Nem toda inovação vem das startups!
Quando se fala em inovação logo se pensa nos movimentos e no crescimento das startups, e nem se pode negar, mas falar sobre isso agora seria “chover no molhado”, seria reforçar uma verdade. Mas há uma outra verdade, a de que não precisa ser uma startup para inovar, e isso tem sido pouco explorado.
Vivemos dentro do mundo corporativa e atravessamos por várias fases desde a revolução industrial: qualidade total, reengenharia, downsizing e etc., muitas dessas fases ainda estão aí, fortes, outras deixaram seus conceitos para outras fases mais evoluídas, não há como negar que sempre existiu inovação, que até poderíamos traduzir por evolução, e o que falamos hoje é consequência de tudo isso. Isso é bom.
Outro conceito forte que nos vem à mente é o de que inovação e tecnologia estão intimamente ligadas, e é aí onde mora o perigo. Uma empresa pode pensar em prestar um serviço de uma outra forma, desenvolver um produto inédito, alterar seus métodos de trabalho a qualquer momento e com baixo custo, apenas começando com uma ideia, mas a ideia vem de algum problema (ou dor), então tem que se conhecer os problemas para poder atacá-los, essa é a grande questão. Nós realmente conhecemos nossos problemas? E as empresas, conhecem os dela?
Um sistema de gestão da qualidade eficiente é sem dúvida um pré-requisito para uma empresa que precisa inovar (e qual não precisa?), é através dele que todos os pontos fracos e as oportunidades de melhoria aparecerão e daí a necessidade das ações corretivas e preventivas, das mudanças, essa é a hora de inovar! Claro que a empresa deve ter uma cultura preparada para tais ações, se não inovar, continuará apagando incêndios aqui e acolá.
Ok, mas e a tecnologia? Ela é um meio disponível que se pode utilizar para colocar uma ideia e uma ação em prática, mas não podemos pensar na tecnologia pela tecnologia. Na minha carreira de consultor vi muitas (mas muitas mesmo!) empresas se vangloriarem do novo investimento que fizeram em um super mega ultra ERP, e aí você constata que os departamentos, de forma isolada, por “n” razões ainda utilizam a velha e boa planilha do excell. Vi também muitos profissionais qualificados serem chamados de “gerentes de inovação” em empresas que nunca inovaram e nem vão inovar.
Inovar pode ser barato, pode ser fácil, pode não precisar de tecnologia, mas antes disso deve vir, da alta direção, a manifestação de se mudar de atitude e cultura. Seria clichê demais utilizar a frase “sair da zona de conforto”, por isso eu prefiro utilizar de outra forma: buscar uma outra zona de conforto, e depois outra, e depois outra, afinal, o que buscamos sempre é o nosso conforto e o de nossa comunidade. Ou não?