O movimento do Capital e seu impacto nas Empresas
“Para criar e destruir, é preciso inserir movimento, cabe decidir os rumos desta ação, se será para frente ou retrógado”. Luiz Felipe
Toda companhia precisa de movimento para obter crescimento de receitas ou redução das mesmas. Por isso, toda decisão empresarial precisa ser bem estudada e noção dos riscos que envolvem os próximos movimentos.
Financeiramente, o sujeito responsável por essa “ação” é o capital, uma vez que sem ele, nada acontece dentro da empresa. Economicamente, a definição de capital é muito ampla, para simplificar, neste texto a palavra “capital” será sinônimo de Caixa ou Dinheiro.
Controlar o movimento em uma empresa é responsabilidade dos sócios ou administradores, eles são os principais agentes para o capital girar na companhia, para o positivo ou negativo. A tarefa não é fácil, porém, toda empresa é criada para seguir os caminhos do crescimento e não para falência.
Desta forma, é possível dizer que o primeiro movimento de uma empresa, surge da seguinte maneira, em termos contábeis.
1º Movimentação:
Um empresário decide criar uma empresa, chamada XPTO, contabilmente, ela nasce da seguinte maneira:
Pronto, a Empresa XPTO foi criada, e agora? Este dinheiro não deve permanecer parado no caixa. Se a empresa XPTO, não movimentar seu caixa, o mesmo se desvalorizará, por não estar sendo remunerado a nenhuma taxa de retorno, e também, por não está alocado algo que gere retornos operacionais para a empresa.
2º Movimentação:
A empresa XPTO, decide ter estoques para vendas futuras, esta conta será de R$ 10.000. Para isso, reduziu o caixa em 50% e criou um passivo chamado fornecedores. Percebe-se que há um aumento de valor no total de ativos.
Mesmo com a redução do valor em caixa, é possível dizer que a empresa está crescendo? Sim, o empresário está com estoque, os produtos estão prontos para serem vendidos, que futuramente se tornarão receitas. A diferença entre negativo ou positivo sobre está operação, se dará em como o empresário administrará essa conta ao longo dos próximos anos, mas o texto não abordará esta situação.
3º Movimentação:
Após vender 50% do estoque, o empresário opta por fazer três coisas: Investir em imobilizado que trará a depreciação (permanecerá zerada) junto, ter reservas de capital, e uma parte para diminuir o passivo com fornecedores.
Ao perceber que a movimentação de capital está aumentando no balanço da companhia, o empresário sente a necessidade de aportar capital na companhia para atender a demanda da companhia.
4º Movimentação:
Neste momento, há injeção de capital de R$ 10.000, no capital social da companhia. Em contrapartida, serão alocados 10% no caixa e o restante em intangíveis para desenvolvimento de softwares, compra de patentes entre outros. Está operação visa melhorar o sistema operacional, garantir o direito sobre os produtos desenvolvidos pela empresa nos órgãos responsáveis.
5º Movimentação:
Gradualmente a empresa consolidará seu crescimento e consolidação no mercado. A partir deste momento, o empresário decide expandir ainda mais a capacidade da XPTO, e sabe que tal atividade só será possível através de mais investimentos. A operação exigirá um volume maior de capital para sustentar seus planos, neste momento, surgem duas alternativas, financiamento por capital próprio e por meio de terceiros. Para não estender ainda mais o texto, ambas serão descritas bem resumida.
6º Movimentação:
Financiar os investimentos por Capital Próprio ou Capital de Terceiros?
O capital próprio é a maior taxa de remuneração que o empresário lida. A explicação para esta afirmação é que, ao injetar capital próprio na companhia, o empresário assume sozinho os riscos do negócio, por isso, o custo do seu dinheiro será sempre maior do que o de terceiros.
Ao optar pelo financiamento bancário, a companhia se compromete em remunerar o capital emprestado a uma taxa determinada em contrato, por um custo menor, uma vez que o banco não assume os riscos da operação sozinho, e sim, divide está situação com o empresário.
Para tomar está decisão, é importante o empresário ter certeza que os investimentos serão suficientes para pagar o custo financeiro do financiamento, e gerar receita para a companhia, para que a movimentação do capital, não prejudique a empresa.
Pode-se dizer que, o movimento no balanço das empresas é um bom indicador de geração ou destruição de valor para uma empresa, desde que sejam administrados de forma responsável e consciente da companhia, caso contrário, a empresa irá inverter o ciclo de positivo para negativo, até a sua possível falência.
Autor: Luiz Felipe Bezerra da Silva
Analyst of M&A and Valuation
7 aAngela Menezes, MSc., Jerry Kato, Jeniffer Callou, Walter Franco Lopes da Silva, Lucas de Brito Rocha, Paulo Azevedo. Espero que gostem do texto.