Mulheres esquecidas no papel de mãe?
Trabalho, filhos, marido, vida pessoal: como dar conta de tudo?
A maternidade é, sem sombra de dúvidas, um dos eventos mais importantes na vida da mulher. Ao dar a luz, o foco da atenção volta-se para o filho e a mulher abandona parte dos cuidados que antes dispensava a si mesma. Embora esta mudança de foco seja necessária, pois o bebê realmente necessita de toda atenção da mãe, algumas mulheres acabam esquecendo-se de si próprias e tendo dificuldades de retomar a preocupação consigo mesmas.
Embora a maternidade realmente exija muito da mulher, esta não deve ser um pretexto para que ela esqueça de si própria. Após os períodos iniciais da vida do bebê, é importante que a mãe possa voltar a investir em si mesma e se enxergar como mulher. Assim, ela não sofrerá com a queda de sua auto-estima e poderá manter-se atraente aos olhos dos outros e aos seus. Este investimento garantirá que ela sinta-se mais satisfeita consigo mesma, o que trará reflexos positivos no relacionamento com seu bebê e com todos a sua volta.
A geração atual de mulheres se desenvolveu profissionalmente, conquistou o mercado de trabalho, a igualdade de direitos, não depende financeiramente do marido, mas viram suas mães e avós serem donas de casa exemplares e, por isso, se cobram a responsabilidade de cuidar da casa e dos filhos como tarefas tipicamente femininas, sobrecarregando-as.
A mulher sobrecarregada abre mão de si mesma e muitas das vezes do marido. Ela precisa entender que não está sozinha e precisa dividir tarefas, responsabilidades, momentos........ para encontrar tempo para cuidar de si mesma. E isso deveria ser prioridade. “Assim como em um avião, as instruções são que “passageiros viajando com crianças ou alguém que necessite de ajuda, lembramos que deverão colocar suas máscaras (de oxigênio) primeiro para, em seguida, auxiliá-los', na vida acontece o mesmo. Quando não temos tempo para nós mesmos, não conseguimos nos dedicar a mais ninguém com o devido carinho e cuidado que cada situação merece. Estar em dia consigo mesmo deve sim ser prioridade, assim como a família e o trabalho, cuidar do cabelo, se exercitar, fazer a unha, são coisas que fazem toda mulher se sentir melhor.
Lendo como habitual peguei esse exemplo: No filme Sex and the City um diálogo entre as personagens Miranda e Samantha chamou especial atenção pela realidade.
Na cena, as duas mulheres estão de maiô tomando sol quando a caliente Samantha descobre que a amiga não se depilava há tempo. Ao ser colocada em cheque, Miranda se rebela explicando que os afazeres de dona-de-casa, mãe e profissional competente não a deixavam com tempo para cuidar de si.
Embora engraçada a cena me fez lembrar que algumas mulheres depois que se casam e têm filhos deixam de se cuidar. Algumas parecem até que tomaram uma pílula para virar bruxa de tão judiadas e largadas que ficam.
A transformação, às vezes, é tão radical que não se consegue perceber vestígios daquela moça bonita e cuidada de pouco tempo atrás. Usam roupas largas e sem o menor charme, deixam os cabelos e unhas descuidados, como se fizessem de propósito, para esquecer que foram mulheres sexy e atraentes.
Será que casar e se tornar mãe é sinônimo de aparência desleixada? Pessoalmente fico pensando que alguns homens devem pensar que caíram no conto do vigário, porque se casaram com uma princesinha que virou sapo".
E muitas das mulheres quando cobradas pelos seus maridos, alegam a falta de tempo e dinheiro, pois se tivessem se tornariam modelos femininos. Não se trata disso as mulheres devem encontrar o ponto de equilíbrio entre as novas funções de forma a conseguir tempo para se olhar no espelho.
A atração que o filho exerce na mãe é quase irresistível, isso faz parte da natureza humana, mas também é certo que muitas mulheres acabam confundindo e transferindo para os filhos uma grande carga emocional.
"Especialistas afirmam que mães extremamente zelosas e superprotetoras podem causar grande dano na formação de seus filhos. O prejuízo na vida conjugal, tanto quanto na vida pessoal e profissional é muito grande e leva muitas mulheres a cobrarem, mesmo que de forma inconsciente, afirmando: “Dou minha vida pelos meus filhos”. "Acho que muitos filhos gostariam de responder que nunca pediram isso".
O bom senso é fundamental em todas as situações, até mesmo na dedicação aos filhos. Para ser uma boa mãe, a mulher não deve prender-se a essa função ou idealizá-la com apego. Muito pelo contrário, uma mulher realizada que mantém sua vida pessoal satisfatória tem maiores chances de manter um relacionamento conjugal e familiar satisfatório. Não se discute a questão de que a missão da maternidade é de suma importância e merece todo empenho, mas não se justifica a forma como muitas mulheres relegam ao esquecimento o relacionamento conjugal e a si próprio.
" Essa semana no supermercado prestei atenção na conversa de dois funcionários, um colocou: O homem tem que deixar claro para sua mulher que independente do filho, eles precisam de um tempo juntos. E o colega afirmou: Já falei com minha mulher que não estou aguentando o descaso, ela nunca tem tempo para nós dois, sem falar na falta de vaidade, pois cheguei ontem do trabalho, estava dormindo no sofá toda largada".
Finalmente, cabe dizer que é necessário que toda mulher possa compreender que ser uma mãe atenta e dedicada é algo que pode conviver harmoniosamente com o fato dela também ser mulher e querer cuidar de si.