Não, não estamos sob o controle
Nestes últimos meses tenho cruzado com diversas pessoas, literalmente brigando consigo mesmas,
meninos e meninas, homens e mulheres, que teimam em acreditar que os seus controles próprios
sejam 100% acatados em suas vontades, como se pudessem ou tivessem algum real controle,
assim como mandamos em nossas atitudes físicas.
Com o tempo, é notória a frustração destes, que inconformados, permanecem às vezes até por anos
nesta insistência, com a convicção de que são capazes de ordenar os acontecimentos de seus destinos.
Me parece até, que ao permanecerem crentes destas conquistas, a vida responde com mais distorções
ainda, tentando de alguma maneira apresentar provas concretas sobre a compreensão desta impossibilidade.
O livre arbítrio e a independência pessoal muitas vezes nos enganam quanto a crença em nosso total
controle, pois temos sim o poder de nossos gestos, nossas atitudes, de nossas escolhas e decisões, mas
não temos o poder do controle dos resultados de nossas ações. É claro que, muitos dos resultados, são
atingidos devido às nossas estratégias e inteligências, mas estou aqui falando sobre destino, sobre vida,
de uma maneira mais abrangente, sobre aqueles assuntos que realmente fogem do nosso alcance e que
a princípio, achávamos ter total controle.
Para quem anda ou já andou a cavalo, é mais ou menos o que ocorre quando puxamos a rédea para a direta
até quase encostar sua boca na sela e ele continua andando para a esquerda. Uma analogia muito evidente
para refletir o descontrole almejado.
Tenho exposto este pensamento para muitos, que percebo estarem vivenciando esta frustração na vida, e pelo
que pude perceber, todos se silenciam numa reflexão imediata das suas decepções, quando achavam ter
total domínio dos seus acontecimentos. Pude perceber também que o tranco frente ao esgotamento na crença
deste domínio, causa profunda aceitação à incapacidade já testada. O silêncio neste momento expressa a dor.
A vida é mesmo um oceano infindável de descobertas e aprendizados, nosso amadurecimento, que nada mais
é do que a conscientização da nossa ignorância diante do desconhecido, possibilitando a nossa evolução e encontro
com a harmonia natural dos acontecimentos.
Após esta conscientização, acredito haver um imenso alívio de nossas cobranças pessoais e um relaxamento psicológico,
permitindo que nossos desejos e conquistas sejam compreendidos com mais fluidez, e quando não acontecem, é porque
realmente ainda não chegou a hora.
Posso estar sendo muito simplista com estas colocações, mas a minha motivação em escrever sobre este assunto se deu
a partir da angústia percebida por diversas pessoas que vivenciam este choque de realidade nos dias de hoje. Pesar, refletir
e expor nossos pensamentos ao próximo, pode ser o primeiro passo para a evolução dos nossos desconhecimentos.
Marcelo Ponzoni
Sales Account Executive - ADSPLAY Mídia Programática
8 aAdorei! Parabéns!