Nada como um bom feedback na hora errada
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Nada como um bom feedback na hora errada

Certamente, todos nós já ouvimos e falamos muito sobre feedback com nossos pares dentro das empresas em que atuamos. Chuto ser um dos temas mais debatidos nos últimos anos, o que justamente me faz perguntar, por que ainda erramos tanto. Esses dias, caminhando pelo Instagram, me deparei com a frase “O pior fracassado é aquele que perdeu o entusiasmo” do H. Arnold (Exército Americano). Não pude concodar mais com essa afirmação, principalmente por existirem tanto situações, em que nós, como líderes, somos responsáveis pela perda de entusiasmo de nossos liderados. E isso acontece mais do que imaginamos.

No desejo de fazer com que nossos colaboradores produzam mais e melhor, muitas vezes agimos sem pensar na aplicação de feedbacks sem pé, nem cabeça. Antes de tomar a decisão para conversar com alguém, precisamos conhecer a melhor forma de atingi-lo de maneira positiva. Sim, até mesmo um elogio em um momento inapropriado pode gerar desconforto. Tem gente que gosta de ser elogiado em público. Tem gente que não. E é nossa missão descobrir o que deseja cada colaborador. Outro erro comum nas empresas, é o elogio em excesso a uma pessoa perante à equipe – ao invés de motivar, podemos ser responsáveis pela criação de um “bode expiatório” no grupo.

Todos os profissionais, independente das áreas em que atuam, aguardam por bons feedbacks e desejam melhorar em suas respectivas funções, porém cientistas afirmam que, o cérebro humano possui mecanismos de defesa – ao ouvir algo que soe como crítica (até mesmo falado mansinho) pode cair como uma ameaça à sobrevivência, o que acaba o levando a índices ainda piores de produtividade. Sintomas como batimentos cardíacos acelerados e respiração mais curta, são comuns em situações em que nos vemos em uma situação de medo – o famoso stress. A autoestima cai, o desânimo aumenta e entramos em um ciclo sem fim, em que, muitas vezes o resultado é atingido por um determinado tempo, mas dificilmente conseguiremos atingir continuidade no engajamento da equipe. 

Se os cientistas que afirmam isso, estão certos, imagina se esse feedback corretivo for aplicado em uma hora em que o colaborador já esteja passando por um problema pessoal. Um familiar que acaba de falecer, um dia que recebeu uma má notícia e até mesmo aqueles momentos em que nós, na ansiedade de corrigir algo, aplicamos um feedback perante uma platéia que não precisava ouvir o recado. Parceiros, clientes, profissionais de outras áreas ou fornecedores, que não estejam envolvidos em um problema, não precisam saber ainda mais sobre ele. Releva, e guarda pra depois.

Muitas vezes, reverter o resultado de um bom feedback dado na hora errado, é ainda mais difícil do que corrigir a falha original.

Quem recebe o feedback, também tem uma árdua missão de escutar cada palavra percebendo que acreditam em seu potencial – mas nem por isso, precisamos ter menos cuidado ao executar uma excelente estratégia de feedback, de forma que desmoralize alguém. Segundo o Blog, Lugar de Gente, Bernardo Leite afirma que o feedback é uma ação cúmplice entre chefe e subordinado: “Feedback é uma rua de duas mãos. É para ouvir também, mesmo que você já saiba tudo o que está acontecendo faça a pergunta: ‘O que aconteceu?’. Com isso, vamos entender o motivo pelo qual esse colaborador errou”.

Compreender e estudar a causa, as consequências, o local, o momento e qual a emoção impera antes de aplicar um feedback, são pontos iniciais para que o resultado seja aquele que esperamos.

Mário Cortella já dizia: “Um sábio orienta sem ofender - e ensina sem humilhar”.

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