O FALSO ALEIJADO DA PERNA ESQUERDA

O FALSO ALEIJADO DA PERNA ESQUERDA

          Ser ardiloso para ganhar a vida requer estratagemas e muita astucia, a fim de se poder enganar as pessoas.

           Em certa oportunidade, um guarda municipal, desconfiado de um mendicante, pediu-lhe que se levantasse da calçada porque sua postura de aleijado era uma farsa, motivo pelo qual o pedinte comovia as pessoas, conseguindo à tão almejada esmola.

           A mesma manha e artifício do falso aleijado a usam certas vertentes do pensamento humano, achando que na “vida” se pode caminhar somente com a “perna direita”, ignorando por tal motivo a “perna esquerda” com um sorriso sutil aparentando uma felicidade extrema, gritando aos quatro ventos: - "Eu sou aleijado! Eu penso aleijado! Eu ando aleijado!..." E com esse engenho camuflado de sabedoria, que como uma cavidade cheia de pólvora são colocadas nas “estradas da vida”, as pessoas que por elas transitam, ao pisar no ardil como uma “mina”, detonam-lhe na sua fantasia a perna esquerda.

Os falsos aleijados, por muito convictos que estejam disso, com as duas pernas andarão e os outros coxos ou mancos o enxergarão.

           Essa forma de autoengano despreza os movimentos da perna esquerda para efetuar o caminhar, transferindo-os com piruetas mentais para sua perna direita. Eis então que o aleijado imaginário acha seu “caminhar de extrema direita”, sumamente perfeito, positivo e independente, quando na verdade sem o equilíbrio da outra perna seu andar não seria efetuado e, se realmente não a tivesse, até de uma muleta esquerda ou de uma prótese precisaria para caminhar.

           Essa falácia hoje em dia se tem potencializado por pessoas ardilosas, com muito engenho e sutil talento como meio de subsistência, como mendigo os encontramos por aqui, acolá, por todas as partes, com um único objetivo: explorar a ignorância das pessoas sobre sua forma “aleijada” de pensar.

           Troquemos para a sequência de meu próximo artigo, o falso aleijado da perna esquerda pelo pensar desequilibrado que se inclina só para um lado, desenvolvendo toda sua força, bem seja dedutiva, bem seja indutiva, achando que com sua dialética conseguiria desvendar todos os mistérios da felicidade. Até a próxima.

           Prof. José Romero

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