O momento exige reflexão.
Foi anunciado ontem que o ministro Gilmar Mendes do TSE, marcou para a semana que vem o julgamento do processo envolvendo a chapa Dilma-Temer.
Vamos aos fatos: Ninguém em sã consciência acredita que a chapa não levou um caminhão de dinheiro para desenvolver a campanha política que os levou a reeleição em 2014. Foram doações legais e talvez ilegais de todas as espécies, envolvendo interesses futuros de quem doou, ou fruto de propinas de negócios passados. Se houver alguma dúvida é só acompanhar os noticiários dos jornais ou as revistas semanais, ou ler as delações dos acusados. Aliás, o processo só existe por este motivo.
Parece que esta pratica não só foi utilizada pela chapa, como também pela maioria dos governadores, deputados e senadores eleitos naquela época. No próprio processo, conforme divulgado, há pagamento para gráficas inexistentes, etc. Era uma regra, ainda que imoral praticada por dez entre dez candidatos.
Mesmo assim todos os acertos de conta, foram devidamente levados aos órgãos fiscalizadores (devidamente aparelhados) e a maioria deles aprovados, alguns com ressalvas e outros sem ressalvas.
Chegamos agora ao momento atual em que vivemos:
O Brasil, passa pela pior crise política de que se tem noticia. Os historiadores acreditam que nem a crise política que levou a revolução de 1964 foi tão grave como a que vivemos hoje.
O presidente Temer que por uma questão constitucional (vice-presidente) foi conduzido a presidência após o escandaloso, mas democrático afastamento de Dilma está fazendo o possível, para conduzir o Brasil, aos trilhos, após a catástrofe que vivemos nos últimos treze anos.
A meu ver, tem cometido erros, mas tem conseguido alguns avanços. A economia, por exemplo, já mostra sinais de recuperação e os índices de desemprego, ainda que lentamente já demonstram reversão. Há, no entanto muito a ser feito.
Vamos aos fatos. Segundo consta a fase de inquérito tem mais de 7000 páginas e o parecer do Juiz Herman Benjamin (relator) tem mais de 2000 páginas. Estamos falando algo em torno de 10000 mil páginas incluindo todo o processo.
Evidentemente que os juízes do TSE que são seis ao todo mais o presidente terão de tratar este assunto com o máximo cuidado uma vez que ele é delicado e pode alterar os rumos do país. Evidentemente que todos eles, antes de proferirem seus votos terão de se debruçar sobre o processo e analisar todas as nuances, para proferir votos conscientes e não cometer injustiças.
Desta forma não há como se esperar que em quatro sessões seguidas marcadas para a semana sejam proferidos os votos e definidos os destinos finais de todo este delicado assunto.
O outro lado da moeda e só para as pessoas que conseguem abandonar suas vaidades pessoais e convicções cegas, e ainda pensar um pouco e analisar à luz da razão fica a pergunta:Neste momento é interessante para o Brasil que como eu disse acima, começa a caminhar para o mínimo de governabilidade e normalidade, implodir este processo e retomar a caminhada a partir do zero? Mesmo reconhecendo que há vários erros a serem corrigidos e reformas a serem feitas o assunto nos leva a pensar sobre o futuro do Brasil. Claro que esta grandeza de pensamento não é para todos.
Fica claro que serão pedidas várias vistas ao processo e dependendo do resultado todo o imbróglio será levado ao plenário do Supremo além de outros “remédios jurídicos” que ainda serão utilizados e acrescidos ao processo antes de seu término.
Agora, é só esperar que uma dúzia de “espertos” e “entendidos” comecem a bradar a todo pulmão: É golpe! É golpe!
Esperem para ver e depois me darão razão.