NOSSAS CIDADES : ATENÇÃO!

BY WILLIAN FAGIOLO

Quantas vezes você já ouviu que nossas cidades não têm planejamento?...Quosque tandem? Não se constrói uma cidade como se montam automóveis. Com o automóvel, cristalizou-se o elogio ao admirável gado novo como uma concepção de engenharia desprovida de conteúdo humano. O mundo criou uma atmosfera de euforia faraônica e de formação de uma população idólatra do automóvel como signo de status social. O nosso modelo de crescimento foi tardiamente copiado dos EUA. Um culto cego ao automóvel, ao salve-se quem puder. Arquitetos modernistas (séc. XX) embarcaram nessa. Ou seja, tentaram transformar cidades e casas em máquinas. Lá nos EUA as cidades são bem resolvidas (por questões de “muchos US$”). Aqui, não. O nosso velho modelo de urbanização e seus prolongamentos arrastaram-se pelos anos. Este modelo vai cada vez mais ganhando perfis de catástrofe iminente.

Sua cidade é saudável?

Observe:

Município Saudável é aquele que está continuamente criando e melhorando o seu ambiente físico e social, com a expansão dos recursos da comunidade que tornam as pessoas capazes de mutuamente se ajudar na busca de melhorias de vida no seu máximo potencial, não só no sentido de mantê-las, mas, também de melhorá-las.

Nas cidades brasileiras existe um trágico mito de que “o governo municipal (na figura do prefeito) não deve atrapalhar”, ou seja, “o prefeito não precisa fazer nada, desde que não atrapalhe”. “A cidade anda sozinha”, pois a cidade, por si só, dá conta do recado, dizem. Dá-se a impressão de uma cidade privatizada. Cômodo para muitos que assumem a prefeitura, no caso, aqueles que adotam a política do “nada a fazer”. Esse mito, essa aberração, interessa muito e a muitos, pois ocasiona total despolitização da cidade, a desconstrução da política, o descrédito do poder público e total falência da qualidade de vida da população.