O Brasil é realmente o país do futuro? Questionou a futurista Amy Weeb no SXSW
Foto: Ana Carolina Peuker

O Brasil é realmente o país do futuro? Questionou a futurista Amy Weeb no SXSW

Já se passou um mês desde o grande festival SXSW , realizado em Austin, no Texas. Foram tantos conteúdos incríveis que acabei de concluir minha própria curadoria. E é claro que vou compartilhar com vocês os principais insights das palestras que assisti e acompanhei remotamente.

Futuro do trabalho e comportamento humano

Troquei muitas ideias sobre os temas do evento com minha mentora, Leticia Schmaedecke , que me recomendou a palestra de Esther Perel sobre o uso da IA e o comportamento humano. Este ano, ela dividiu o painel com a pesquisadora Brené Brown , abordando como o distanciamento e a ascensão das relações mediadas pela tecnologia podem funcionar como uma barreira para a vulnerabilidade e autenticidade nas interações humanas.

"A qualidade de sua vida está diretamente ligada à qualidade de seus relacionamentos", enfatiza Esther, compartilhando que uma das questões mais comuns em sua clínica são queixas sobre solidão e busca por conexão. Ela observa que, quanto mais conectadas as pessoas estão pela tecnologia literalmente na palma da mão, mais distantes parecem estar de relacionamentos significativos.

Ela mencionou um conceito que já havia apresentado no palco do South by Southwest no ano passado: "o outro IA deste tempo é o surgimento da intimidade artificial, que se refere às experiências que temos atualmente, que são, na verdade, pseudoexperiências. Elas deveriam nos dar a sensação de algo real, mas não o fazem. Quando você fala comigo sobre algo profundamente pessoal e eu respondo com um simples ‘entendi’, isso pode parecer insatisfatório e frio e distanciar ainda mais essas pessoas".

Ambas destacaram que o uso excessivo dos smartphones pode transmitir a mensagem de que a pessoa com quem estamos interagindo não é tão importante, o que pode levar a sentimentos de solidão e falta de valor. Isso pode contribuir para a ansiedade e outras questões de saúde mental frequentemente discutidas atualmente.

Saúde mental como pauta nas organizações

Em seu painel no SXSW, a professora de psicologia da Yale University , Laurie Santos, destacou que a felicidade é essencial para o bem-estar pessoal e também estratégica para empresas, pois aumenta a produtividade dos colaboradores e o lucro das companhias. Laurie ganhou destaque ao fundar, em Yale, a aula "A Ciência da Felicidade", que se tornou a mais frequentada na universidade. Sua motivação para criar esse curso e, posteriormente, um podcast sobre felicidade, foi observar alunos de graduação enfrentando um crescente sofrimento mental e acessar estudos que indicavam uma correlação entre a felicidade desses estudantes e seu sucesso profissional.

No SXSW, seu painel abordou o hype da inteligência artificial e a nova onda de demissões nos Estados Unidos. “As pessoas não são felizes porque ganham muito dinheiro. Elas são felizes e, portanto, ganham mais dinheiro”, afirmou ela.

Mais recentemente, novos levantamentos começaram a correlacionar a felicidade ao lucro das empresas, como o índice criado pela University of Oxford a partir de conteúdos sobre felicidade publicados no portal Indeed . As empresas mais lucrativas são aquelas com colaboradores felizes. “Esse pode ser o fator decisivo para o sucesso de uma startup”, indicou ela. “Nos próximos cinco a dez anos, as empresas começarão a considerar mais o bem-estar dos colaboradores. Isso é em parte moral e ético, mas também será um movimento puramente capitalista”, afirmou.

Como fomentar a felicidade no ambiente de trabalho? Com base nessa questão, a painelista compartilhou suas dicas para tornar o ambiente de trabalho mais saudável. Em primeiro lugar, é necessário acessar e interpretar as emoções negativas que surgem no ambiente de trabalho, em vez de reprimi-las. “Se você usar energia para segurar suas emoções, sua produtividade diminuirá”, destacou. Para isso, ela recomendou o método RAIN, criado pela psicóloga Tara Branch. Ele consiste em reconhecer, permitir, investigar e cuidar das emoções em inglês.

Segundo Laurie, a cultura de trabalho atual deixou o mundo “faminto de tempo”, pois ocupar o tempo tornou-se sinônimo de produtividade. No entanto, a produtividade não tem uma métrica única e, como argumenta cal newport , tornar-se visivelmente ocupado para si e para os outros comunica produtividade, mas não necessariamente traz produtividade. Ela defende a criação de “aflição de tempo”, ou seja, abrir espaços na agenda, diminuir a carga de trabalho e evitar notificações que ocupam a tela para poder exercer a produtividade nos moldes individuais.

Outra abordagem importante é a autocompaixão. Laurie criticou a cultura da pressão constante, que cria um ciclo de auto-criticismo.

Assim, ela concluiu que é necessário adotar novas formas de impulsionar a motivação por meio da autocompaixão. Para ela, a autocompaixão envolve reconhecer as emoções, normalizá-las como parte da experiência humana e ser gentil consigo mesmo.

Ao alinhar o trabalho com os valores pessoais, Laurie identifica um dos principais motivadores do burnout: o desalinhamento entre os valores pessoais de cada indivíduo e os valores da empresa para a qual trabalham. Assim, ela recomenda que os profissionais identifiquem seus traços de caráter e valores e busquem integrá-los ao seu dia a dia.

Por fim, Laurie enfatizou a importância do pertencimento no ambiente de trabalho. “A conexão social é uma das coisas mais importantes para nosso bem-estar, então é óbvio que isso também seja verdadeiro quando se trata de trabalho. No entanto, há a ideia equivocada de que os amigos só importam fora do trabalho”, mencionou ela. Para promover isso, é necessário fomentar interações positivas e consistência de contato, o que é um desafio e exige um esforço maior em tempos de trabalho remoto, e dar espaço para a vulnerabilidade aparecer.

Resiliência X Compaixão

"A palavra resiliência se tornou tão popular que perdeu o significado. Será que sabemos o que ela significa?", questionou Simran Jeet Singh , diretor do The Aspen Institute e autor de best-sellers. Ele traz ao evento uma visão sobre como reagir a ofensas e confrontos no dia a dia, com curiosidade, coragem e conexão.

Simran Jeet Singh, assim como eu, odeia a palavra resiliência, e em seus discursos fala sobre o processo transformador das pessoas ao se tornarem mais resilientes. “O que é resiliência? E, mais do que isso, como nos tornamos resilientes? As ideias nos guiam, mas precisamos saber como agir sobre elas”, disse Singh. Um dos fatores que levam diretamente à resiliência, segundo Simran, é a compaixão.

Escolhendo sempre a melhor forma de reagir, sendo filho de imigrantes indianos e nascido nos EUA, Simran se acostumou a ser hostilizado por sua aparência em seu próprio país. “Ter optado por deixar para lá, essa foi uma escolha fez toda a diferença diante dos piores casos de racismo que sofri. Mas, todos temos a oportunidade de fazer as escolhas certas – e isso é parte da resiliência. A vida não simplesmente acontece diante de nós, podemos navegar a adversidade que nos acomete”, compartilhou ele.

Em outra situação, ele teve uma semana difícil no trabalho e desabafou com um amigo próximo. A resposta do amigo foi: “você vai ficar bem, já passou por coisa pior”. Simran se sentiu imediatamente desconfortável com esse comentário e, depois de um período tentando processar a sensação, chegou a uma conclusão. Existe a crença, em parte verdade, de que as pessoas forjadas em contextos menos favoráveis tendem a lidar melhor com adversidades. Isso evidencia que o consenso geral em torno do significado de resiliência é presumir que certas pessoas têm maior ou menor facilidade para responder a desafios.

"Eu não quero apenas sobreviver, queremos saúde, felicidade, bem-estar e isso é prosperar. A diferença entre essas duas coisas é imensa. Todos vamos ficar bem, mas e se pudermos ficar ótimos? Resiliência é sobre prosperidade”, disse ele.

Três componentes nos levam à compaixão:

  1. Curiosidade: O Ocidente acredita que é preciso ter compaixão porque é a coisa certa a se fazer ou porque a ajuda pode amenizar o sofrimento alheio. E embora essas duas premissas sejam verdadeiras, há uma terceira, menos falada, que é o que se sente quando se dá algo a alguém. “Amacia um mundo em que não existe maciez suficiente. Em um mundo em que estamos constantemente nos fechando uns diante dos outros. Ter curiosidade sobre as mazelas dos outros nos amolece”. É necessário, segundo Simran, combater um contexto polarizado como o atual – em que é fácil fazer conclusões sobre alguém, só com curiosidade podemos de fato, conhecer o outro.
  2. Coragem: É necessário ter coragem para receber críticas, pois as pessoas sempre vão falar coisas boas e ruins sobre as outras, e a chave para contornar as que são ruins é saber quem se é. Simran reconhece que, para chegar a esse estado, é preciso ter clareza e não se deixar distrair, por isso a coragem entra em cena: a coragem para tomar a decisão de não entrar no mesmo jogo que a pessoa que proferiu a ofensa e, em vez disso, reconhecer quem se é e onde quer chegar.
  3. Conexão: Este terceiro item parece ser o mais óbvio e intuitivo, pontuou Simran. Afinal, se as pessoas não se sentem conectadas umas às outras, é impossível sentir compaixão. Porém, na cultura ocidental, o meu bem-estar é validado a partir do bem-estar do outro.

“Se conseguirmos construir esses três pilares e criar a transformação a partir de nós mesmos, se tivermos mais compaixão, seremos mais resilientes”, conclui ele.

O poder do conflito

Uma palestra que me encantou sobre comportamento foi a de William Ury , renomado mediador de conflitos e cofundador do programa de negociação da Harvard University . Antropólogo de formação, ele compartilhou dicas poderosas para aplicarmos em nosso dia a dia, enfatizando a importância de não ver o conflito como algo negativo, mas sim como um processo inteligente e, muitas vezes, criativo.

"Tendemos a pensar que o conflito é algo negativo, mas faz parte de nossa natureza. E a saída central costuma ter três caminhos: entender, abraçar e transformar, principalmente por meio da criatividade e colaboração. Precisamos de mais conflitos, e não menos. As melhores decisões geralmente surgem de uma negociação", destacou Ury.

Ele lembrou que vivemos na era do conflito e que o maior obstáculo para conseguirmos o que queremos não é a dificuldade encontrada nos outros, mas em nós mesmos. "Nossa tendência natural é reagir antes de pensar. Se você deseja influenciar os outros, primeiro precisa acertar as coisas consigo mesmo. A negociação é um jogo que começa internamente. O maior obstáculo na negociação somos nós mesmos. Pausas e silêncios nos impedem de reagir sem pensar", enfatizou.

De forma prática, Ury apresentou três dicas para lidarmos com os conflitos. O primeiro é "aumentar o zoom para examinar os interesses que estão por trás de nossas posições declaradas, o que geralmente provoca etapas significativas." O segundo é entender o outro lado e usar esse entendimento como ponto de partida para construir o caminho para onde queremos levar nosso interlocutor. "Raramente há conflitos sobre questões superficiais. Descobrir suas motivações mais profundas nos ajudará a abordar a negociação de forma mais produtiva." E o terceiro é ter uma terceira visão, "a negociação não acontece apenas em uma mesa. Devemos olhar para pelo menos duas outras mesas: as negociações internas de ambos os lados."

Ury se autodenomina um "possibilista", alguém que sempre enxerga alguma possibilidade no horizonte. "Um dos maiores poderes da negociação é que, por meio dela, podemos mudar o jogo. Usem essa capacidade para resolver os conflitos. Não há problemas que não possamos resolver, e se conseguirmos transformar nossos conflitos em algo positivo, vamos acabar transformando nós mesmos e, assim, o mundo", concluiu.

Outra especialista que palestrou e defende o poder do conflito é Amy Gallo . Para ela, os líderes devem aprender a resolver os conflitos, já que eles influenciam a cultura da equipe. "Enquanto líder, você pode ter assistência de seu chefe ou do departamento de recursos humanos, mas a responsabilidade é sua", afirmou. Gallo é especialista em trabalho e autora da Harvard Business Review , e ela defende a resolução de conflitos para criar ambientes de trabalho saudáveis e eficientes.

O conflito é inevitável, pois faz parte da natureza humana, e no ambiente de trabalho não é diferente. Fingir que não existem conflitos cria o que Gallo define como "harmonia artificial", em que a equipe alimenta uma fachada de boa convivência, mas mantém tensões, ressentimentos e opiniões não expressas.

Gallo fornece cinco táticas para lidar com conflitos no local de trabalho:

  1. Aceitação do conflito: Reconhecer que conflitos são parte da natureza humana e manter uma postura calma e confortável com sua ocorrência.
  2. Conhecimento dos membros da equipe: Fomentar o conhecimento mútuo entre os membros da equipe para reduzir a intensidade dos conflitos e aumentar a empatia.
  3. Criação de regras e expectativas claras: Estabelecer regras sobre como a equipe quer trabalhar, lidar com conflitos e comunicar sentimentos e frustrações.
  4. Abordagem direta e neutra à fofoca: Reconhecer os aspectos positivos e negativos da fofoca e promover o feedback direto como alternativa.
  5. Compromisso com a segurança psicológica: Criar um ambiente propício para expressar ideias, admitir erros, promovendo a honestidade e o apoio mútuo.

O erro pode gerar aprendizados. "Funcionários mais efetivos também são aqueles que cometem mais erros", compartilhou Gallo. Para um ambiente seguro psicologicamente, ela recomenda que as equipes mantenham uma relação de carinho e preocupação, consistência e honestidade. "Temos que nos apoiarmos, investir no sucesso uns dos outros. Não significa ser melhor amigo. No pilar da honestidade, devemos dizer o que queremos dizer e não termos medo de relatar notícias ruins", concluiu.

A Epidemia da Solidão

Enquanto a "epidemia da solidão" avançou como um dos tópicos mais citados ao longo do South by Southwest, o festival reuniu alguns pensadores que prometem o antídoto para a solidão ou, pelo menos, estratégias para construir relações mais significativas.

Já se sentiu sozinho em uma sala cheia de pessoas? Ou mesmo ao lado de quem ama? Esse fenômeno é objeto de estudo do podcaster, ex-monge e chief purpose officer do aplicativo de meditação Calm , Jay Shetty . Ele explica que, desde a infância, somos ensinados que estar sozinho é ruim. Seja no intervalo da escola ou sem amigos por perto. Na vida adulta, esse anseio se consolida com a busca pelo amor romântico. Ainda assim, muitos de nós continuam se sentindo sozinhos.

Para Shetty, a resposta passaria pela tecnologia. “O que fazemos com o tempo e como encaramos a distância social é algo que precisamos analisar”, afirma o executivo da Calm. Nesse sentido, ele apresentou maneiras de diminuir essa distância emocional. O entretenimento seria uma delas. No entanto, ele defende que é preciso reduzir o uso de telas quando se está compartilhando momentos com alguém. “O entretenimento é uma forma de conexão quando ambos estão fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo”, explica Shetty.

Para Radha Agrawal , co-fundadora e CEO do DAYBREAKER , a vergonha, a sensação de não pertencer e a solidão são sentimentos universais. O cenário moderno resultou no que ela classifica como "individualismo tóxico", ou seja, pessoas auto-centradas, egoístas e que não contribuem para a comunidade. “Ninguém é imune a esse sentimento”, disse ela. A saída é fomentar o pertencimento, o que, potencialmente, vai salvar o planeta.

Radha sugere uma valorização do serviço à comunidade como uma fonte de felicidade e pertencimento, incentivando atos de caridade e engajamento em projetos que tragam benefícios para os outros. Para além da regulamentação, o mercado de tecnologia deveria adotar práticas de transparência e dados abertos. Enquanto isso não se torna realidade, há soluções por meio de colaborações entre plataformas sociais. Em parceria com o TikTok , o Headspace criou uma campanha que incentivava os usuários do TikTok a pararem de navegar para respirar e sair do aplicativo, o que resultou em uma taxa de saída do aplicativo de 20%.

O superciclo tecnológico

Amy Webb , renomada futurista e CEO do Future Today Institute , apresentou no SXSW a 17ª edição do Tech Trends Report. Simpática, ela saudou o público brasileiro que lotava as primeiras filas em português. Para Webb, em pouco tempo, os large language models – base para a criação, por exemplo, do ChatGPT – devem se tornar insuficientes e serem substituídos por large actions models. Isso porque os dados disponíveis online, usados para treinar IA, estão limitados pela impossibilidade de interagir em tempo real com humanos.

Entram em cena, então, os conectables, aparelhos vestíveis que contam com sensores capazes de captar dados visuais e sensoriais humanos. O exemplo mais palpável disso seria o recém-lançado Apple Vision Pro. Para Webb, por trás da contrapartida de oferecer mais imersão aos usuários, existe a possibilidade de desbloquear um novo universo de dados e aprendizado de máquinas. “Eles estão sendo desenvolvidos para ler as suas intenções”, afirma a CEO do FTI. “O seu face computer vai saber o que você pretende fazer antes mesmo que você faça”, acrescenta. Além de captados, posteriormente, esses dados poderiam ser usados para treinar novos modelos artificiais.

  1. FUD e superciclo: Na sua análise, os líderes estariam, até agora, agindo baseados no medo e no fear of missing out. Ela, inclusive, trouxe um termo para esse momento específico do mundo: Fud, acrônimo em inglês de medo, incerteza e dúvida. Com as inseguranças reconhecidas e os presentes no painel unidos pelo sentimento comum. Ela argumenta que o superciclo tecnológico está impulsionando mudanças profundas e rápidas, com a IA desempenhando um papel central nesse processo.
  2. Tecnologia superciclo: O superciclo tecnológico é caracterizado por uma demanda crescente por um período prolongado que eleva preços e ativos a alturas sem precedentes. “No passado, eles eram definidos por uma única tecnologia. Não é isso que está acontecendo agora”, contou Webb. O fenômeno seria definido por três tecnologias: inteligência artificial, ecossistemas conectados das coisas e biotecnologia. Cada uma delas, por si só, já representam um impacto significativo. Mas, juntas, elas seriam capazes de transformar a economia e a maneira como vivemos, aponta Webb.
  3. Desafios e oportunidades da IA: Em contrapartida, houve um alerta para a disponibilização desenfreada de modelos de código aberto. Isso porque, uma vez acessíveis, eles poderiam ser usados para finalidades negativas e perigosas, sem que as empresas de tecnologia responsáveis por distribuir os modelos sejam responsabilizadas. Webb destaca a importância de enfrentar os desafios éticos, como viés algorítmico e privacidade dos dados, à medida que a IA se torna mais integrada em nossas vidas. Ela também enfatiza a necessidade de regulamentação e governança adequadas para garantir o uso ético e responsável da tecnologia.
  4. Transformação do trabalho: Se de um lado, existe a promessa de mais produtividade e menos funções repetitivas. No outro, há o risco de a automação em IA substituir postos de trabalho humanos. No início do ano, um estudo divulgado pelo FMI apontou que cerca de 40% dos empregos do mundo serão impactados pela inteligência artificial. No entanto, Webb argumenta que a preparação para essa transformação é essencial, incluindo o desenvolvimento de habilidades e a adaptação a novos modelos de trabalho.
  5. Educação e desenvolvimento de habilidades: Webb destaca a importância da educação contínua e do desenvolvimento de habilidades para ajudar as pessoas a se adaptarem às mudanças no mercado de trabalho impulsionadas pela automação e pela IA. Isso inclui iniciativas de requalificação e programas de aprendizado ao longo da vida. Enquanto a tecnologia vira commoditie, eles apostam no desenvolvimento das chamadas soft skills. Jim Link , chief human resources officer da SHRM , defende habilidades como a persuasão e a influência. “Você pode ser a pessoa mais tecnológica do planeta, mas se não as tiver provavelmente vai perder oportunidades”, conta.
  6. Governança e regulação: Além disso, a futurista ressalta a necessidade de estratégias eficazes de governança e regulação para mitigar os riscos associados à IA e garantir seu uso ético e responsável. Isso pode envolver políticas públicas, padrões de segurança e conformidade regulatória.

Webb encerra seu discurso com uma reflexão sobre a importância de abordar essas questões de forma proativa e colaborativa, preparando-se para os desafios e aproveitando as oportunidades oferecidas pelo superciclo tecnológico.

Concluindo, cada um dos palestrantes tem sua própria abordagem sobre o futuro do trabalho e o uso das inovações. Desde a explosão do ChatGPT, há pouco mais de um ano, a discussão sobre a inteligência artificial escalou e deixou de ser um tema dos ambientes acadêmicos e tecnológicos para fazer parte da vida cotidiana. “É impossível garantir que você tenha todas as respostas certas, mas é preciso fazer as perguntas certas”, afirma Sandy Carter , ex-gerente geral da IBM , vice-presidente da Amazon Web Services (AWS) e atual diretora de operações da Unstoppable Domains .

Eu particurlamente, compartilho da mesma opinião que Peter Deng , vice-presidente de consumo da OpenAI e vejo IA como uma ferramenta assistente e não temo a substituição humana operacional. E como sou otimista acredito que com discussões sobre políticas de IA, padrões de segurança e conformidade regulatória poderemos avançar no uso desse tipo de tecnologia. Sobretudo, na melhoria do ambiente de trabalho e em nossas habilidades.


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