O amargo gosto da derrota
Foto: Robert Michael/dpa/picture alliance

O amargo gosto da derrota

Todos estamos muito frustrados com a derrota sofrida pela Seleção Brasileira e a eliminação da Copa 2022. Afinal, estávamos indo muito bem – não obstante a derrota para Camarões – e o Brasil jogou melhor do que a Croácia na maior parte do tempo. Mais que isso: o jogo parecia decidido com o gol do Neymar. Tudo o que precisávamos fazer era ganhar tempo para assegurar a vitória evitando a decisão por pênaltis. Em surpreendente reviravolta, a Croácia empatou e o pior aconteceu: fomos para a inevitável roleta russa.

Pensei em como podemos aproveitar o amargo gosto da derrota para examinar porque os erros acontecem e como daria para evitá-los. Afinal, também ocorrem com frequência em nossa vida e nos negócios.

Antes, considere o viés de retrospectiva, essa atitude comum que todos nós adotamos – depois do fato ocorrido – destacando o óbvio. Veja o que os comentaristas profissionais e não profissionais estão dizendo. “Tite errou em tirar Richarlison e Vini.” “Não poderia ser um garoto de 21 anos, a bater, pela primeira vez, uma penalidade com a camisa da Seleção Brasileira.” “Neymar deveria ter batido o primeiro pênalti.” São muitas as avaliações, algumas bastante agressivas, a maioria culpando o decisor, ou seja, o técnico Tite.

O viés de retrospectiva vem nos mostrar que tudo era mais simples e que nossos erros são bobos, depois de feitos. É fácil reconhecer os erros depois, mas o que levou a eles? Onde foi que o Brasil errou no jogo contra a Croácia? Será que, vendo agora, todos os que opinam e criticam são mais preparados do que o Tite, que lá estava completamente empenhado na situação?

Tite é um técnico inteligente e experiente. Trouxe alegres vitórias para o meu Corinthians. Portanto, apenas lançar a culpa nele não é suficiente para aprender onde erramos. Não penso que assim seremos capazes de desenvolver alguma imunidade contra as bobeadas, mancadas, deslizes e vaciladas que acontecem com uma frequência maior do que gostaríamos, mas acredito que todos gostaríamos de diminuir nossa taxa de erros e aumentar o grau de aprendizado.

O decisor não está no controle de tudo. Desconhecemos os trâmites nos bastidores que tanto influenciam tanto a escalação do time quanto as negociações com a Fifa. Assim também é a nossa vida. Nunca estamos no controle completo das situações. Devemos cuidar do texto (o que está no nosso controle) sem perder de vista o contexto (o que não está no nosso controle).

Se não temos controle sobre o contexto, vamos observar um pouco mais o texto. Exercemos controle – ou deveríamos exercer – sobre os nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Muitas das tendências e propensões ao erro estão de tal maneira enraizadas em nossa memória e encravadas em nossas crenças, costumes e cultura que é difícil desconsiderá-las em nossas decisões.

Outras, mais simples e sutis, influenciam a qualidade das nossas decisões. Leve-as a sério, porque acabam sendo mais relevantes do que se imagina:

– Será que Tite estava devidamente descansado? Pessoas cansadas e privadas do sono estão propensas a fazer apostas arriscadas e inconsequentes.

– Será que Tite estava centrado? O equilíbrio ajuda no pensamento organizado e na flexibilidade necessária para a solução de problemas.

– Será que Tite estava mais otimista do que devia? Uma coisa que ajuda é ser menos otimista na hora de tomar decisões. Ser autoconfiante é considerado algo positivo, mas em excesso é uma das principais causas das resoluções equivocadas.

Muitos erros identificados depois pelo viés de retrospectiva são óbvios e não necessitam de nenhuma análise mais científica. Vale tanto para os acidentes aéreos, automobilísticos e de trabalho, como para as derrotas na copa do mundo.

O que precisamos é de muita lucidez e de discernimento para não repeti-los.

Erwin Franieck

Secretário Desenvolvimento Econômico e Inovação Valinhos

2 a

Esta análise em um jogo, em que teremos um derrotado e um vencedor, e nenhum dos lados quer ser o derrotado, este pensamento vale para cada um dos lados … e a superioridade em alguns pontos são fraquezas em outros . Nos pênaltis estava claro que a Croácia era nota 10, já tinha demonstrado contra o Japão. O ambiente de negócios permite o ganha/ganha, que não encontramos como fazer em um campeonato de futebol. Imagine que pudessem haver regras de que o gol não fosse a única medida de resultado … em que pudesse se criar condições em que quando um jogo traz uma torcida organizada, que a torcida na rivalidade encontre pontos em comum, que em jogadas triunfantes pudesse entrar uma segunda bola em campo , e as duas estariam vivas enquanto rolando e até uma delas saísse pelas quatro linhas do campo, e o gol feito enquanto houvesse duas bolas rolando em Campo Valesse, quer seja para a seleção que marcou, quer seja para as duas seleções criando um segundo ranking, das seleções que marcaram mais gols ganha ganha … Neste caso o esporte seria premiado para quem ganhou, mas seriam ambas premiadas pelo espetáculo exibido …

Jefferson Bugelli

Especialista em UX/UI Design | Designer de Produtos Digitais | Acessibilidade & Ecodesign | Design Systems para HealthTech

2 a

Nem sempre escolhemos as ferramentas certas. Tanto na vida pessoal como nos negócios, precisamos buscar realmente as ferramentas que servirão para o nosso projeto ou então estaremos fadados ao fracasso. Será necessário ter uma visão mais racional dos fatos e estratégias. Com isto alinhado, nosso sucesso será questão de tempo.

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