A individualidade feminina e os padrões convencionais!
A imaginação nos leva à lugares, que de outra forma não chegaríamos com a mesma verdade, magia e encanto; tocar a vida com arte é reverenciar o divino mistério que anima a natureza com beleza, que tanto alivia o peso da vida ou lhe confere a devida medida... nestas divagações sobre a imaginação me vi tocada pelo feminino, essa força ou princípio, e fui levada para esse lugar, da natureza feminina. Que grande mistério é esse?
Quando aqui falo em feminino, não me refiro apenas à consciência feminina agindo no mundo, cujas influências culturais e sociais permeiam e determinam muitas vezes esse agir, lhe conferindo qualidades e atributos que são dignos de estranhezas e questionamentos em muitos aspectos, e essa ideia construída do feminino ora nos aproxima ora nos afasta do profundo, do princípio feminino arquetípico.
Marie-Louise von Franz (O Gato, um conto da redenção feminina) refere-se à imagem completa do feminino, representada pelos aspectos da Virgem Maria e sua sombra, o Gato. O Gato considerado animal-bruxa devido suas características que remetem a individualidade independente do feminino, que divergem dos padrões convencionais.
A quantas anda a nossa individualidade feminina, independente e em liberdade nessa jornada rumo à autodescoberta e individuação?
Obra: “Feminino”; Autora: Rosemari Hennig.
Feminina Flor de Encantos!
Que brilha e canta sua melodia em pétalas de ouro, emoção profana, proibida e fortalecida na teia do insano dom que inebria a consciência de intuída sabedoria, e sentencia seu destino: Feminina! Flor de Encantos...
No entanto tem ainda os prantos de amargos fardos, cravados no instante, que a imaginação a leva na cauda da negra luz, e ascende e lá do alto desce, no mais profundo dos vales para o interior da terra, esse lugar dentro dela, e volta a subir dando voltas e voltas para sempre se Unir!
Emoção profana, esse sentir agora proclama o direito de existir, feminina, fortalecida na teia do insano dom que inebria de luz a consciência de saber ser em graça, e sentencia seu destino: Feminina Flor de Encantos! Lança seu feitiço e nisso, criação de si, inteira no sentido de seu existir! (Rosemari Hennig, 2020)