O Chile

Lucia Helena Issa

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Tristeza imensa. Embarco daqui a alguns dias para dar uma palesrra no CHILE e a convulsão social em Santiago, a situação social cruel em que foram jogados os chilenos mais pobres nesse modelo de neoliberalismo, a reação criminosa e brutal do governo Pinera , tudo isso me deixa imensamente triste hoje.

O Chile é o retrato fiel do modelo econômico falido que o ministro Paulo Guedes está implantando no Brasil, com o aumento criminoso da desigualdade social, com valores de aposentadorias insuficientes para garantir a sobrevivência de idosos, e a imoral alta do preço de ítens básicos, como eletricidade e água para uma população chilena cada cez mais pobre.

Os protestos já causaram 7 mortes , meus amigos chilenos me relatam que Santiago se tornou uma praça de guerra, a violência e a repressão policial aumentam a cada hora e as manifestações continuam nesse momento.

"O preço da passagem foi a gota que transbordou o copo. Estamos lutando por salários dignos, saúde de qualidade, que não aumentem os serviços de abastecimento, que não nos tirem nossas economias, que não manipulem os anos de trabalho dos nossos pais e avós”, disse Francisca Pino, uma das jovens manifestantes entre centenas nos dois principais focos de protestos, Plaza Italia e Plaza Ñuñoa, na tarde de ontem, em reportagem publicada pelo GGN , jornal com o qual colaboro como colunista.

Minha tristeza é imensa, não apenas por estar para embarcar para o CHILE como palestrante do III ENCUENTRO DE ESCRITURA MIGRANTE, mas por sentir a dor de meus amigos de Santiago ao relatarem as mortes e ao escreverm que os relógios do país retrocederam a setembro de 1973.

É isso o que desejamos para a América Latina inteira e para o Brasil?o

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