Mundo perfeito: exclui ou inclui?
Em nome de ideias e crenças, o mundo vive tantas guerras, tudo se justifica, inclusive as injustiças. O fanatismo corrói a capacidade das pessoas pensarem, deturpa os valores e elas apenas agem infladas de emoção. No auge da emoção, ela cega e acaba com a razão. Mortes no trânsito por temas banais, assassinatos por ciúmes, atentados terroristas, brigas e mortes por futebol.
Infelizmente mesmo quando as pessoas têm condições para pensar, parece que se esqueceram como usar a parte do cérebro que é feita para isso. Mentiras, palavras distorcidas, agressões e violações aos direitos das pessoas em geral. Racismo, homofobia e tantas outras coisas que me fazem perguntar: onde estamos indo?
A Bela e a Fera é o filme do momento que, por causa de um personagem que quase passa despercebido, foi proibido em alguns países. E aqui no Brasil, muitos decidiram boicotar o mesmo, sem nem sequer terem visto. Assistir ou não um filme deveria ser uma decisão pessoal e de gosto, mas tornou-se uma sutil, ou nem tanto, manifestação de homofobia. Existe diferença (e respeito) entre preferência e preconceito, mas muitos pais decidiram que seus filhos não podem ver o filme em função de aparecer um personagem gay em um filme "infantil". Pergunto-lhes: que mensagem estão passando a esses filhos? E aos parentes e amigos gays com os quais convivem? É uma questão de preferência ou preconceito?
Não quero aqui abrir uma discussão sobre preconceito. Apenas reflito sobre o quanto usamos palavras bonitas e discursos elaborados, mas na prática nem sempre somos assim... Enquanto para uns o mundo perfeito do faz de conta deve excluir o "que não é normal", para outros sua perfeição deve estar na diversidade, porque é assim a normalidade. Enfim... mistérios do ser humano.