O aço nessa transição...
Hoje presenciamos várias discussões e estudos sobre a transição energética e o que ela nos trará num futuro próximo. Os gurus nos trazem uma visão de mudança rápida com o uso intensivo de alguns metais tais como: cobre, níquel, lítio e cobalto, e cobram ações da indústria para o aumento do volume de produção dos metais primários. Em paralelo a isso, vemos a regulamentação de drones com capacidade de transporte de pessoas e políticas incentivando o uso do transporte público ou de meios menos poluentes. ao mesmo tempo, uma nova "localização"da indústria (contrário a Globalização) em países desenvolvidos. Sim, o cenário está complexo para que nossos "gurus" tenham a certeza de qualquer coisa, porém algo de certo podemos tirar deste cenário: o desenvolvimento de novos materiais, mais leves, mais resistentes, recicláveis e com preços competitivos favorecendo seu uso em diversas aplicações distintas.
Assim é o aço, mundialmente conhecido, produzido e usado de forma ampla que agora passa por um processo mais rápido de inovação buscando seu lugar na transição energética de forma a trazer um retorno positivo para a sociedade e aplicações perenes na indústria. Não há substituto para o aço, mas há possibilidades de aços melhores substituirem os aços atualmente utilizados trazendo resultados consideravelmente melhores para o usuário final e para toda a sociedade. Aços micro-ligados são mais caros, obedecem especificações customizadas, são de uso pontual dificultando estocagem em larga escala e consequentemente sua disponibilidade imediata, e exigem investimento para o seu desenvolvimento que pode levar um tempo maior do tempo que dispomos (mesmo usando novas tecnologias como a IA, por exemplo); isso é certo e não mudará tão cedo. Porém, temos aqueles aços micro-ligados mais conhecidos e comuns em diversas aplicações deste estruturais até automotiva, temos aqueles aços já conhecidos por diversos usuários na mesma indústria que ainda não consomem em mais larga escala devido a uma busca constante de menores custos.
Temos hoje uma urgência maior do que aquele custo muito baixo, temos na indústria seus clientes buscando alternativas de menor pegada de carbono, menor geração de CO2. Isso conta e vai contar mais daqui a pouco quando um aço produzido com alta geração de CO2 pagará uma taxa ou imposto a mais para compensar o mal que causa a todos; será que alguém ainda consumirá tal matéria-prima em dez anos? Portanto, o apelo atual é de mudarmos o mindset para a menor emissão possível de CO2 produzindo um aço micro-ligado de menor custo possível, de maior resistência (pois assim podemos utilizar um menor volume de aço), que seja o menor gerador de CO2 dentre os demais na indústria. Isso trará um resultado positivo para todos os envolvidos, inclusive para esta siderurgia que se tornará mais competitiva globalmente.
Recomendados pelo LinkedIn
Junto a isso, certamente virá um consumo maior de elementos micro-ligantes como molibdênio, vanádio, titânio, nióbio, dentre outros. Por outro lado, o mercado está aberto a novas tecnologias e novos materiais além do aço nesta mesma corrida atrás de novas aplicações e um novo mindset que colocará distintos materiais competindo nas mesmas aplicações assim como ocorre hoje, mas com uma competição de maior intensidade e com mais fatores relevantes para a avaliação e decisão final do usuário que usará de novas tecnologias para auxiliá-lo nesta decisão de forma mais precisa e rápida.