O Empreendedorismo no Brasil e as Redes Sociais
No início do século XX, em meio às engrenagens de um jovem capitalismo global, o economista e cientista político Joseph Schumpeter (1883-1950) teorizava a respeito de um conceito um tanto nebuloso, mas que logo seria um dos principais pilares na construção de economia moderna: o empreendedorismo. Nas suas primeiras teorias, Schumpeter argumentava que as transformações tecnológicas e disrupções mercadológicas viriam dos empreendedores, ou 'espíritos livres' (Unternehmergeist, como citava em seu teorema), e que o ímpeto de fazer coisas novas (ou as mesmas coisas, mas de formas diferentes) caracterizava estes profissionais autônomos.
Quase um século depois, esta abordagem não deixa de ser tão verdadeira como era em sua concepção; a diferença é que hoje não existem mais tantos mercados inexplorados como existia no passado. No entanto, o ímpeto empreendedor tem este mágico poder de identificar nichos famintos por inovação, recheados de potenciais clientes dispostos a pagar por novos serviços e produtos. Alguns casos emblemáticos representam este fenômeno: Uber e taxistas, Airbnb e os hotéis convencionais, Netflix e a TV à cabo/cinema/locadoras de vídeos, Spotify e a indústria musical, entre outras disrupções que definitivamente mudam os trilhos do mercado, equilibram oferta e demanda, e acima de tudo priorizam o mais importante: o consumidor.
Está claro que o empreendedorismo tem um imenso poder transformador e que o "Efeito Schumpeter" é real. A parte difícil, e que todos os aspirantes se perguntam, é como empreender. Além de ter uma boa ideia para um negócio, é necessário correr riscos, ter estratégias, perceber boas oportunidades e conciliar talentos debaixo de um único teto. Agregado a tudo isso, é fundamental encontrar um equilíbrio organizacional e saúde financeira para gerir um empreendimento sustentável. Tudo indica que o empreendedor deve ser um profissional completo (ou ao menos deve contar com uma equipe de profissionais completos) capaz de lidar com adversidades e que não permita que taxas de crescimento de 300% a.a. subam à cabeça. Essa é uma característica comum às atuais startups de sucesso.
O que mais essas empresas tem em comum?
Outra característica comum entre as startups é a forte presença no mundo digital, especialmente nas redes sociais (o cerne deste artigo). Hoje o empreendedor deve enxergar a rede social não apenas como um meio virtual onde pessoas se relacionam, mas como um marketplace em constante crescimento. Basta acessar a homepage do Facebook, Linkedin, Instagram, etc, e pronto, em um segundo você já está inserido neste enorme universo virtual. As mídias sociais trouxeram uma nova perspectiva à maneira como empresas relacionam com consumidores, dando ao cliente final a possibilidade de se comunicar e interagir com as marcas, que até então aparentavam ser organizações fechadas e distantes, alheias a seus consumidores e mercados.
A transição para a era digital sugere a transformação de modelos de negócio em modelos escaláveis com a comodidade e conforto do cliente, e que reduzem custos desnecessários para a empresa ou instituição. O AliExpress não tem armazéns, mas ainda assim é um dos maiores varejistas do mundo. A Nubank, startup brasileira, oferece serviços financeiros através da internet sem depender de uma agência bancária (eu mesmo sou cliente e recomendo!). Além destes exemplos, uma gama de outras startups e empresas visionárias estão recorrendo ao marketing digital e o social media marketing para atingir mercados novos e existentes. Seguindo esta lógica, as redes sociais oferecem a possibilidade de gerenciar um negócio completo, ponta a ponta, sem ser necessário ter uma loja ou um escritório. Basta investir em presença online e isso já deve servir. Diante deste cenário, o empreendedor tem a capacidade de alcançar pomposos resultados sem pagar um centavo de aluguel, impostos, eletricidade, móveis, etc, e o cliente tem a facilidade de acessar a produtos e serviços com a ponta dos dedos.
Se for avaliado o cenário econômico e as condições atuais do mercado brasileiro, a conclusão será que o empreendedor não apenas pode investir nas redes sociais para agregar valor aos seus negócios, como deve apostar no potencial transformador que as mídias sociais oferecem. Assim como a descoberta dos combustíveis fósseis e a invenção do telefone foram premissas para que ocorresse o 'Efeito Schumpeter' em suas respectivas épocas, o surgimento das redes sociais abre um leque inesgotável de oportunidades para a criação, consolidação e crescimento do empreendedorismo na era digital. Além de todos os benefícios citados, o empreendedor que oferece serviços e produtos de qualidade e que atende às necessidades de seus consumidores, não estará construindo somente um base de clientes, mas também uma legião de fãs e advogados voluntários da marca.
Precisa de mais algum motivo para começar a bolar sua estratégia de social media marketing? ;)
Diretor Financeiro na Porto Projetos Automotivos
8 aÓtimo texto, as pequenas empresaa precisam além do incentivo, mais acesso e auxílio à essas ferramentas.
Project Manager / SR&ED at Service Optiprint
8 aSilvana Chaves
Global Partnership Executive @Web Summit | Ex-LinkedIn 🇵🇹Lisbon, 🇧🇷Rio de Janeiro, 🇶🇦Doha and 🇨🇦Vancouver
8 aJoão Rocca, como sempre, muito bom texto!
Excelente!
Acadêmico de Engenharia de Produção
8 aShow de bola João Rocca