O Contrato
O Garimpo – Capítulo XV | O Contrato
Artigo publicado originalmente em gennaromoretti.com
Para finalizar esta série de artigos, voltamos ao ponto de partida – O CONTRATO – com foco sobre o gestor, como o grande catalisador de resultados.
Intitulada “O Garimpo”, a série se inspirou na acepção de “lavra” que remete à extração de minério, atividade que, para o garimpeiro, converte trabalho em ouro, se explorada com afinco, equilíbrio e competência.
Analogamente, ao executar um contrato, o gestor persegue a meta preestabelecida na fase de venda. Este resultado é precioso para o contratado, para o contratante e para toda a cadeia de entidades e pessoas direta ou indiretamente envolvidas com o seu objeto, e com o que o contrato gera em sua vida útil.
E como se garante este resultado?
Há regras estruturais que devem ser obedecidas e, numa organização que opera em regime de qualidade sistêmica, é muito fácil seguir rigorosamente os procedimentos formais por ela ditados. Mesmo assim, o nível dos resultados alcançados depende diretamente das habilidades, competências e qualificações do gestor, assegurando a lucratividade e aprimoramento da empresa, além de uma privilegiada e longeva cota de mercado em suas áreas de negócios.
As regras estruturais estão sempre associadas às ferramentas e procedimentos inscritos no sistema adotado pela empresa, que permitem realizar tarefas precisas, confiáveis e de forma recorrente. Mas não há ferramentas e procedimentos que, por si, garantam um resultado positivo. Apenas a mente humana é capaz de encadear decisões e ações bem-sucedidas, principalmente em situações inusitadas.
Vejamos um exemplo – a maioria de nós já aprendeu pelo menos um jogo de cartas. Por mais que conheçamos à risca a regra do jogo e que a sorte nos brinde com cartas do maior quilate, cabe às nossas habilidades pessoais agregar algo que não é possível apreender em literaturas – uma jogada é um movimento decisivo que depende de um cômputo de variáveis e resoluções, não havendo, para tanto, uma fórmula definitiva. Somente a experiência e a intuição humanas permitem dar rumo ao jogo, a cada passo dos seus possíveis desdobramentos. Eis a importância da formação sólida, sedimentada e multidisciplinar do gestor, para que execute procedimentos servindo-se das ferramentas do sistema com disciplina, diligência e criatividade, mesmo em situações imprevistas. Como o regente de uma orquestra, é o gestor quem harmoniza as pessoas e os instrumentos para a materialização do objeto contratual, junto aos setores internos da empresa, ao cliente, a fornecedores e a entidades reguladoras.
Dentre todos os atributos do gestor, o mais importante para o domínio absoluto do processo é a disciplina. Esta deve pautar todas as ações e procedimentos do sistema, tanto para orientar a realização das tarefas, quanto para documentá-las. Tudo que é realizado deve ser registrado para atender a uma extensa gama de necessidades presentes ou futuras, assegurando a rastreabilidade das atividades e dos resultados inerentes ao contrato.
Neste particular, vale observar o exemplo clássico da rotina operacional dos pilotos de aeronaves: apesar das inúmeras decolagens e pousos que executam todos os dias, cumprem rigorosa e repetidamente o mesmo rito, que é próprio da operação de cada categoria de aeronave, tipo de pista, entre outras variáveis. Em adição, ainda existem as caixas pretas como meios para se registrar as operações executadas pelos pilotos ou automaticamente. Tudo isto atende ao princípio da rastreabilidade e não há, dentre os exemplos mencionados aqui, nada que não dependa da singular e insubstituível ação catalisadora do ser humano.
Para uma vasta gama de finalidades, a rastreabilidade permite reconstituir qualquer fato, normal ou anômalo, ocorrido na produção de bens ou de serviços. Quanto à produção de bens de capital, as funções mais evidentes são o monitoramento e registro da conformidade técnica e operacional, assim como a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, em todas as suas fases.
A importância do gestor para as empresas reflete e reforça a ideia de que o ser humano é a peça fundamental à lavra de bons resultados, dentro da filosofia áurea que rege toda e qualquer lei do universo: o respeito a si mesmo, à sociedade e ao meio ambiente.
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