perpetuem. Estes são os grandes desafios mundiais das empresas no momento atual. E para obter-se estes resultados entra em cena a peça-chave deste cenário - o ser humano.
Mesmo diante dessa realidade, nos deparamos frequentemente com afirmações de que as empresas não estão investindo como deveriam no desenvolvimento das pessoas que integram o ambiente produtivo.
Muitos alegam que os investimentos têm sido priorizados para aquisições de acervos tecnológicos, treinamentos normativos ou para outras alocações voltadas aos "negócios da empresa". E desta forma, assistimos mais e mais processos técnicos, tecnológicos e normativos se instalando e sendo o centro das atenções nos ambientes organizacionais.
Tudo isso requer mudanças profundas e urgentes nas formas de ver "o negócio da empresa". Onde está o ser humano neste processo?
No contexto atual, estamos cada vez mais alicerçados pelos avançados processos tecnológicos, compostos por equipamentos de ultima geração, matéria-prima de alta qualidade, normatização de procedimentos administrativos, operacionais e ambientais, etc. Só que o fator humano é mais decisivo na medida em que todos esses componentes dependem da ação humana.
Vemos ainda, a atitude de muitos profissionais, principalmente, na área de Recursos Humanos, investindo pessoalmente no autodesenvolvimento, financiando seus próprios programas de aperfeiçoamento, uma vez que a empresa está alheia a esta necessidade.
Esta prática não deixa de ser válida, considerando-se a necessidade de desenvolvimento da empregabilidade do profissional. Mas, o que observamos, é que os planos de desenvolvimento deixados sob a responsabilidade do próprio profissional, na maioria das vezes, tendem a inclinar-se para objetivos que nem sempre estão alinhados às perspectivas da empresa. Quando coincidem com os propósitos organizacionais, é algo salutar, caso contrário, empregado e empresa seguirão em caminhos opostos.
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Devemos nos lembrar que passamos por uma grande revolução industrial há décadas, onde o homem era parte integrante do processo mecanicista. Precisamos ter plena consciência de que é necessária a integração do homem em todo e qualquer processo de aprendizagem, não somente àquele voltado a aspectos tecnológicos, normativos e operacionais.
As organizações precisam ser o agente de desenvolvimento e integridade dos seus empregados através do empenho e assertividade na geração de políticas de treinamento, desenvolvimento e educação corporativa mais amplas, de forma a proporcionar um alinhamento de propósitos, tornando saudável a ambiência de trabalho.
É necessário instituir na organização programas que desenvolvam as pessoas em sua plenitude, orientando-as e educando-as, visando o estímulo e o desenvolvimento de suas habilidades e competências. Para isso, é necessária a sistematização e equalização dos processos de desenvolvimento de pessoas na organização, onde o foco principal seja a abrangência de temas e temáticas e o devido acompanhamento sobre os resultados gerados.
A realização de programas de capacitação de forma segmentada, reducionista e esporádica não conduz e não condiz com os resultados almejados para o negócio da empresa e para o alcance de resultados estratégicos, constatando-se uma miopia administrativa nas ações de Gestão de Pessoas.
Jacqueline Cerqueira
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