NÃO ENTRE NA FACULDADE EM 2018
TESTEMUNHO
Quando eu me formei no ensino médio (sei lá se ainda é assim que se escreve), eu passei um ano sem entrar na faculdade. Claro, a princípio porque eu era dura, só tinha feito estágio não remunerado e ouvi do meu pai um lindo e sonoro "eu não vou ter como te pagar uma faculdade", além de ter feito curso técnico em escola pública, o que significa concomitantemente: não aprender matérias básicas pra conseguir prestar um vestibular pra universidade pública e não aprender matérias técnicas bem o suficiente pra seguir na área na qual o curso técnico propunha alguma proficiência.
Foi aí, nesse ano e mais precisamente em 2000, que meu professor de inglês me chamou pra dar aulas, tendo ele visto em mim o maior talento que eu tenho até hoje: o de ensinar e o de saber lidar com pessoas.
Esse ano foi determinante pra que eu tivesse meu primeiro salário (gasto 100% na London Calling), meus salários seguintes, meu ofício escolhido e a decisão de qual faculdade fazer: Letras.
Os salários seguintes foram economizados a ponto de eu ser capaz de junta-los e pagar um semestre todo da faculdade, à vista, com desconto, com gosto! A formação toda foi assim, mais salários, mais trabalho, mais turmas, outras escolas de inglês, uma mudança pra outra faculdade mais legal, mais cara e que eu consegui pagar sozinha. Dei aula por 10 anos, fiz a segunda faculdade com o dinheiro do minha então profissão e até hoje dou aula. Sou dessas professoras que não caíram de paraquedas, sei o que é didática de verdade, sei o significado de "assertivo", não uso termos em inglês porque não preciso e isso tudo porque EU RESOLVI NÃO FAZER FACULDADE! Não antes de saber realmente o que queria da vida (não que eu saiba 100% até hoje, mas sobre isso a gente fala outra hora).
Por isso tudo que estou aqui pra endossar o post do Henrique (goo.gl/o33VUT) e dizer: NÃO ENTRE NA FACULDADE EM 2018.
Cientista de Dados, Eng. de Petróleo, doutorando em Eng. Elétrica e autor
6 aMuito bom! Vejo muita gente com pressa e depois largando os cursos no meio (mesmo em universidades públicas). Mias grave ainda, vejo pessoas trabalhando no que se formaram e odiando. Eu concordo que os jovens devem ter mais calma e viver mais experiências antes de escolher algo que os acompanhará pela vida toda.