Mudanças no Algoritmo do Instagram devem preocupar marcas e anunciantes?
Frederico Cappellato
Sr. Paid Media Manager | Amazon Ads at Quartile | PPC | DSP | Retail Media | E-commerce
Se você ainda não entendeu de fato as recentes mudanças no algoritmo do Instagram pode ser interessante ficar atento, pois isso pode mudar muito o planejamento de sua campanha digital.
Desde a compra feita por Zuckberg já era de se esperar alguma mudança, assim como no Facebook: Quer rir, tem que fazer rir.
A rede social deseja mostrar aos usuários o conteúdo mais relevante. O que pode incentivar algumas empresas a mudar sua estratégia de investimento, publicação e qual tipo de imagem será escolhida.
Se pararmos pra pensar e deixarmos o mimimi dos planners de lado, a mudança faz todo o sentido, afinal o número de usuários cresceu massivamente e eles precisam organizar melhor o conteúdo distribuído. E claro: MONETIZAR ainda mais! Você não faria o mesmo?
Pânico nas agências digitais
Essa mudança provocou um onda de pânico entre profissionais de social media em meados de março, quando o Instagram anunciou que a ordem de exibição de conteúdos seria alterada. A partir de agora "a ordem das fotos e vídeos na timeline será baseada no fato que você pode estar interessado no conteúdo, a sua relação social com a pessoa e a relevância do post", explicou o responsável pela plataforma. E para tranquilizar (só que não), completaram: "todos os posts estarão lá, mas em uma ordem diferente."
Essa "ordem diferente" ou "nova ordem" durante a implementação dos posts poderá prejudicar muitas marcas hoje bem visíveis na plataforma. A alteração, fez inclusive com que alguns usuários criassem uma petição sobre a mudança para incentivar o Instagram a recuar em sua decisão. "Alguns de nossos clientes não estão mesmo cientes de tal mudança", confirma Djallal Benyounes, diretor da agência de planejamento estratégico We Are social.
Organic Reach desconhecido
A apreensão para as marcas é não conseguir mensurar seu organic reach, assim como no início do Facebook ou Twitter. "O único indicador em que podemos confiar é a taxa de engajamento em relação aos followers", diz Nael Hamameh, co-fundador da agência You-to-You.
Para Julien Scaglione, o diretor de social da Buzzman, "Instagram apenas melhora a experiência de seus usuários para mostrar-lhes o que eles preferem ver em primeiro lugar e, em seguida, retomar a cronologia. Para as marcas o objetivo será aparecer no topo o mais rápido possível e por isso, você deve ser o melhor." Fofo, não?
Não precisa de muita visão para notar semelhança ao que aconteceu no Facebook nos últimos anos, uma má notícia para as marcas que ainda não se adaptaram aos algoritmos da plataforma. Instagram torna-se um universo ainda mais exigente, no qual é imperativo desenvolver uma estratégia extremamente visual aliada a conteúdos relevantes e eficientes.
Data da implementação do novo Algoritmo
Por enquanto o Instagram está efetuando testes com um número de pessoas e segundo consta, a mudança irá ocorrer aos poucos e irá proporcionar aos usuários e marcas se adaptarem ao novo formato de exibição.
"Algumas marcas vão parar de metralhar conteúdos e se orientar a audiência do seu público"
Algumas marcas são susceptíveis de disparar conteúdo para garantir uma onipresença digital. A partir de agora, acredita-se que as marcas vão aprender a distinguir e organizar melhor suas publicações.
E os valiosos influencers?
Segundo Djallal Benyounes, da Buzzman "Muitas marcas competem com os influenciadores que acabam afogando as marcas com excesso de conteúdo e nem sempre relevante a marca". Isso pode provocar um grande abalo entre muitos instagramers e ações envolvendo marcas.
Burger King , por exemplo laçou uma campanha 100% Instagram na França e segundo Djallal Benyounes "nenhuma foto foi publicada pela empresa", apenas fizeram uma triagem com fotos dos usuários com a hashtag #BurgerKingFr para postar na conta da marca.
O Algoritmo dará preferência para quem anunciará na plataforma?
Este algoritmo com sua lógica misteriosa será honesto? Será que ele irá direcionar o conteúdo mais relevante ou vai tentar promover as marcas que investem em mídia via Instagram?
A tentação pode ser grande no lado da plataforma e seus monetizadores, com a necessidade de rentabilizar o seu público de quase 300 milhões de usuários.
Julien Scaglione insiste que a mudança do algoritmo será mais para melhorar a experiência do usuário que para faturar com as marcas. "Facebook e Instagram sabem que cada pensamento e cada mudança para a plataforma devem ser "user centric em primeiro lugar ".