Mobile Payment no Brasil: este é o ano?
Em me lembro quando fui ao saudoso evento Brasil Cards em 1996 (vinte anos atrás), no Hilton Hotel, no centro de São Paulo e todos os presentes afirmavam com convicção: “Este é o ano do smart card no Brasil, principalmente no segmento bancário”. Mas, somente depois de dez anos (talvez um pouco mais ou um pouco menos, dependendo da ótica em que se analisa os fatos) isto virou realidade devido a uma série de fatores: o padrão EMV ainda não estava consolidado, alto custo dos smart cards, redes adquirentes não preparadas, necessidade de atualização em campo dos POSs/PDVs/Pin Pads, aspectos de segurança, dentro outros. Mas com a evolução da fraude principalmente por causa da falta de segurança dos cartões magnéticos, os grandes emissores (bancos) e as bandeiras entenderam que a migração para os smart cards no Brasil havia se tornado mandatório e não mais uma ferramenta de marketing ou “nice to have”. E passados estes anos todos, podemos nos orgulhar, pois nossas empresas e nossos profissionais e nosso mercado consumidor local é um dos mais desenvolvidos no mundo esta área.
Nos últimos anos, falou-se muito em novas migrações: para os smart cards bancários contactless, celulares NFC substituindo cartões, cartões magnéticos com várias aplicações gravadas nas suas trilhas, etc. mas nenhuma destas novas opções foram adotadas maciçamente (pelo menos até agora).
Mas diferente de tudo, atualmente estamos vivendo uma nova e rápida fase de amadurecimento dos meios de pagamento via celular que denomino "X" Pay (Apple, Samsung, Android, etc.). Será que 2016 será o ano do Mobile Payment no Brasil? Será que as dificuldades enfrentadas no início da adoção do smart card no Brasil não serão tão impeditivas para este novo meio? Qual será a participação das operadoras de celulares neste novo contexto? Quais serão os principais fatores que alavancarão o Mobile Payment no Brasil? Quem serão os novos players? Qual impacto no segmento de smart cards? Como será a penetração de mercado no Brasil onde grande parte da população ainda é desbancarizada?
Isto tudo vamos saber com certeza ao longo dos próximos anos. O fato é que vivenciando mudanças de tecnologia são muito mais rápidas e com certeza o Mobile Payment vai se consolidar em massa como nova forma de pagamento eletrônico. A única incerteza é quando. Este ano? Ano que vem? Etc...
Senior Manager na Visa
8 aParticularmente, não acredito... Desde 2007, fala-se do NFC... quando TSM e Elemento Seguro ainda eram "chave" para este modelo... Tempo passou, tecnologia evoluiu o tal ANO nunca veio. A verdade é que, o grande problema do modelo mobile está exatamente em mensurar ganhos. A migração para chip não ocorreu pq era moderno, inovador e blablabla... Ele caiu no gosto porque, para os bancos, era um mal (no sentido de custo maior) necessário... Era para resolver um problema real e imediato! E um problema que sugava milhões de reais. Além disso era algo regulamentado pelas bandeiras... Mas e o Mobile? Ok. Finalmente temos pesos-pesados que criaram (com suporte das bandeiras) grandes plataformas (Apple e Samsung) e as adquirentes finalmente, não por escolha, colocaram POS avançados e SW capaz de transacionar... Mas isso não mudar a primeira pergunta: Porque colocar? A criação de um novo canal de pagamento é positiva mas seus ganhos não são mensuráveis como o cartão com chip x trilha magnética... Onde o banco ganha com isso? Leia-se GANHO financeiro? A indústria, as área de inovação, as bandeiras precisam trabalhar neste sentido - ROI, Ganhos, Mercado... Não basta resolver um problema tecnológico ou logístico... É preciso demonstrar de maneira clara, como Mobile Payment fará "dinheiro" para aquele emissor XYZ... Pq o discurso de inovação, comodidade e tecnologia é lindo nas apresentações do powerpoint...