Time sobrecarregado não joga bem em campo
Definitivamente, a pandemia de Covid-19 deixou grandes aprendizados e revolucionou inúmeras áreas de atuação em todo o mundo. Abro o artigo com esta constatação não para me prender a aspetos humanitários de saúde – como já fiz algumas vezes por aqui – mas para abordar as transformações nas relações de trabalho que o período iniciou e/ou acentuou na vida das pessoas.
De imediato, pensamos no tão bem-sucedido e aceito home office, que trouxe a possibilidade de mantermos fontes de renda em um período de limitação de locomoção e presença física. O que motiva esse texto, porém, é o passo seguinte. Como algumas empresas retornam progressivamente para o trabalho presencial, em maior ou menor escala, faz-se necessário voltar a tocar em um tema sensível e fundamental: a jornada de trabalho.
Como vivemos um período de Copa do Mundo, a comparação é pertinente. Imagine Messi ou Mbappé desperdiçando o pênalti decisivo da maior competição do planeta por estarem extenuados e fatigados, física e mentalmente, por uma rotina de treinos e partidas de menor importância?
Se não faz sentido no futebol, por que faria no ambiente corporativo? Com ou sem pandemia, vivemos em uma época diferente no relacionamento interpessoal, e se as empresas seguirem a recente tendência do mundo moderno de encher seus funcionários de prazos, cobranças e tarefas de maneira improdutiva correrá o risco de não os ter em sua plenitude em momentos de maior importância.
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Aqui não se trata de tirar a responsabilidade dos funcionários ou defender que os patrões deixem de prosperar nos negócios. Pelo contrário. Quero aqui provocar uma discussão que se essa relação for mais aberta e saudável dos dois lados, sem prender o funcionário em uma jornada de 8 horas diárias muitas vezes de forma desnecessária, irá justamente impulsionar os resultados obtidos em curto, médio e longo prazo.
Em todo o mundo, algumas empresas já deram o primeiro passo ao reduzir algumas horas da jornada ou até diminuir um dia útil de obrigações. Tal atitude minimiza a chance de desenvolvimento de doenças mentais, estresse e o esgotamento (o tal do burnout) e acarreta lá na frente no aumento de produtividade de um profissional mais feliz e motivados para desenvolver o trabalho.
Claro que essas decisões devem variar de acordo com o nicho e o volume de demandas, mas um diálogo franco entre RH, chefias e comandados para buscar a equação perfeita que inclua remuneração adequada, desenvolvimento profissional e saúde é o melhor dos mundos.
Afinal, um time sobrecarregado não consegue entregar o seu melhor em campo – e quem enxergar isso com antecedência pode comemorar muitos títulos lá na frente.
Enterprise Account Executive na Nilo Saúde
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Inside Sales Manager
2 aAs melhores analogias com futebol, sempre!