Morrendo por um salário
Livro Morrendo por um salário

Morrendo por um salário

Em 2018 foi lançado um livro pelo professor de comportamento organizacional da Universidade de Stanford e um dos maiores especialistas do mundo em gestão de pessoas Jeffrey Rffer, o nome do livro: “Dying for a Paycheck” que tem tradução para o português: Morrendo por um salário, relata que transtornos mentais é a terceira maior causa de afastamentos no trabalho. A revista você RH em uma de suas publicações divulgou que a previdência social do Brasil divulgou que em 2018 só nos primeiros meses do ano foram 8015 licenças por problemas psicológicos, depressão e ansiedade.

O que tem acontecido com nossa cultura corporativa? Será que os indivíduos ainda são vistos como seres humanos ou apenas mera parte de uma engrenagem que não pode parar? Aliais, até as máquinas precisam de manutenção se não param. O que será que o pacotinho da globalização trouxe de tão velado que não podemos falar abertamente sobre a exigência de termos que ficar 24 horas conectados, excesso de cobrança por resultados, jornadas de trabalho extenuante e sem falar na escassez de recursos advindo da pós-crise que enxutou os quadros e convenceu o empresário brasileiro que 1 colaborador pode trabalhar por 2 ou até 3.

A atual rotina de trabalho está esgotando os funcionários, matando a inovação e provocando perdas para o negócio. Como um gestor de pessoas pode intervir nesse ciclo?
Todo mês os brasileiros trabalham em média, 18 horas extras, segundo uma pesquisa realizada por uma empresa de seguros. Como os gestores podem otimizar a rotina e aumentar a produtividade sem esticar o expediente ?

Assistimos agora em 2019 a síndrome do esgotamento profissional ser elencada no roll de doenças ocupacionais, a tão temida Burnout, que é um fenômeno psicossocial, caratcterizado pelo esgotamento físico e mental intenso, que se desenvolve como resposta a pressões prolongadas que uma pessoa sofre a partir de fatores emocionais estressantes e interpessoais relacionados ao trabalho e sem falar no estresse crônico e síndrome do pânico. Estima-se que 32% dos trabalhadores brasileiros sofram com esse tipo de stress.Em um ranking de oito países elaborado pela Isma-BR, estamos à frente da China e dos Estados Unidos – e perdemos apenas para o Japão, onde 70% da população apresenta os sintomas do burnout.

Mas, o que tem levado grandes talentos a sofrerem destes transtornos mentais e problemas emocionais? Será que tem sobrado tempo para a concretização dos projetos de vida? Será que diante do grande desafio da empregabilidade, esse profissionais tem encontrado equilíbrio entre vida pessoal e negócio?

Quem pode dar essas respostas? Você, sim você! E eu também! Mas quem é a voz do profissional na empresa? Com certeza, a gestão de pessoas, a gestão de gente, gestão humanizada, lembra? Tem alguém aí?

Se todo RH assumir seu verdadeiro papel de catalisador de mudanças e desenvolver políticas que encorajam seus profissionais a falar de suas dificuldades, distúrbios decorrentes do trabalho e suas consequências e a partir dai conseguir envolver a alta direção na proposta de uma nova mentalidade e não essa enraizada de só se colocar nas métricas o comportamento do colaborador, mas sem considerar as condições corporativas disponibilizadas, teremos a chance de ressignificar nossa verdadeira missão e não seremos mais vistos como um RH café com leite, reativo ou medíocre, que no máximo promove nos meses coloridos as ações de endomarketing como agosto lilás, setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul e por ai se vai apenas para lavar as mãos e sem efetivas cooperações aos colaboradores, mas sim, alterando cenários, fazendo a diferença na promoção de uma nova cultura, de fato, seremos relevantes na sustentabilidade humana dentro das organizações.

Se você acredita que esse tema é relevante e que pode levar seus diretores a uma reflexão, ou você mesmo pode fazer a diferença exercendo uma gestão mais humanizada, fique a vontade para comentar.

Sucesso!

Raquel Moret

Gestão de pessoas. 

Michelle Oddone

Gestão de Pessoas por Competência|T&D| R&S|Analista Comportamental DISC| Estudante de Psicologia

5 a

Um belo artigo, com um tema altamente relevante para nos conscientizar sobre nossa saúde mental. Até que ponto podemos e devemos permitir que algumas atitudes influenciem nossa vida, nossa mente? Nós, profissionais de rh devemos cuidar com afínco dos nossos colaboradores. Não adianta estarmos apenas repetindo as tarefas, devemos produzir com qualidade e a nossa saúde mental está intimamente ligada a isso. Ambientes degradantes e tóxico, minam nossa energia, nossa vitalidade e forças. Realmente temos que lutar para mudar esse cenário. Parabéns pelo artigo. Um tema a ser discutido com com frequência

Taís C.

Talent Acquisition | Business Partner | Gestão de Pessoas no Varejo | RH | Recrutamento e Seleção | Treinamento | Endomarketing

5 a

Raquel, perfeitas as suas colocações! E sabe, o que eu mais vejo? Pessoas fingindo estar bem, para não serem afastadas ou desligadas. Certo dia, um colaborador veio falar comigo aos prantos, que não queria ser afastado, pois era um homem "ativo" e aquilo não poderia estar acontecendo com ele. Temos sim, um tabu gigante em nossas mãos! Não dá mais para pensar que o colaborador não deve misturar assuntos de casa com trabalho e vice-versa. Está na hora de arregaçar as mangas e tirar os saltos altos, nossa gente pede socorro! Excelente e inquietante discussão. 😘

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