Novo feed do Facebook: a intenção é mesmo (só) o dinheiro?
A essa altura, você já deve saber sobre as alterações que o Facebook anda planejando em sua plataforma: separar as postagens de amigos e familiares das postagens de páginas, produtos e empresas.
Tudo é muito simples. Com essa mudança, ainda em testes, os usuários terão acesso a dois feeds: o News, para seu ciclo de amizades; e o Explore, para as páginas que você curte.
Como não poderia ser diferente, o alarde já começou. E tudo é interpretado como uma grande conspiração do Facebook para que, quem tenha uma página, seja praticamente obrigado a pagar para aparecer no News feed, entre as postagens dos amigos. Essa conspiração é ba-le-la.
Primeiro é preciso entender que as pessoas que realmente alimentam uma rede social são os usuários dela. Sem eles, não há rede. Então, constantemente, é preciso manter cada usuário “viciado” em conteúdo. E você sabe como isso acontece?
Simples: mostrando a você, o que você “realmente” gosta! Cada rede social tem seus próprios algoritmos, o do Facebook é chamado de EdgeRank — que também gera muita polêmica. Esse algoritmo é preparado para entender o seu comportamento e o comportamento de cada postagem. Se ele é bom… é um fato que ele te mantem em sua bolha particular.
Acredite ou não, ele é o principal responsável pelas pessoas não pararem de usar o Facebook. Se você “stalkeia” aquele amigo, então o EdgeRank passa a te mostrar as coisas dele. Se você adora uma página, então o EdgeRank passa a te mostrar coisas dela. Simples assim.
O que acontece é que existe MUITA informação no seu Facebook, no meu Facebook e em cada perfil. As vezes, curtimos páginas que daqui 2 meses não vamos nem sequer lembrar. Basicamente, é muita publicação competindo por espaço. Vivemos na era da velocidade.
Então é bem natural, na verdade até lógico, que nem todo mundo apareça. Isso seria inviável de tantas formas e, provavelmente, não seria nada viciante. O Facebook quer e precisa te manter lá e seu algoritmo foi projetado para isso, não para atuar como um vilão de páginas feito para que elas gastem na plataforma.
Talvez existam intenções sombrias por trás disso, talvez… mas o ponto é que funciona. A cada atualização as pessoas ficam mais viciadas em Facebook e o tempo que elas passam na plataforma sobe a cada ano.
Se a separação dos feed vai ser oficializada, não é o momento para afirmar. Entretanto, se ela for… então saiba que ela cumprirá o seu papel de: continuar mantendo as pessoas engajadas dentro da plataforma — talvez para o usuário final, essa adaptação inclusive seja bem melhor e mais organizada.
É muito provável que algumas páginas sofram com isso, mas antes de culpar a plataforma acho interessante olhar para si mesmo. O que você publica, realmente é interessante para o seu público? E, o mais importante, por que os números para sua página importam tanto?
As pessoas tem uma fixação por números. E a não ser que você viva da exposição da sua página — o que não é uma realidade na maioria dos casos, o que importa não são os números, mas os resultados disso para o seu negócio e a sua receita.
Gastar dinheiro é um processo natural de qualquer negócio. Isso chama investimento e é natural que as plataformas de mídias sociais entendam que, se você quer maior visibilidade, é porque isso é rentável para você. Se você tem uma página do Facebook com milhares de curtidas e, no fim, isso não significa nada na sua receita… é imprudente gastar só para aparecer.
O que mais vivenciei por esse mundo são pessoas frustradas com o botão “Impulsionar”. Vou contar um segredinho: impulsionar não funciona e não é a melhor opção de marketing dentro do Facebook. Ele exibe a sua publicação para o máximo de pessoas possível, mas e daí? A não ser que esse seja estritamente o seu objetivo de marketing, realmente é jogar dinheiro fora.
Minha recomendação é: entenda o porquê os números importam para você e pare de culpar as plataformas de privar você de aparecer. Quem influência o quanto você vai aparecer, ou não, são apenas as pessoas que curtiram sua página. Se elas não engajam, então não é interessante o Facebook “flodar” o feed delas com esse conteúdo por hora.
Então é isso, vamos todos acalmar! Mudanças são boas e elas não são projetadas, necessariamente, para serem os nossos vilões. Espero que tenha respirado fundo e se você ainda está por aqui, deixo algumas dicas:
Evite o botão “Impulsionar”, ele é fácil, prático e rápido. Mas, na maioria das vezes, é desperdício de dinheiro. Projete uma campanha dentro do Power Editor, tenha conhecimento para isso ou então procure um profissional que saiba lidar com campanhas otimizadas dentro do Facebook. Pelos mesmos R$ 15,00, você pode promover muito mais publicações.
Se você quer aparecer para levar as pessoas para o seu blog, onde você ganha dinheiro dos anúncios. Veja o quanto é interessante investir. Entenda o RPM (receita por mil impressões) do seu blog e faça uma campanha direcionada exclusivamente para tráfego e se possível para conversões como, por exemplo, pessoas que visitem mais de três páginas ou façam alguma coisa mais especifica.
Se você quer promover seus produtos e serviços, onde você gera receita para o seu negócio. Não invista em publicações, invista em campanhas. Planeje postagens e campanhas que levem a algum resultado tangível como, por exemplo, pessoas realizando compras em sua plataforma.
Por fim, não transforme o marketing de mídia social em marketing tradicional. A não ser que você seja um grande empresa, tenha rios de dinheiro para gastar ou viva exclusivamente da sua imagem — como influenciadores digital, a forma mais inteligente de fazer marketing digital é obter resultados que vão, diretamente, gerar receitas para você.
Lembre-se, para crescer é preciso uma série de esforços e investimento é um desses esforços. Os números não importam, mas sim os resultados. É preferível ter receita do que ter likes. Pensem nisso e até a próxima.