Não cometa o erro de achar que não pode errar!
Reuters/Mark Blinch

Não cometa o erro de achar que não pode errar!

Eis algumas frases que, definitivamente, não gostamos e/ou queremos ouvir:

·     Você é o responsável por esse erro!

·     Seu erro vai nos custar muito caro.

·     Quem foi que teve a capacidade de fazer isso? (com um olhar irônico em nossa direção)

A lista é, com certeza, bem maior e mais dramática.

Errar, eis uma ação da qual temos absoluta ojeriza. Todos não queremos, não admitimos e não desejamos errar. E quando o fazemos, quase sempre, não sabemos como lidar com ele. Nosso estado de espirito, diante do nosso erro, se altera e nos sentimos mal.

O que devemos entender e, definitivamente, aceitar é o que o erro nos é tão natural e previsível, quanto nos é sorrir, amar, sonhar ou realizar. Sim, por mais ranzinza que seja uma pessoa, o sorriso acontece em sua face; por menos que alguém procure amar, mais cedo ou mais tarde, sentirá uma palpitação diferente em seu coração; a mais realista e pragmática das pessoas já se pegou “viajando em devaneios”. E mesmo o mais inoperante dos seres, já realizou algo. E, tão certo quanto sorrir, amar, sonhar e realizar é o fato de que todos que já sorrimos, amamos, sonhamos e realizamos, também, erramos.

Nossa busca constante, e por vezes obstinada, é sempre acertar. Mas não nos damos conta de que a palavra “acertar” existe por que existe a palavra “errar”. Dito de outra maneira, “acertar” e “errar” são faces de uma mesma moeda. A diferença é que no jogo dessa moeda, as regras não são, necessariamente, estabelecidas pela teoria das Probabilidades. “Errar” ou “acertar”, no âmbito das nossas ações cotidianas, não é um resultado de um experimento aleatório.

A possibilidade de o erro acontecer – e, por vezes, sua quase certeza – não nos pode fazer recuar da decisão de conceber, criar, realizar. A possibilidade de um namoro não dar certo, não justifica não o iniciar. Imaginemos que nossos pais, movidos pelo temor da possibilidade de dar errado, tivessem desistido de namorarem. Boa parte de nós, provavelmente, não existiria!

Além disso, é certo que dentre nossas maiores realizações, conquistas e feitos, o erro foi parte integrante e fundamental. Nenhum de nós conhece alguém que aprendeu a falar sem tropeçar nas palavras; ou ainda, aprendeu a andar sem ter machucado o joelho, a mão ou o queixo. A lógica serve para outros feitos louváveis: escrever, se relacionar, compartilhar ...

Há, todavia, algo digno de nota e que faz toda a diferença. Boa parte dos nossos feitos mais fantásticos foram realizados e alcançados quando não nos preocupávamos com nossos erros. Quando crianças, não racionalizávamos sobre como as pessoas reagiriam diante das nossas tentativas frustradas; não nos importávamos com suas impressões sobre nossos tropeços; não nos abalávamos com seus olhares reprobatórios.

Desafortunadamente, à medida que crescemos e nos inserimos – e aceitamos – as convenções sociais do mundo adulto, perdemos nossa maravilhosa capacidade de ignorar olhares, falas e posturas desaprovadoras. É o começo de uma jornada em direção à hesitação, à relutância e, em casos piores, ao imobilismo. Surgem as frases: “menino não faz isso, pode dar errado”; “menina não inventa moda, isso não vai dar certo! ”. E se seguem a essas, muitas outras. São as verdadeiras assassinas da criatividade, do empreendedorismo, das grandes descobertas e realizações.

Em perfeita harmonia com nossas – em grande parte equivocadas – convenções sociais, medimos as pessoas muito mais pelo o quanto menos elas erram, quando, na verdade, deveríamos medi-las muito mais pelo quanto elas são capazes de resolver – individual ou coletivamente – erros e problemas. Deveríamos, por conseguinte, incentivar mais as pessoas a desenvolverem sua capacidade de corrigir erros e resolver problemas do que incentivá-las, equivocadamente, a não cometerem erros.

Sintamo-nos, portanto, livres para cometer erros. Reconheçamo-nos como seres humano, passíveis de falha. Não deixemos, todavia, de desenvolver a capacidade de resolver problemas e criar soluções.

Bons erros!

Ótimas soluções!!







Gabriel Ferreira

Diretor de Operações - Grupo PRIMO/Faculdade HUB

5 a

Texto sensacional!! Sempre converso sobre isso com minha namorada, acredito que a melhor forma de se aprender algo é errando, como nosso tempo nesse planeta é escasso e não teremos tempo de cometer todos os erros, podemos aprender também com os erros das outras pessoas através de conversas, leituras, palestras etc. Muito obrigado pela reflexão Mestre!!! 

William Brito

Design • Marketing • Comunicação

7 a

Muito bom o texto. Ele faz pensar, refletir e mudar algumas coisas!

Vilmar Machado

CEO NV Security & Consulting | DPO (Data Protection Officer) | Membro do Comitê Científico da ANPPD® | Auditor Interno ISO | Novas Tecnologias, Inovação e Segurança da Informação

7 a

Valcenir do Vale Costa parabéns pelos texto. Bem escrito e com uma mensagem verdadeira.

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