O navio de Teseu e a gestão de mudança.

Se a mudança não fosse necessária, nós ainda estaríamos sendo nômades caçadores-coletores vivendo em bandos pela sobrevivência diária. Porém em 66 d.C., Plutarco, o pensador grego, questionou de maneira impar nossa essencial competência sobre gestão de mudança. Plutarco analisou se um navio que demora 50 anos para realizar uma viagem com Atenienses para serem sacrificados por Minotauro, e durante todo esse percurso, todas as suas peças serem trocadas, quando chegar em seu ponto final, ainda teríamos o mesmo barco que saiu de Atenas? 

Uma empresa precisa passar por esse ponto em diversos momentos da sua vida. Mas realizar essa mudança muitas vezes, como uma tentativa de sobrevivência, gera desconforto na organização e causa queda de produtividade. Nós, que estrategicamente lidamos com essa mudança, precisamos compreender e ouvir quais são as dores dos afetados para só assim, criar empatia para transmitir a mudança de forma clara e transparente. Conduzir essas conversas é relembrar do navio de Teseu, que não importa quais mudanças serão necessárias para continuar no curso do navio, os valores e princípios da empresa ainda serão mantidos para sustentar essa viagem até o fim.

Nesse mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo (do acrônimo inglês VUCA), cunhado precisamente em 1987, devemos, em todas as oportunidades, sermos o vetor dessa mudança comportamental e abrir a mente dos envolvidos para ter conhecimento sobre a função da sua empresa no mundo. Não importa se seu impacto é municipal, nacional, ou até interplanetário, como a Virgin quer ser tornar, nós fazemos parte de um engrenagem bem maior de produção e consumo que altera toda uma cadeia. Conhecer seus mercados, encontrar suas oportunidades é uma demonstração de grande competência em observar a mudança e buscar atalhos para o crescimento sustentável da sua empresa. 

Entender esse contexto para liderar equipes e gerir operações, é aprender quais são os pontos que precisam ser sustentado, como na troca de peças do navio, e manter eles para chegar ao final com a mesma essência da partida. A mudança é sempre um paradoxo complexo em todas organizações, contar com profissionais com alto nível de empatia pelo próximo é uma maneira menos tempestiva para solucionar os problemas na gestão da mudança.