O mercado hoje, 18/10/2016

Pelo globo as bolsas seguem em alta, na esteira da recuperação do petróleo e na expectativa de que no FED não eleve os juros em dezembro. Aqui no Brasil os indicadores a serem divulgados hoje, como vendas ao varejo tem peso redobrado na decisão de juros no Brasil, assim como a inflação americana (CPI) primeiramente por conta da depressão econômica local, a qual demanda algum nível de ação para reaquecer os negócios. Por outro lado, a decisão de juros nos EUA e seu impacto cambial também é levado em consideração na decisão brasileira, principalmente se o Federal Reserve indicar um ciclo longo de alta de juros, o que pode não somente ser danoso ao Brasil, como às economias em recuperação como as europeias.

Na Ásia os mercados fecharam em campo positivo, com os investidores na expectativa de que não haverá alteração nos juros dos EUA na reunião entre 1 e 2 de novembro, o que trouxe alívio, além do otimismo diante a recuperação do petróleo.

Na China com as ações B denominadas em dólar de Xangai se estabilizando após as vendas generalizadas da sessão anterior, e com os investidores mudando seu foco para os dados econômicos da China nesta semana.

Por lá os players aguardam os dados da China nesta semana, incluindo o Produto Interno Bruto do terceiro trimestre na quarta-feira, após os dados da balança comercial na semana passada terem elevado as preocupações sobre a saúde do país. A mediana das expectativas aponta 1,8% QoQ e 6,7% YoY, a meta de Pequim é 6,5% para 2016. O indicador deve influenciar os mercados asiáticos.

Segue também no radar dos players as declarações do FMI, de que o crescimento do crédito da China tem sido "muito rápido" em relação aos padrões globais, e e sem uma estratégia abrangente para lidar com o peso da dívida existe um crescente risco de ter uma crise bancária ou crescimento bem mais lento. Em um estudo, o FMI afirmou que Pequim deveria agir rapidamente antes que o problema se torne sistêmico, e que os problemas tanto de credores quanto de devedores precisam ser enfrentados de forma simultânea.

No Japão, um pregão de alta com o índice apoiado em ações sensíveis à demanda doméstica, após várias empresas japonesas revisarem suas projeções de lucro para cima.

Toquio encerrou com alta de +0.38%, Hong Kong com +1.55% e Shangai com +1.40%.

Na Europa o dia também é de recuperação, acompanhando o avanço do petróleo e das commodities metálicas, além de o avanço da inflação ao consumidor local também trazer otimismo aos negócios.
No Reino Unido , a inflação ao consumidor (CPI) veio acima das expectativas do mercado em 0,1% MoM e 0,9% YoY, o dado mostrou avanço de 0,2% MoM e 1% YoY em setembro. O núcleo, que exclui os preços mais voláteis, registrou 1,5% YoY. O indicador registrou a maior alta desde novembro de 2014.

Neste momento a Inglaterra sobe +0.91%, França +1.12% e Alemanha +1.10%.

Nos EUA os futuros apontam para abertura em alta, seguindo o bom humor global e acompanhando os futuros de petróleo.

Na agenda americanas, os investidores ficam atentos à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) às 10h30, a mediana das expectativas aponta 0,3% MoM e 1,5% YoY em setembro, para o núcleo, que exclui preços de energia e alimentos, é esperado 0,2% MoM e 2,3% YoY.

Os contratos futuros do petróleo operam em alta, os primeiros vencimentos do Brent e WTI exibem +0,72% e +0,84%, respectivamente. Analistas e traders da commodity indicam que é possível estarmos próximos de um equilíbrio entre preço, oferta e demanda, o que nos atuais níveis significa que é esperado que a commodity oscile num intervalo estreito de preços.

Aqui no Brasil o destaque é a reunião do COPOM, que tem início nesta terça-feira, amanhã será divulgada a decisão de política monetária. Entre os analista, a minoria aguarda estabilidade ou corte de 25 bps, as apostas se concentram no ajuste de 50 bps, levando a SELIC para 13,75%. O último ciclo de corte nos juros aconteceu entre agosto de 2011 e outubro de 2012, quando a SELIC atingiu a mínima histórica de 7,25%. Depois, de abril de 2013 seguiu-se a política contracionista que levou a taxa aos 14,25%, o último ajuste aconteceu em julho de 2015.
Na cena política, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu arquivar o projeto que previa alteração nas regras do programa de repatriação de recursos. Segundo o relator da proposta, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO), um dos motivos para esta decisão foi a falta de acordo com governadores e deputados do PT sobre a parcela da receita com o programa a que Estados e municípios teriam direito. Sem acordo com a União, Estados e municípios só terão direito a parte do Imposto de Renda (IR) arrecadado pelo programa de repatriação, por meio dos fundos de participação dos Estados (FPE) e Municípios (FPM), como prevê a lei em vigor. Segundo informações da Receita Federal, foi arrecadado R$ 13 bilhões através do programa. Atenção, o fluxo previsto para os próximos dias podem ajudar a enfraquecer o dólar ante o real. O prazo para adesão ao programa segue em 31 de outubro.
Nas tramitações do Congresso, segue no radar a sessão deliberativa na Câmara para dar continuidade à votação do projeto de lei que retira da Petrobras a obrigatoriedade de atuar como operador do pré-sal. Já os integrantes da Comissão Especial da Câmara, devem colocar em votação o projeto que prevê reajuste para diferentes categorias de servidores federais. O projeto foi encaminhado pelo governo Dilma e prevê impacto para os cofres da União na ordem de R$ 2 bilhões em 2017, de R$ 548 milhões em 2018 e de R$ 546 milhões, em 2019.

Na agenda local é aguardado os dados de Vendas no Varejo em agosto, a mediana das expectativas aponta -0,6% MoM e -5% para o conceito restrito, que exclui gastos com materiais de construção e automóveis, e no ampliado, sem exclusões, a projeção é -0,8% MoM e -6% YoY.

O indice segue se segurando em patamares com tendencia de alta, superou uma de suas resistência traçadas no relatório de ontem, em 63.700 e este agora é o suporte imediato. Se perdido tem parada em 63.500 e abaixo dele defende os 63.300, região importante que se não for defendida coloca o indice em espiral de baixa no curtíssimo prazo, com objetivo nos 63.010. Resistencia imediata em 64.995 e depois 64.245. A região é importante e ao atingir, as resistencias anteriores devem ser defendidas como suportes, sendo que o rompimento projeta nova espiral de alta em direção aos 65.070.

O dólar segue pressionado em uma espiral de baixa de prazo diário, no curtíssimo segue acumulando, mas seu viés também é de baixa. No intraday tem suporte imediato, e forte, em 3.212, abaixo dele busca os 3.205 e depois 3.200, região que se perdida coloca o contrato em nova espiral de queda, que aponta para os 3.182 com parada intermediária em 3.192. Resistencia imediata em 3.219 e acima dela os 3.225, região importante, que se rompida projeta aos 3.234 e depois 3.240, sendo que a partir dai reverte a tendencia de médio prazo de queda e começa a utilizar as antigas resistências como suportes.

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