O Amanhecer da Economia de Dados Pessoais: Do Controle das Bigtechs ao Empoderamento Individual
Por muito tempo, nossos dados pessoais foram tratados como um recurso a ser extraído, um subproduto silencioso da nossa vida digital. Grandes empresas como Meta, Microsoft, Google e tantas outras construíram impérios sobre essa montanha de informações, moldando algoritmos, direcionando mercados sem a nossa plena compreensão ou consentimento e agora treinando grandes sistemas de Inteligência Artificial. Mas o cenário está se transformando. Estamos a caminho de uma nova era, onde o indivíduo poderá assumir o protagonismo na economia de dados pessoais.
A crescente conscientização sobre o valor dos nossos dados impulsiona essa mudança. Não se trata apenas de informações fragmentadas, mas de uma representação digital da nossa identidade, dos nossos hábitos, dos nossos desejos.
Uma das empresas que está na vanguarda desse mercado é a Drumwave. A ideia da empresa é basicamente coletar os dados dos usuários, com o consentimento deles, e transacionar esses dados com outros players, remunerando seus clientes. Na prática, todos os dados de navegação, preferências e outras pegadas digitais são coletadas em convertidadas em dinheiro em uma carteira virtual, demonstrando de forma clara com quem os dados estão sendo compartilhados.
Se você acha que isso está muito distante ou parece enredo de filme de ficção científica, fique sabendo que não. Inclusive o congresso brasileiro já possui um Projeto de Lei para regulamentar esse tipo de prática, por meio do projeto de lei PLP 234/2023.
No entanto, apesar de parecer um assunto simples, empresas como a Drumwave é apenas uma das peças desse quebra-cabeça para viabilizar esse novo mercado.
Novos tempos, novas legislações
Governos também desempenharão um papel fundamental nesse processo de monetização de dados pessoais e controle. A Finlândia, criou um sistema de identidade digital descentralizada, pensando nesse futuro. Este sistema de ID descentralizada, usa a tecnologia de blockchain para criar uma identidade digital que não depende de uma única autoridade central, como o governo ou uma empresa privada, mas sim de uma rede descentralizada, que permite que cada cidadão gerencie sua própria identidade. Dessa forma, Os cidadãos têm a propriedade total de seus dados pessoais e podem decidir quais informações compartilhar e com quem. Em vez de armazenar dados em um banco centralizado, como o governo, cada pessoa armazena seus dados em uma carteira digital.
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Nesse modelo a verificação de identidade é feita em uma rede de blockchain, onde diferentes partes podem verificar informações sem precisar acessar diretamente os dados pessoais do usuário. Por exemplo, para abrir uma conta bancária, uma pessoa pode compartilhar apenas a verificação de que é maior de idade, sem revelar a data de nascimento exata. Além disso, com a descentralização, os dados pessoais estão mais protegidos contra ataques cibernéticos, pois não estão centralizados em um único local. Isso também dificulta o uso indevido e a vigilância das informações, uma preocupação crescente para a população.
A jornada rumo a uma economia de dados pessoais justa está repleta de desafios. A segurança da informação, a privacidade e a prevenção do uso indevido dos dados são questões cruciais que precisam ser endereçadas. Mas o caminho já está traçado e temos alguns bons exemplos, como o governo da Finlândia, na regulação dessa nova onda.
O futuro da economia de dados não é uma distopia controlada por algoritmos, inteligências artificiais e bigtechs, mas um futuro onde o indivíduo, finalmente, poderá assumir o controle do seu próprio destino digital.
Não se trata apenas de informações fragmentadas, mas de uma representação digital da nossa identidade
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Até a próxima!