Não existe nada bom, bonito e barato. Muito menos avião.
Após mais um acidente, a gigante Boeing se vê em uma encruzilhada: falha no projeto, erro humano ou coisas do além. Uma única certeza: bom, bonito e barato não existe, muito menos na aviação.
Se um dia a empresa onde você trabalha, ou é cliente, virar série na Netflix pode ser um mau sinal. Após as duas quedas do 737 Max, mais uma vez a Boeing se vê envolvida em um acidente. Desta vez sem vítimas fatais, “apenas” uma porta extraviada.
Tudo começou diante da ameaça do seu maior concorrente. Para não perder competitividade, a empresa decidiu fazer uma adaptação em um dos seus projetos. Desta forma reduziu custos de fabricação e deu um ar de novidade no produto. Daí nasceu o 737 Max. Melhor e mais barato que o concorrente.
Visando mais economia, os gestores ainda decidiram não comunicar uma das principais alterações no projeto: a implantação do MCAS. Julgaram que seria oneroso demais o treinamento e os pilotos saberiam lidar com o desconhecido.
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Deu no que deu: após o lançamento, as inconformidades começaram a aparecer e da pior forma possível: duas quedas e 346 vítimas fatais.
Em um primeiro instante, buscou-se a solução mais simples: culpar os pilotos. Mal sabiam que por trás dos manches haviam profissionais competentes e honrados. Seus familiares não aceitaram este fardo. Em pouco tempo a verdade veio à tona capitaneada por um jornalista inquieto e competente: não houve falha humana.
O não treinamento dos pilotos, a adaptação do projeto e a busca desenfreada pelos bônus foram determinantes para os acidentes. Foram mais de 02 anos sem voar e agora, em pleno janeiro de 2024, os aviões novamente estão impedidos de levantar vôos. A bolsa de valores já deu os primeiros sinais de desconforto e vidas podem ter sido preservadas.
Em nenhum segmento a teoria do bom, bonito e barato prevalece. O importante é a relação custo-benefício, a qualidade em primeiro lugar e mais do que nunca o compromisso com a entrega. Dúvidas mesmo é se a empresa vai, de novo, ressurgir das cinzas e garantir que suas portas somente serão abertas pelos seus competentes comissários. Dias tensos na Virgínia e em diversos aeroportos do planeta. Aposto até mesmo em um fechamento total de portas...
Professor, escritor | Escola De Engenharia Kennedy | Mestrado em Administração | CEO da Agere Apoio Condominial | Real Estate | Head de Educação Síndico+Gestão
11 mImportante reflexão, que nos permite relacionar as várias atividades profissionais, para que possamos fazer escolhas que possibilite gerar valor aos usuários e clientes.