O mercado demanda profissionais para Gestão de Ativos de Software. Você está preparado?

O mercado demanda profissionais para Gestão de Ativos de Software. Você está preparado?

O mercado brasileiro começa a despertar para a necessidade de implementação de uma estrutura de controles sobre os ativos de TI (hardware e principalmente software). A demanda por profissionais experientes e preparados com certeza será maior que a oferta. O que é necessário fazer para resolver a escassez de profissionais e equilibrar oferta e demanda?

Eu gostaria brevemente de abordar o tema sob outra ótica, intrinsecamente ligada à mesma e sem a qual não podemos encontrar as bases para explicar e fundamentar qualquer teoria sobre a questão.

Aqui no Brasil, particularmente falando, ainda está em desenvolvimento, o ‘senso de necessidade’ para o tema de Gestão de Ativos de Software. Há na verdade, escassez de iniciativas relacionadas à implementação de processos de Gestão de Ativos de Software entre empresas dos mais variados tamanhos e setores.

Isso tem mudado muito nos últimos cinco anos. Na verdade, observo ao longo de dez anos de trabalho com o tema, que os últimos dois anos têm sido muito prolíficos e interessantes ao observarmos o crescimento do número de empresas que ‘despertaram’ para adoção de controles e processos adequados de gestão de ativos, não só de software, como de TI de uma forma geral.

Na obra “A Riqueza das Nações”, Adam Smith menciona um princípio que eu acredito ser aplicável à pergunta nos dias de hoje, especialmente no Brasil onde SAM começa agora a ascender na agenda dos executivos.

Existe escassez na oferta de profissionais adequadamente preparados no mercado brasileiro, simplesmente porque a demanda até hoje não justificou tal necessidade.

Aqueles que não conhecem exatamente suas necessidades de software são as mesmas pessoas que tomam péssimas decisões em uma mesa de negociação.

É claro que existem inúmeros profissionais buscando especialização no tema, com certificações isoladas de fabricantes de software, focadas em seus próprios modelos de licenciamento. Entretanto, quando falamos de Gestão de Ativos de Software, não estamos falando simplesmente de “contar licenças”.

Existem 27 processos definidos pela norma internacional ISO/IEC 19770-1:2012, que adequadamente implementados, asseguram às empresas a certeza de obterem o máximo valor sobre seus investimentos de hardware e software, evitando desperdício de recursos financeiros ao comprarem mais software do que necessitam, software que não utilizam, ou ainda assegurarem as melhores condições de negociação com seus fornecedores, ao possuírem a plena consciência do que precisam para executarem sua atividade, provando mais uma vez, nunca é demais lembrar, que informação é poder. Aqueles que não conhecem exatamente suas necessidades de software são as mesmas pessoas que tomam péssimas decisões em uma mesa de negociação.

E por falar em mesa de negociação, não há como deixar de mencionar as cada vez mais frequentes auditorias de licenciamento realizadas pelos fabricantes de software em sua base de clientes, que não raro, drenam recursos e tempo que as empresas não possuem em atividades nunca provisionadas, simplesmente em função de não ter a casa em ordem.

Atualmente no Brasil, a escassez de recursos preparados em SAM leva o mercado à alguns cenários:

  1. Conforme comentei neste artigo, muitas empresas evitam ‘seletivamente’ o tema. Mesmo aquelas que já passaram por auditorias de fabricante, sabem o quanto é difícil estabelecer um marco de referencia zero e à partir daí controlar o ambiente, apenas com recursos próprios. Se a empresa nunca conseguiu controlar com processos e recursos próprios até o momento em que é auditada, por que motivo acredita que conseguiria à partir de então?
  2. Outras empresas acreditam que podem tratar do tema internamente sem nenhum apoio externo. Dependendo do tempo e recursos que a empresa invista no tema, é possível que ao final de um grande projeto consiga de fato ter seus ativos sob controle, além de ser uma grande vitrine para os recursos que tocaram o projeto, pois certamente, outras empresas e/ou headhunters entrarão em contato com o time de projeto da implementação.
  3. Empresas que começam a buscar no mercado, assessoria para implementação de controles e processos de Gestão de Ativos de Software. São aquelas que já caminharam mais neste tema e compreenderam que sozinhas não lograrão êxito nesta iniciativa, pois o tema é árduo e o caminho, frequentemente espinhoso.

Então qual seria a solução para este problema de escassez de recursos SAM?

O básico: investir em educação e treinamento. Empresas buscando assegurar em seus quadros, profissionais certificados em Gestão de Ativos de Software.

... quando falamos de Gestão de Ativos de Software, não estamos falando simplesmente de “contar licenças”

Profissionais, tanto consultores quanto empregados das organizações, de igual modo, buscarem especializar-se não somente em licenciamento de fabricantes específicos de software, mas em processos como um todo. Como mencionei acima, SAM não se limita a ‘contar licenças’ e apontar diferenças.

Existem no mercado, várias certificações com ‘metodologias’ baseadas na ISO/IEC 19770-1:2012. A própria ISO não “certifica” profissionais, mas a norma internacional serve de base para várias entidades e empresas criarem programas de ‘certificação’ em Gestão de Ativos de Software.

Um programa muito interessante, de uma forma geral oferecendo vantagens para os profissionais e para as empresas é o Verafirm, da BSA.

No meu ponto de vista, uma das principais vantagens é ser completamente alinhada com a norma ISO e ser independente de ferramenta. Para profissionais que se interessam em adquirir ou ampliar seus conhecimentos em Gestão de Ativos de Software, trata-se de um conjunto de módulos online de autoinstrução, completamente alinhados com à ISO/IEC 19770-1, proporcionando aos certificados o acesso à uma ampla base de conhecimento. O SAM Advantage é um abrangente treinamento online, projetado para ensinar as melhores práticas e proporcionar uma base para que as organizações possam implementar processos eficazes de SAM em todo o seu portfólio de TI.

E para as empresas, uma vez que implementem os processos constantes na norma ISO/IEC 19770-1:2012, podem solicitar à BSA uma auditoria de verificação e caso sejam aprovadas, recebem um certificado que lhes permite pelo período de dois anos evitar auditorias de licenciamento das empresas associadas à BSA, dentre as quais os principais fabricantes de software do mercado.

Enfim, em um mercado ainda infante como o Brasil, assim como em muitas outras áreas, o importante é investir em educação contínua, participação em congressos e seminários, e estar sempre atentos ao que acontece em mercados mais maduros como EUA e UK.

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Adriano Litvak

Auditoria de TI | Riscos de TI | Segurança da Informação

9 a

Interessante. É muito complexo gerir software ainda mais que em muitas empresas a compra é descentralizada e se perde o controle das licenças e cada fabricante tem seu modelo de licenciamento e por ai vai...

André Rangel

Helping to reduce costs, optimize and secure the investment value in your organization's software assets.

9 a

Obrigado Lilian Crc. Por muitos anos os ativos intangíveis, e neste caso particular, as licenças de software, não receberam o tratamento devido e o advento da execução de cláusulas de auditoria de conformidade por parte dos fabricantes trouxe à luz uma nova realidade, nem sempre tranquila para as empresas que não se preparam para estes novos tempos. O profssional contabilista tem um papel estratégico neste desafio, em conjunto com outras áreas das empresas (compras, TI, legal, entre outras).

Lilian Alves

Auditora do Estado do RJ

9 a

Excelente artigo!

Interessante a matéria. Oportunidade em momentos de mercado estagnado

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