O machismo não será mais permitido
Aos machistas de plantão fantasiados de "homens de bem" e "pais de família", sinto informar mas o machismo não será mais permitido.
Na verdade, o machismo já não tem sido muito bem aceito já faz um tempo. E isso está acontecendo graças às mulheres que, estando cada vez mais unidas e fortalecidas, já fazem valor a sua voz em coro.
O caso dos brasileiros que na Copa do Mundo constrangeram mulheres russas é apenas a ponta da lança. A Latam Airlines, ao ser questionada sobre o que faria em relação ao funcionário que aparece em um dos vídeos viralizados na internet, sem muita demora se pronunciou:
"A LATAM Airlines Brasil repudia veementemente qualquer tipo de ofensa ou prática discriminatória e reforça que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e os princípios da empresa. A partir deste pressuposto, a companhia informa que tomou as medidas cabíveis, conforme seu código de ética e conduta".
Imagina só dizer para alguém há 10 anos que um homem foi demitido porque constrangeu uma mulher durante sua viagem de férias? E dez anos, gente, era 2008! Já tínhamos muitas das redes sociais que usamos hoje. É bem possível que, ainda que viralizado, esse vídeo não resultasse em nada naquela época. Mas "aquela" época foi praticamente ontem. Dez anos é um tempo muito curto e essa é uma mudança cultural muito significativa.
Outro dia postei aqui na minha timeline do LinkedIn que as empresas também tinham o poder de transformar algumas condutas. Nesse sentido, gosto de pensar que nosso mundo do trabalho se relaciona com os adultos de uma forma muito parecida com que a gente enquanto pais, mães e cuidadores, se relaciona com as crianças: colocando limites.
Assim como cada família tem seu jeito, as empresas tem também a sua forma de pensar, agir, lidar com as questões. Para algumas, não importa quem é você - racista, machista, homofóbico - desde que traga resultados. Para outras, sua visão de mundo e seus valores enquanto ser humano valem muito mais que qualquer competência técnica.
As empresas que só querem os resultados estão obtendo-os cada vez menos e vendo sua taxa de turnover aumentar cada vez mais. Cada vez gente mais jovem pulando fora. Grandes talentos começam a buscar caminhos alternativos de trabalho e satisfação. Uma pesquisa mostra que, para os jovens de 18 a 24 anos, satisfação pessoal e relevância social já são aspectos mais importantes no trabalho do que altos salários. Por outro lado, empresas que percebem que resultado vem com o match da cultura empresarial com os valores pessoais daquele funcionário, conseguem resultados bem mais significativos.
Por que sua empresa precisa ser o tipo de funcionário que ela quer para si.
Mais ou menos como a gente, que é mãe, precisa ser para o filho o tipo de ser humano que queremos que o mundo tenha.
Quero voltar ao lugar do limite: as empresas precisam estabelecer cada vez mais códigos de conduta que ofereçam liberdade entretanto que não tolere nenhum tipo de discurso de ódio ou discriminação. A liberdade não pode estar alçada no desrespeito ao outro.