MODERNIDADE LÍQUIDA
Modernidade Liquida
(Zygmunt Bauman – 1925 – Sociólogo polonês)
O mundo do agora não é idêntico ao mundo que existiu há 50 anos.
O mundo é liquido, incapaz de reter sua forma por muito tempo e propenso a mudar constantemente, submetido pela influência de mínimas, fracas e ligeiras pressões.
Isso caracteriza a nossa atual condição sociocultural.
Cresce a incerteza quanto aos resultados das ações, diante de um infinito número de caminhos e propostas. Nasce a angustia, fruto das possibilidades, das escolhas e da falta de modelos. Surge então a tendência das pessoas se orientarem por aquilo que os outros, ao seu redor, fazem.
Alterou-se significativamente o relacionamento: “Eu e o Outro”. As redes sociais tendem a achatar e a banalizar as interações humanas. Os contatos ficam superficiais, rotineiros, obrigatórios. Encontros humanos são substituídos por “quadros de apresentação” – exibidos publicamente. Os aspectos do “eu”, antes tratados de forma intima e sigilosa, agora estão expostos. Cria-se uma falsa e enganosa impressão de profundidade da relação.
A perspectiva multiculturalista (étnica, religiosa, de modo de vida), da era moderna, evolui para a prática multicomunitária: viver “ao lado de”, mas não “com”. Os contatos passam a ser funcionais e utilitários. Reduz-se o interesse e a curiosidade em relação ao outro, ao diferente. Estranhos não são bem-vindos. Em longo prazo, isso leva à erosão das habilidades sociais off-line.
Reforça-se o auto isolamento comunitário, evitando assim a ameaça de não ser aceito, de ser descartado pelo grupo de referencia. Busca-se os “substitutos de moralidade”, através de “provas materiais”.
Assim, o ato de comprar torna-se uma espécie de “ato moral”. Esvaziar a carteira é um ato de altruísmo, de auto sacrifício. Trata-se de uma chantagem moral, que o mercado impõe aos indivíduos. Se você não se incorpora ao frenesi de compras de Natal, você irá decepcionar as pessoas que ama.
Na era da “modernidade liquida” as “identidades contemporâneas” (nossos lugares reconhecidos na sociedade) ficam fragilizados e fluidos. Nesse sentido, o mercado consumidor está pronto para nos ajudar. Nossa identidade (ou seus atuais substitutos) pode ser alcançada pelos atalhos do consumo. O mercado de consumo lhe fornece as “provas de posição” publicamente reconhecidas.
No mal estar do pós moderno, somos solitários na multidão. O excesso de oferta gera insegurança, perante as escolhas infinitas.
Há um vazio de valores.
O exercício da liberdade provoca um enorme desamparo. O campo social fica propicio ao surgimento do vicio, do fanatismo, das crenças.
Há dois valores humanos essenciais: liberdade e segurança, que, por si, são antagônicos.O aumento da liberdade reduz a segurança.O aumento da segurança, cerceia a liberdade. Há duas verdades sobre esse paradoxo: Os indivíduos nunca irão encontrar o equilíbrio. Os indivíduos nunca vão parar de procura-lo.
FELICIDADE
Felicidade é diferente – conforme o caráter do individuo.
Felicidade tem um padrão individual.
Felicidade nunca será encontrada imitando-se o padrão dos outros.
O individuo tem que descobrir o que lhe proporciona felicidade – segundo seus valores fundamentais.
Contudo, a modernidade liquida não estimula que você conheça os seus valores – pois os valores já vêm empacotados – na forma de mercado.
São os valores de massa, artificiais, criados para atender aos interesses do mercado.
A única lei que sobrou – é a lei do mercado.
A falsa felicidade é oferecida em pacotes de consumo.
Fundador e COO no Momento Imobiliário
8 aO que somos e para onde vamos parece caber menos à cada dia....o mundo virtual chega primeiro....ler, ouvir, sentir, observar e refletir esta menos na nossa rotina...falta tempo...