Modelos de Negócios - E-commerce

Modelos de Negócios - E-commerce

O assunto de hoje é o famoso comércio eletrônico. Vamos falar de alguns modelos de negócios existentes nessas próximas semanas, e o e-commerce foi o escolhido para começarmos.

O surgimento do e-commerce

O e-commerce é um tipo de comércio realizado por meio de dispositivos, plataformas e outras ferramentas eletrônicas, como computadores, tablets e smartphones. Mas o comércio eletrônico da forma que conhecemos hoje começou de maneira bem diferente. Em 1979, Michael Aldrich inventou o e-commerce conectando uma televisão a um computador e a um telefone. A primeira transação utilizando o sistema de Aldrich aconteceu em 1984 - uma compra na Tesco realizada por Jane Snowball, uma inglesa de 72 anos. Mas foi após a criação do World Wide Web em 1990 que o e-commerce começou a ter características semelhantes ao que utilizamos atualmente. Em 1992 foi criado o primeiro website comercial, que vendia livros online.

É importante ressaltar que e-commerce e loja virtual não são a mesma coisa. O e-commerce é uma estratégia de vendas dos canais digitais, e dentro dessa estratégia tem a loja virtual, o marketplace, e-mail marketing, redes sociais, aplicativos, e muitos outros.

Algumas Estatísticas Relevantes

O sucesso do e-commerce pelo mundo todo é comprovado pelos índices de crescimento das vendas a cada ano, desde o seu surgimento. Em um relatório publicado pela Statista em 2019 é possível identificar que até 2016 já havia 1,66 bilhões de consumidores digitais no mundo todo. A previsão até 2021 é de 2,14 bilhões. Outro relatório indicou que em 2019 as vendas no varejo eletrônico corresponderam a 14,1% da venda total do varejo no mundo todo. No Brasil não é diferente. Os dados do estudo Webshoppers, realizado pela Ebit | Nielsen mostram a comparação dos números de 2019 com os de 2010, e vemos que o faturamento foi 4x maior. O ano de 2019 contou com 10,7 milhões de novos consumidores, um crescimento de 9% em relação ao ano anterior. 

Um marco importante para as vendas online no Brasil ocorreu em novembro de 2019, quando as vendas mobiles (M-commerce) ultrapassaram as vendas via desktop. Cada vez mais vemos o celular ganhando força nas vendas - as pessoas passam o dia inteiro conectadas, resolvem suas principais atividades pelo celular e agora também realizam compras.

Contexto de pandemia

O mundo passa por um momento de grande mudança, readaptação, reinvenção. A presença do coronavírus desde o final de 2019 vem alterando os cenários de cada país, fazendo com que consumidores e empresas busquem formas de continuar a vida com menos impactos e riscos. Diante disso, o comércio eletrônico ganha ainda mais força. Em um estudo do final de julho/2020 feito pela MindMiners, 62% dos respondentes informaram que sua principal motivação para realizar compras online é para evitar sair de casa. Além disso, 28% dos consumidores informou que aumentou seu consumo online nesse período, e 50% manteve. Considerando o cenário após a pandemia, 55% dos respondentes tem a intenção de continuar comprando online. Todos esses números indicam algumas mudanças de comportamento do consumidor, que agora conhece formas diferentes de consumo online. Para as empresas que ainda não tinham qualquer atuação online, esse momento foi fundamental para mudar essa realidade - com o celular na mão e horas diante de uma tela de computador, o consumidor é fortemente bombardeado de informações que despertam seu interesse de compra. E cada empresa deve estudar sua possibilidade de atuação nos meios digitais, compreendendo seu negócio e cliente para aproveitar o momento de mudança, mas sem perder a essência do negócio.

Tipos de e-commerce

Após a compreensão do que é o comércio eletrônico, seu crescimento e seu cenário diante da pandemia do coronavírus, vamos falar um pouco dos modelos de negócios que existem para o e-commerce.

a. Business to Consumer (B2C) - modelo no qual a empresa vende diretamente para o consumidor final. Podem ser comercializados produtos ou serviços no modelo B2C. Para as lojas que desejam expandir seu alcance, o B2C pode ser um excelente caminho, pois tem a possibilidade de menores custos.

b. Business to Business (B2B) - é o modelo onde empresas vendem para outras empresas. É muito comum encontrar no B2B os atacadistas, o setor industrial, as revendas, e muitos outros. Como a negociação ocorre de uma empresa para outra, normalmente o processo é um pouco mais complexo, incluindo variáveis que normalmente não são consideradas no B2C.

c. Consumer to Consumer (C2C) - neste modelo os consumidores vendem produtos ou serviços para outros consumidores. Normalmente as ofertas são mais acessíveis, podendo encontrar itens usados ou novos. Sites como o Mercado Livre e OLX se destacam neste modelo.

d. Marketplace - este é o modelo que engloba vários fornecedores dentro do mesmo centro de compra. A Amazon, por exemplo, é um e-commerce que atua com marketplace. Dentro do marketplace é possível encontrar modelos B2B e B2C, dependendo da proposta da empresa. Duas principais vantagens deste modelo são o custo mais baixo - isso porque a estrutura já está montada -, e a visibilidade da empresa aumenta por estar alocada dentro de uma marca mais forte e conhecida.

Vantagens do e-commerce:

A estrutura do comércio eletrônico traz muitas vantagens ao empreendedor, e vou listar algumas abaixo:

  1. Agilidade e Praticidade: A internet facilitou muito a aquisição de produtos e serviços. Não é necessário que o consumidor saia de sua casa em busca de algo que deseja, e também não é necessário que ele espere um estabelecimento abrir caso precise de algo fora do horário comercial. O e-commerce funciona 24h por dia, em todos os dias da semana. Além dessa facilidade para o consumidor, a agilidade é válida também para o empreendedor que deseja iniciar o comércio eletrônico. Hoje há uma possibilidade grandiosa de estruturas que permitem a rápida construção de um comércio eletrônico, deixando seus produtos e serviços disponíveis para o comércio em poucos minutos ou horas.
  2. Custo operacional mais baixo: O segundo ponto aqui é sobre o custo para se manter um e-commerce. Além de contar com um investimento mais baixo do que em lojas físicas, o custo para manter o comércio eletrônico também é menor. Isso de dá pela possibilidade de controlar o e-commerce de sua própria casa, com uma equipe mais reduzida, sem custos com reformas e manutenção de uma loja, dentre outros fatores.
  3. Maior alcance de público: O fato de poder ser acessado pelo mundo todo também permite um maior alcance de clientes que, no caso de uma loja física, talvez nunca comprariam com você pela distância. 
  4. Maior controle de dados: Uma das principais vantagens de se trabalhar no meio eletrônico está no acesso aos dados que os consumidores fornecem ao site. Por meio deles é possível entregar um atendimento mais personalizado aos clientes, direcionar de forma mais inteligente as ações de marketing e ter resultados muito melhores nas vendas. Além disso, o comércio virtual também possibilita o monitoramento de acessos ao site, dados de navegação e outros itens que permitem uma análise da usabilidade.
  5. Integração com outros canais: O e-commerce possibilita que o consumidor visite uma página de conteúdos ou as redes sociais da empresa, por exemplo, gerando mais engajamento com a marca. Essa é uma grande vantagem quando se compara ao comércio físico, pois o link com esses outros canais é mais difícil de ocorrer.
  6. Controle de estoque: Se o empreendedor optar por vender sob demanda, é possível que ele tenha maior variedade de produtos para ofertar, o que é um outro grande diferencial quando comparado às lojas físicas. Além disso, é possível criar no cliente um senso de urgência, indicando quantos produtos disponíveis em estoque aquele empreendedor tem, levando o consumidor a tomar uma decisão mais rápida.

Desvantagens do e-commerce:

Falamos de algumas dentre as muitas vantagens do comércio eletrônico, mas com certeza existem também alguns pontos negativos:

  1. Concorrência: Quando se está no meio online, a concorrência é muito alta. Assim como o seu novo empreendimento, possivelmente muitos outros estão iniciando e querem garantir seu lugar na preferência dos consumidores. Para obter destaque, é necessária uma boa gestão de marketing, estoque, logística e outros fatores. Ser esquecido dentro do meio virtual pode ser muito fácil.
  2. Dificuldade de teste/avaliação: Muitas pessoas possuem a necessidade de analisar o produto de forma física - isso para verificar o material, as funcionalidades, tamanho, etc. Para muitos consumidores, o consumo em comércio eletrônico acaba não sendo uma possibilidade. Essa dificuldade pode ser reduzida com a quantidade de informações fornecidas pela empresa ao consumidor - fotos, vídeos, demonstrações de uso, especificações técnicas e avaliações de outros clientes. Caberá a cada um decidir se essas informações são suficientes para que desista da compra física. 
  3. Medo de fornecer dados: Outro fator que pode causar um certo receio no consumidor é o fornecimento de seus dados pessoais e bancários. Apesar de muitas empresas investirem seriamente na segurança dos dados dos consumidores, ainda há resistência por parte de alguns, que preferem não arriscar e optam pelas lojas físicas.

O intuito deste artigo foi mostrar de forma geral o funcionamento do e-commerce, suas grandes possibilidades de crescimento e também suas vantagens e desvantagens. Cada empreendedor sabe qual modelo de negócio se enquadra mais ao seu perfil e ao perfil dos clientes com os quais ele deseja trabalhar. Todavia, é sempre válido analisar as diferentes oportunidades existentes no mercado e, quem sabe, descobrir novas opções para inovar.

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