Não quero ser resiliente. Após a tempestade, não quero voltar para o mesmo lugar.
Amanhã a gente retorna para uma fase dificílima aqui em casa: as aulas on-line do Vicenzo e só de lembrar me deu dor de cabeça.
As aulas são ótimas e as professoras exemplos de paciência e entrega, mas passamos maus bocados aqui ano passado num contexto geral e é muito difícil não associar as aulas a tempestades internas.
Os dias estão curtos, as atividades estão num volume sobrenatural e agora teremos 4 horas que devem ser dedicadas ao acompanhamento dele. Parei pra respirar um pouco e lembrei da palavra resiliência, muito popular e cultivada nos últimos tempos.
Acontece que resiliência vem da física e refere-se a materiais que tem alta capacidade de após um impacto, voltar à sua forma original e eu não quero isso não. Eu quero após a porrada, sair melhor, mais experiente, mais calibrada e não voltar ao meu estado anterior.
A gente precisa entender melhor o que a gente quer, sabe? Tentei ser resiliente a vida toda. Já fui escanteada em processos
que pareciam importantes pra mim e repetia baixinho que eu deveria ser resiliente.
Hoje quase repeti isso para o meu cérebro-padrão, mas aí dei uma chacoalhada na cabeça e vamos ter de enfrentar isso, simplesmente pq nao há o que fazer.
Essa situação que para alguns é tranquila (sim, sei de muitos casos que as crianças recebem bem as aulas remotas), não é culpa de nenhum dos envolvidos diretamente (professoras e escola) e cabe a nós saber passar por ela e
não voltar ao estado de origem.
Isso não tem volta e não dá pra ser resiliente justo agora, com o mundo passando por cima de nós.
*usei o conceito original da palavra e não as adaptações que existem aí aos montes
#BeatriceBorges #multi #conteudoafetivo #transicaodecarreira
20
O Italo Hingst Genovesi, Dulcinea Llopes Espindola Espindola e outras 18 pessoas
4 comentários
Curtir
Comentar
Compartilhar