Não cometa o erro de achar que não pode errar!
Eis algumas frases que, definitivamente, não gostamos e/ou queremos ouvir:
· Você é o responsável por esse erro!
· Seu erro vai nos custar muito caro.
· Quem foi que teve a capacidade de fazer isso? (com um olhar irônico em nossa direção)
A lista é, com certeza, bem maior e mais dramática.
Errar, eis uma ação da qual temos absoluta ojeriza. Todos não queremos, não admitimos e não desejamos errar. E quando o fazemos, quase sempre, não sabemos como lidar com ele. Nosso estado de espirito, diante do nosso erro, se altera e nos sentimos mal.
O que devemos entender e, definitivamente, aceitar é o que o erro nos é tão natural e previsível, quanto nos é sorrir, amar, sonhar ou realizar. Sim, por mais ranzinza que seja uma pessoa, o sorriso acontece em sua face; por menos que alguém procure amar, mais cedo ou mais tarde, sentirá uma palpitação diferente em seu coração; a mais realista e pragmática das pessoas já se pegou “viajando em devaneios”. E mesmo o mais inoperante dos seres, já realizou algo. E, tão certo quanto sorrir, amar, sonhar e realizar é o fato de que todos que já sorrimos, amamos, sonhamos e realizamos, também, erramos.
Nossa busca constante, e por vezes obstinada, é sempre acertar. Mas não nos damos conta de que a palavra “acertar” existe por que existe a palavra “errar”. Dito de outra maneira, “acertar” e “errar” são faces de uma mesma moeda. A diferença é que no jogo dessa moeda, as regras não são, necessariamente, estabelecidas pela teoria das Probabilidades. “Errar” ou “acertar”, no âmbito das nossas ações cotidianas, não é um resultado de um experimento aleatório.
A possibilidade de o erro acontecer – e, por vezes, sua quase certeza – não nos pode fazer recuar da decisão de conceber, criar, realizar. A possibilidade de um namoro não dar certo, não justifica não o iniciar. Imaginemos que nossos pais, movidos pelo temor da possibilidade de dar errado, tivessem desistido de namorarem. Boa parte de nós, provavelmente, não existiria!
Além disso, é certo que dentre nossas maiores realizações, conquistas e feitos, o erro foi parte integrante e fundamental. Nenhum de nós conhece alguém que aprendeu a falar sem tropeçar nas palavras; ou ainda, aprendeu a andar sem ter machucado o joelho, a mão ou o queixo. A lógica serve para outros feitos louváveis: escrever, se relacionar, compartilhar ...
Há, todavia, algo digno de nota e que faz toda a diferença. Boa parte dos nossos feitos mais fantásticos foram realizados e alcançados quando não nos preocupávamos com nossos erros. Quando crianças, não racionalizávamos sobre como as pessoas reagiriam diante das nossas tentativas frustradas; não nos importávamos com suas impressões sobre nossos tropeços; não nos abalávamos com seus olhares reprobatórios.
Desafortunadamente, à medida que crescemos e nos inserimos – e aceitamos – as convenções sociais do mundo adulto, perdemos nossa maravilhosa capacidade de ignorar olhares, falas e posturas desaprovadoras. É o começo de uma jornada em direção à hesitação, à relutância e, em casos piores, ao imobilismo. Surgem as frases: “menino não faz isso, pode dar errado”; “menina não inventa moda, isso não vai dar certo! ”. E se seguem a essas, muitas outras. São as verdadeiras assassinas da criatividade, do empreendedorismo, das grandes descobertas e realizações.
Em perfeita harmonia com nossas – em grande parte equivocadas – convenções sociais, medimos as pessoas muito mais pelo o quanto menos elas erram, quando, na verdade, deveríamos medi-las muito mais pelo quanto elas são capazes de resolver – individual ou coletivamente – erros e problemas. Deveríamos, por conseguinte, incentivar mais as pessoas a desenvolverem sua capacidade de corrigir erros e resolver problemas do que incentivá-las, equivocadamente, a não cometerem erros.
Sintamo-nos, portanto, livres para cometer erros. Reconheçamo-nos como seres humano, passíveis de falha. Não deixemos, todavia, de desenvolver a capacidade de resolver problemas e criar soluções.
Bons erros!
Ótimas soluções!!
Diretor de Operações - Grupo PRIMO/Faculdade HUB
5 aTexto sensacional!! Sempre converso sobre isso com minha namorada, acredito que a melhor forma de se aprender algo é errando, como nosso tempo nesse planeta é escasso e não teremos tempo de cometer todos os erros, podemos aprender também com os erros das outras pessoas através de conversas, leituras, palestras etc. Muito obrigado pela reflexão Mestre!!!
Design • Marketing • Comunicação
7 aMuito bom o texto. Ele faz pensar, refletir e mudar algumas coisas!
CEO NV Security & Consulting | DPO (Data Protection Officer) | Membro do Comitê Científico da ANPPD® | Auditor Interno ISO | Novas Tecnologias, Inovação e Segurança da Informação
7 aValcenir do Vale Costa parabéns pelos texto. Bem escrito e com uma mensagem verdadeira.