Mudar de carreira após os 40 anos

Estava aqui em casa organizando uns documentos. Sabe quando a gente começa a juntar papelada em cima da mesa e quando percebe tem conta paga misturada com panfleto? Era bem assim que estava a minha mesa.

Comecei tirando tudo e espalhando pela cama. Abri o spotify e coloquei uma playlist para tocar enquanto tirava o pó da minha mesa de trabalho.

Entre um documento e outro, tinham vários panfletos que recebi no evento RH Rio e que ainda não tinha analisado. Olhei um por um, separei o que era interessante e me lembrei da minha época CLT, das angústias e medo de mudar de carreira.

A minha transição foi concluída no ano que completei 40 anos. Mas ela começou dentro de mim bem antes. Acredito que todo processo começa tomando a consciência de pequenas situações que nos fazem questionar o propósito daquele momento.

Muitas vezes passamos por situações que nem sabemos nominar. São tantas crenças relacionadas a trabalho que carregamos e, realmente, acreditamos que são verdadeiras. Como aceitar situações de assédio moral e abuso no trabalho e ainda agradecer porque "pelo menos temos um emprego" ou "existem pessoas que adorariam estar no seu lugar".

Que venham então!

Aos poucos entendi que só queria estar fora! Fazendo algo que me desse sentido. E não para gente rica que me pagava mal e ficava cada vez mais rica.

É assim que tomamos grandes decisões. Pelo menos é assim que funciona comigo. Da mudança de carreira a mudança de cidade e país, da decisão de ter um filho, dois e não querer mais nenhum. De continuar casada ou não. Todas as decisões são tomadas antes de batermos o martelo e dentro desse tempo existe todo processo de maturação.

Lembro da minha avó fazendo linguiças. Ela picava a carne, misturava com os temperos, colocava todo aquele recheio nas tripas e depois de amarrar, pendurava as linguiças numa espécie de varal e lá elas ficavam semanas até estarem prontas para a próxima etapa. Ninguém podia tocar.

Era um processo lento de secagem e depois eram defumadas num preparo todo especial. E era esse processo que dava o sabor.

Jung já falava sobre essa vontade de mudar aos 40 anos, o processo bem como um rito de passagem. A metanoia são esses processos de mudanças significativas na nossa mentalidade, é como morrer para a juventude e começar a meia idade. Um processo lento, reflexivo e questionador.

Tudo que sentimos ganha força. Tudo que estava arquivado no fundo da gaveta, ganha luz. Tudo que não queríamos ver, que passamos pano, que empurramos com a barriga brota com força.

E o que antes era ignorado, agora se torna uma razão para a mudança. É um profundo acréscimo na sua consciência. Você acorda, abre a janela e dessa vez encontra o sol e tudo aquilo que você sequer um dia pensou em cogitar passa a ser seu objetivo para a próxima metade da vida.

O problema é que junto com esse objetivo vem um medo absoluto de estar vivendo uma fantasia adolescente e a racionalidade te faz crer que não se mexe em time que está ganhando e que é para sossegar o facho.

Só que ao seu redor tem um monte de gente fazendo acontecer, transformando sonho em realidade, até aquela sua amiga que era adepta ao CLT se arriscou.

A pergunta de milhões é:

Você está preparada transformar esse desejo de mudança em um projeto de vida para os próximos e melhores anos da sua vida?

Por aqui, terminei de separar todos meus documentos e sabe o que me dei conta? Que dentro de mim sempre haverá uma vontade de mudar, de transformar e fazer algo incrível.

Porque quando uma mulher vive de verdade ela convida todas as outras mulheres a viverem também de verdade.

Te deixo hoje com esse convite. Resgate sua vontade de viver de verdade.

Quer mudar de carreira e não sabe por onde começar? Mande uma mensagem e agende uma conversa para conhecer a Mentoria Carreira com Propósito.

Uma excelente semana.

Ticy