Mitos sobre Doença Mental no Trabalho (parte 2)

Mitos sobre Doença Mental no Trabalho (parte 2)

A doença mental é um assunto recheado de mitos, preconceitos, crenças, estigmas e ideias errôneas, infelizmente comportamentos hoje tão presentes em nossos espaços de convivência (empresa, escola, família, amigos...).

É inegável que muito se evoluiu em relação ao esclarecimento dessas doenças, mas ainda há muito a fazer para que as pessoas que sofrem de qualquer problema de saúde mental tenham os cuidados adequados, para que não tenham receio de pedir ajuda e para que não se sintam (ou sejam) isoladas e discriminadas.

A ignorância em torno das doenças mentais torna a percepção e a possibilidade de tratamento ainda mais remota e difícil.

O esclarecimento sobre o que é mito e o que é verdade ajuda a reduzir os mal-entendidos sobre os transtornos mentais,

Logo abaixo os últimos 8 dos 15 principais mitos (e/ou ideias erradas)) relacionados com a doença mental (principalmente nos casos de depressão, ansiedade, burnout, stress e síndrome do pânico):

Mito nº 8: NÃO TEM CURA 

Psicoterapia, medicação e grupos de apoio são ferramentas usadas no tratamento e ajudam as pessoas a retomarem uma vida mais saudável. A depressão, por exemplo, é uma doença curável. Assim como qualquer doença séria é preciso disciplina no acompanhamento psicoterapêutico e no tratamento médico, e suporte das pessoas próximas.

Mito nº 9: DOENÇAS MENTAIS SÃO CULPA DE UMA “INFÂNCIA RUIM”

Sabe-se que alguns acontecimentos da vida podem contribuir para a evolução de uma doença mental. Mas, é muito importante ressaltar que os transtornos mentais podem ter algumas origens, de ordem psíquica e/ou física e/ou social, e não necessariamente em uma “infância ruim”.

Mito nº 10: VOCÊ NÃO PODE AJUDAR ALGUÉM QUE SOFRE COM ALGUMA DOENÇA MENTAL 

Amigos e familiares são essenciais durante o tratamento. Pode ser apenas ficando junto, sem julgamentos, ajudando a marcar e ir a uma consulta, no controle da medicação ou durante atividades diárias. A presença de alguém querido, com compreensão e afeto, é um fator comprovado de recuperação da doença. 

Mito nº 11: SE É PRECISO IR AO PSIQUIATRA O CASO DEVE SER GRAVE 

Esta é uma crença frequente e que afasta muitas pessoas do tratamento que precisam. A psiquiatria é a especialidade médica (como tantas outras que todos visitam em casos de doenças físicas) que diagnostica e trata casos de alteração comportamental e sofrimento emocional intenso. O caso não precisa ser grave para se procurar um profissional. Deve-se inclusive procurar um profissional o quanto antes para que o caso não se agrave. Deve--se realizar o tratamento medicamentoso junto com o tratamento psicoterapêutico.

Mito nº 12: TRISTEZA E DEPRESSÃO SÃO A MESMA COISA 

Não são a mesma coisa!!! Tristeza é uma emoção que todos sentimos em situações difíceis da vida. Já a depressão é um conjunto de sintomas que, além da tristeza, engloba sintomas cognitivos (alterações de memória e concentração), alterações de funções vitais (como sono e apetite), diminuição da capacidade de sentir prazer e da motivação para se envolver em diversas atividades. Uma tristeza com mais de duas semanas de duração pode ser um sinal de uma depressão se instalando.

Mito nº 13: OS MEDICAMENTOS PARA TRATAMENTO DA SAÚDE MENTAL VICIAM 

Os medicamentos psiquiátricos evoluíram muito ao longo dos anos. Atualmente, os medicamentos existentes são muito eficientes, não viciam e não deixam as pessoas “dopadas”. Causam poucos efeitos colaterais. O mais importante é que fazem uma grande diferença na qualidade de vida de quem está em tratamento.

Mito nº 14: QUEM MUDA DE HUMOR COM FREQUENCIA É BIPOLAR 

Todos nós já ouvimos falar que alguém é bipolar depois de mudar de humor ou de opinião em um curto espaço de tempo. Porém, é muito importante evitar esse tipo de associação preconceituosa. O transtorno de humor bipolar é um quadro patológico. Neste caso, é importante que exista um tratamento contínuo, que permita a estabilização do humor. Da pessoa. Em caso de não tratamento, a bipolaridade pode oferecer grave prejuízo à rotina social e profissional da pessoa.

Mito nº 15: QUEM FALA EM SUICÍDIO NÃO SE MATA 

Um dos maiores enganos quando o assunto é suicídio, é achar que alguém que diz que vai se matar só quer chamar a atenção e jamais colocaria essa ideia em prática. A realidade é bem diferente e a verbalização de pensamentos suicidas não deve ser ignorada. Também não é correto dizer que quem sobrevive a uma primeira tentativa não tenta novamente. O cuidado aqui deve ser redobrado e a ajuda especializada é fundamental. Ouvir e permitir que a pessoa fale sobre o assunto aumenta a chance de diminuir o sofrimento e de poder ajudá-la a buscar tratamento efetivo.


Mind Share Partners

LCZ Desenvolvimento de Pessoas e Organizações

Rita Pimenta de Devotto

Professor at FACAMP - Faculdades de Campinas and PUC CAMPINAS

5 a

Texto didático, informativo e útil para lutar contra o preconceito. Muito obrigada!

João Marcos Colussi

Socio / Partner no Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados

5 a

Precisa e necessária abordagem! Abraços Cortoni!

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