O Mercado de Trabalho no Brasil – O Etarismo e a Juniorização
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O Mercado de Trabalho no Brasil – O Etarismo e a Juniorização


A aprovação iminente da reforma da previdência é fato, e a previsão é de que o brasileiro deverá trabalhar mais anos e se aposentar com mais idade.

O Brasil na atualidade registra mais de 12 milhões de desempregados e entre eles estão os profissionais com mais de 50 anos de idade, que precisam, cada vez mais, de qualificações para enfrentar a concorrência com os profissionais mais jovens.

Um aspecto importante a ser considerado é a atitude preconceituosa do empresário brasileiro em relação à idade dos seus colaboradores. Não existe no Brasil o desenvolvimento de uma cultura de valorização da experiência, da sabedoria e do equilíbrio emocional, características encontradas nos profissionais de maior faixa etária.

Dentre as várias qualidades importantes, geralmente apresentadas pelos profissionais com idade superior aos 50 anos, estão o comprometimento, a responsabilidade e a resiliência, que fazem toda a diferença para o alcance dos resultados empresariais. A mentoria dos colaboradores mais experientes para orientar os mais jovens, também deve ser considerada como fator de relevância. Outro ponto importante é o fato de que os profissionais com mais idade, geralmente tem filhos criados e independentes, então trabalham para fazer algo que gostam com dedicação integral à empresa.

Está comprovado que a interação entre profissionais mais maduros e os integrantes mais jovens da equipe cria uma diversidade saudável e ambiente propício à inovação.

A juniorização do mercado de trabalho onde “saem os gurus e entram os guris”, deixando de fora os profissionais com mais idade e mais experiência, tem provado na prática, que não concretizam os seus objetivos, pois as expectativas e entregas de resultados entre essas duas categorias de profissionais são bastante diversas e o empresário precisa contar com essa diversidade nas suas equipes.

No cenário atual do mercado de trabalho brasileiro é importante uma mudança de cultura junto aos cursos de formação superior nas áreas de recursos humanos para se quebrar o “Mito da Resistência” atribuído no passado à categoria dos profissionais com mais de 50 anos de idade. Esse mito muito difundido no meio empresarial não corresponde à realidade e não pode ser generalizado.

Os profissionais “de carreira” como são chamados os colaboradores com idade igual ou superior aos 50 anos de idade estão aptos para o trabalho e estão se preparando para as novas tecnologias e também para as mudanças da economia e do mercado, adicionando mais qualificações ampliando assim o leque das suas competências e habilidades.

E é nesse contexto que a atuação do profissional de  Recursos Humanos  poderá fazer a diferença. Sem dúvida que a quebra do paradigma em relação à idade tem início pelo setor de seleção, pois, geralmente, quando se inicia a triagem dos currículos, a idade é o primeiro fator de corte. A meu ver, o selecionador deve ir além das tarefas rotineiras que lhe são atribuídas, devendo desempenhar o papel de gestor e de consultor, preocupando-se mais com a qualidade dos resultados, do que com a quantidade de trabalho e, no caso específico, dando sua contribuição para mudar o preconceito em relação à idade. ”
Que os profissionais de Recursos Humanos procurem quebrar paradigmas em relação à idade e procurem aprimorar constantemente seus métodos de avaliação de pessoal. Com certeza, tais práticas reforçarão a ideia de conhecimento como sinônimo de valor; não o atrelando necessariamente à idade e tampouco a um inexistente prazo de validade. ”

(RH – Portal - A profissionalização do RH na seleção dos mais experientes - Maria Bernadete Pupo).

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