O Fabuloso Destino de Amélie Poulain: uma resenha fílmica...
A película se passa na França, contemporânea. Como convém, à cinematografia francesa, a fotografia é impecável e a direção de arte, notável. A interpretação dos atores é correta, sem grandes performances. É uma tragicomédia. Cenas bucólicas de Paris, retratando, o cotidiano...
O filme não tem um compromisso temático. Nada de grandes dramas psicológicos, angústias existenciais, suspense, aventura, uma lição de vida, qualquer. É um filme de arte. O filme, em si, é uma singela homenagem ao cinema. Uma fábula moderna.
Da insignificância repetitiva da vida -- cria-se cores novas para o cotidiano nosso de cada dia. Lembra em muitos momentos, as travessuras da adolescência: a personagem expressa em alguns momentos, um comportamento, tipicamente, masculino, adolescente. Noutras, uma menina sapeca. Por vezes (muitas), uma fada-madrinha.
A protagonista é uma jovem atriz. Quantos anos tem a personagem? A fisionomia da atriz pode conter todas as idades... Poder-se-ia dizer que ela tem 22 anos... Tanto quanto 30 anos. Ela convence nas duas idades. rsrs. Nem linda, exuberante, mas, pra feia ela não serve. rsrs.
Toda a trama do filme se desenrola, entremeada, por cenas de um universo fantástico. Surreal. A personagem, sentia uma vontade irresistível de se expressar. Filha de pais excêntricos (perturbados?), ela usa desde pequenina, a imaginação como refúgio, tentando, recriar ambientes que suprissem sua carência afetiva... Em outras palavras, ela queria vida, ação, movimento, mudança. Ela sentia prazer nas pequenas coisas, nos pequenos gestos. Buscava se realizar, mesclando, medo e desejo, fantasia e realidade. Ela tenta ser feliz, ao modo dela.
A adolescente imaginativa (nunca vira mulher...), vai pintando sua aquarela de acontecimentos, tentando, recriar novas situações para os personagens do filme, como quê a compensar, a frivolidade de suas vidas - a repetitividade de suas circunstâncias -- e realizar às avessas, suas utopias. Como se tivesse uma varinha de condão, virtual, ela faz suas mágicas, mudando, os acontecimentos, e consequentemente, as pessoas. Por muitas vezes, apelando, para uma fantasia juvenil, inverossímil.
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Dado que não há um engajamento político com a Realidade, a película navega nos mundos real, e imaginário, com desenvoltura. Há um sutil lirismo no ar, o tempo todo, que vai se desenhando, no desenrolar dos acontecimentos.
Vamos combinar que a atriz não é uma prima donna, mas, convence com sua interpretação, permeada, por expressões faciais, no estilo "espanto" (!), e seu gingado no andar a "La Anos 20". rs. Ela tem um ar pueril que cativa.
O filme é legal de se ver. Leve, descontraído. Bom entretenimento. Ganhou, exageradamente, diga-se de passagem, o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2002. Talvez, fosse merecido para a Direção de Arte e de Fotografia.
Em tempo:
Te cuida, Rubens Ewald Filho. kkkkkk
Reinaldo Müller > "Reizinho"