MULHERES NAS ORGANIZAÇÕES: SUA EMPRESA APOIA A DIVERSIDADE DE GÊNEROS?
O público feminino sofre preconceito dentro e fora das corporações no Brasil, porém um grupo de empresas está mudando sua percepção sobre isso a fim de equilibrar a hegemonia masculina
A discussão sobre diversidade de gênero invadiu o mercado de trabalho nacional e internacional, que busca acompanhar as transformações da sociedade. Afinal, a contratação de mulheres, principalmente para cargos de liderança, se comprovou uma boa estratégia que impacta positivamente o crescimento dos negócios.
Estudos mostram que áreas que contam com apoio de mulheres têm uma receita média 14% maior do que unidades de negócio menos diversificadas.
Apesar das dificuldades que o público feminino ainda enfrenta para se destacar no Brasil, um grupo de empresas têm se preocupado em mudar seus procedimentos, desenvolvendo ações para fortalecer a equidade entre homens e mulheres no ambiente corporativo.
De acordo com pesquisa recente do Top Employers Institute Brasil, empresa de certificação global que reconhece a excelência nas condições de trabalho criadas pelas organizações, 76% das companhias nacionais avaliadas afirmam possuir ações de apoio à diversidade e treinam funcionários sobre as melhores práticas.
No entanto, como toda mudança de cultura organizacional leva tempo para ser implantada e aperfeiçoada, quase metade dessas empresas (34%) disse não avaliar regularmente a eficácia de seus programas.
Isto significa que apesar de terem processos para a diversificação do mercado de trabalho, as organizações não estão preocupadas em analisar a evolução e o resultado destas ações.
A pesquisa foi realizada com mais de 1.200 empresas de diversos segmentos, por meio de um completo processo de validação da certificação anual, que inclui questionários online e presenciais, auditorias, reuniões, entrevistas, entre outros. Os respondentes foram profissionais da área de recursos humanos e tomadores de decisão do alto escalão corporativo.
A diversidade de gêneros comprovadamente aumenta a competitividade das organizações, o grande desafio está no seu gerenciamento.
Em 2015, 69% das empresas avaliadas tinham como prioridade colocar mais mulheres em cargos de gestão. Em 2016, número reduziu para 66%, uma queda de 3%.
A crise econômica foi apontada como a responsável pela redução, demonstrando que as mulheres são as mais impactadas em períodos de recessão, uma vez que programas de diversificação acabam perdendo sua relevância.
Tendência mundial
Ainda de acordo com o relatório, na América Latina, 80% das organizações apoiam a diversidade de gênero, porém 36% não buscam compreender a efetividade das ações. Na Europa, 69% investem em programas de inclusão da mulher, mas 41% não mensuram os resultados.
Globalmente, mais de 73% das empresas apoiam o equilíbrio entre os gêneros, no entanto, 36% não acompanham a evolução dos programas.
Por essa razão precisamos nos esforçar muito como seres humanos e líderes que desejam ver a mudança na sociedade se refletir dentro das corporações. Diferentes segmentos de negócio, obviamente, exigem ações diferentes. Porém, é necessário apostar de maneira homogênea em temas de inclusão e acesso. Somente assim desenvolveremos uma economia ética e um mercado mais justo e igualitário para todos, sem distinção.
Gustavo Tavares é Country Manager no Top Employers Institute Brasil
Sobre o Top Employers Institute
O Top Employers Institute é uma das principais referências globais em certificações de processos de gestão de pessoas e employer branding. Com sede em Amsterdã, na Holanda, trata-se de uma certificação concedida apenas às organizações que atingem os mais altos padrões de excelência em condições de carreira. No Brasil desde 2011, o selo Top Employers é conferido anualmente para as melhores empregadoras do país.