As novas famílias: o que sua empresa tem a ver com isso?
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As novas famílias: o que sua empresa tem a ver com isso?

Se de um lado a evolução tecnológica e o livre acesso ao conhecimento têm provocado um impacto profundo no estilo de vida e comportamento dos brasileiros, do outro, as mudanças demográficas estão alterando completamente o perfil das nossas famílias, e rapidamente.

Hoje temos: casais com duplo rendimento e sem filhos; famílias reconstituídas com filhos de outros casamentos; filhos que sustentam pais e também seus próprios filhos; crianças com pais de mesmo sexo; pais solteiros criando seus filhos sozinhos – segundo o IBGE, esses já são mais de 900 mil – ou que ficam em casa enquanto a esposa trabalha; famílias multiparentais (quando crianças têm um pai/mãe afetivo e outro biológico) e por aí vai.

A composição familiar contemporânea se tornou bastante diversificada, mais do que isso: o conceito de família mudou. Agora, as pessoas tendem a priorizar a felicidade e não mais as convenções sociais.

E as empresas, o que estão fazendo com este cenário?

A resposta é: a maioria faz quase nada. Muitas áreas de RH ainda nem se deram conta deste movimento. Isso porque, ao levantar o perfil da sua população, levam em consideração apenas dados frios, ou seja, aquilo que o funcionário declara como “dependentes” – daí o único resultado possível dessa análise é o quadro da família tradicional que todos conhecemos.

Então, vamos refletir:

Como será a produtividade de um funcionário cuja cabeça está no filho doente ou naquela apresentação da escola em que ele não pode ir? Ou se os pais idosos estão precisando de ajuda? Como gestores lidam (de verdade) com ausências provocadas por esses motivos? O tratamento é igual para todos?

Expandindo um pouco mais, será que casais com duplo rendimento e sem filhos ou aqueles em união homoafetiva possuem as mesmas necessidades que os tradicionais?

Quantas empresas você conhece que refletem este novo quadro em seus programas de benefícios ou na forma como gerencia pessoas?

O grande erro das corporações é que elas ficam presas a ideias preconcebidas de seus colaboradores. Isso facilita o trabalho, mas no longo prazo cria um buraco na satisfação e engajamento das equipes e até no orçamento de RH.

A resposta padrão das empresas frente a alguma mudança populacional geralmente varia entre duas alternativas padronizadas:

  1. Dar menos benefícios para todos – já que as pessoas não estão usando mesmo; ou
  2. Gastar mais em benefícios e treinamentos (o que pode ultrapassar 60% do custo da folha de pagamento) - e depois não conseguem entender porque os funcionários não reconhecem e trocam de emprego.

A nova realidade familiar nos obriga a gerar respostas diversas para necessidades diferentes. As lideranças precisam estar atentas, pois padrões já não existem mais.  

Se seu RH ainda considera o velho perfil padrão, algo precisa ser feito agora, não no futuro.

No próximo post vamos falar sobre o que as empresas podem fazer diante da nova realidade. Até lá!

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Andrea Huggard-Caine é diretora de Certificação da ABRH-Brasil e partner da 838 Soluções – uma empresa do grupo HuggardCaine, especializada na implantação de Benefícios Flexíveis no Brasil. Atualmente administra mais de 100 mil beneficiários e movimenta R$16 Bi por mês em benefícios.

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Daniel Capobianchi

Facilitador de Soluções Sustentáveis com Bambu | Transformando Arquitetura, Construção e Mobilidade Urbana

8 a

Andrea Huggard-Caine Reti,SHRM-SCP, HRMP,GPHR, ótima visão e o mais preocupante é justamente o fato das empresas ainda não terem percebido esse movimento. Por aqui implementamos células de criatividade e inovação nas empresas com o objetivo de se promover valor aos seus produtos/serviços e marca, porém ao ler seu artigo, percebo que o verdadeiro valor, aquele que deve ser promovido dentro das empresas ao seu ativo mais importante, no caso o capital intelectual, ainda não é percebido por elas mesmas. Dai é inevitável me fazer a pergunta, se a maioria das empresas ainda não entende o real conceito do valor que vem de dentro delas mesmas, como podem querer que seus stakeholders percebam o valor de seus produtos e serviços. Ótimo artigo.

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