O novo papel da Comunicação Interna frente à uma sociedade “infoxicada” e ao mesmo tempo sedenta por informação
Frente a uma sociedade sedenta por informação, perdida em meio a tanta desinformação, “infoxicada” e sem tempo ou psicológico para separar o joio do trigo, qual é o papel da comunicação que vem de dentro das nossas empresas?
Estamos na vida das pessoas por 8, 9, 10 horas diárias ou mais. Em uma conta rápida, contabilizando a rotina de casa, do corpo, descanso, aprendizado e lazer, muitas vezes não sobra tempo para a informação de qualidade, porque agora, além de consumir, temos que filtrar e bem filtrado.
O que percebo é que a Comunicação Interna vem ultrapassando as regras da comunicação institucional, por vezes trabalhista e um pouco publicitária – muito apoiada na bengala dos benefícios -, para assumir um papel de jornalista, de apuração e divulgação de verdades. Somos agora responsáveis por educar, prevenir, alertar, conscientizar e tantas outras coisas que sobra pauta e falta canal.
Aos poucos as nossas agendas estão tomando um novo corpo e estamos percebendo outras necessidades que, cá entre nós, já deveriam existir, mas estávamos muito focados em nossa própria pauta (cabe um mea-culpa aqui).
Vamos lá, não adianta pedir para que fiquem em casa, adotar Home Office, se as pessoas não entendem o isolamento social para achatar a curva da pandemia, por exemplo. Não adianta ensinar a lavar as mãos se a importância dessa ação na contingência da transmissão do vírus não é compreendida. Temos que ir além, é hora de humanizar e otimizar nossa comunicação. Aproveitar este espaço para difundir uma base.
Mas essa base de informação exigida pela sociedade não seria a tarefa de casa de cada um? Ou, quem sabe, papel da mídia? Até pode ser, mas vejam nosso poder. Estamos na vida das pessoas por 8, 9, 10 horas diárias ou mais. Estamos com o canal aberto nas horas de mais foco e entrega de cada um. Na briga por atenção, temos uma chance de valor inestimável de estar presente e levar conteúdo. Mais do que uma oportunidade das boas, temos o compromisso de levar algo que agregue mais do que “como é bom trabalhar aqui”, algo além de “seja mais produtivo” e que possa agregar na vida pessoal e profissional de cada um.
Esse contato diário e por longas horas com nosso colaborador nos torna uma das fontes mais importantes de informação para ele, mas será que nos enxergamos assim? Será que compreendemos e sabemos aproveitar nossa posição presente, não somente na empresa, mas na construção de uma sociedade melhor informada e pronta para o enfrentamento?
Outro questionamento que deve estar no radar é: será que nosso colaborador nos vê como essa fonte legítima de informação? É importante que eles percebam a força deste canal e a vantagem em ter à disposição um time de profissionais filtrando e trabalhando as informações para consumo, caso contrário, toda essa estratégia não se faz eficaz.
Nosso papel mudou, ganhou mais corpo, novas perspectivas e uma função muito mais estratégica do que antes. Para os que souberem aproveitar, fica claro que não há mais uma comunicação interna separada do endomarketing ou do jornalismo. O que existe é uma comunicação integrada – uma visão holística, que entende que o mercado não é feito de recurso, é feito de pessoas, e, sem dúvidas, pessoas bem informadas rendem mais, temem menos e colaboram.
Camila Matta
Gestão de Comunicação Integrada, Gerenciamento de Crise e Reputação, PR, Estratégias de Marketing Digital.
4 aCá, parei para ler agora. Teremos comunicadores e formas de comunicar antes e pós Covid. Creio que essa pandemia vai mudar a forma com que as organizações verão a comunicação. Ela não só nao será mais corajosa, como mais estratégica e mais humana. Um salto pra nós repensarmos o que iremos propor e como influenciar quem está ao nosso redor. Great, Camis! Estamos juntas nessa jornada
Advogada e Comunicadora | Especialista em Employer Branding | EVP | Gestão de Pessoas | Desenvolvimento Humano e Organizacional
4 aExcelente artigo, Camila Matta! Você sintetizou perfeitamente: "(...) é hora de humanizar e otimizar nossa comunicação (...)". Obrigada por suscitar tantas reflexões!
Gerente Nacional de Vendas | Gerente Regional | Gerente Comercial | Gerente Regional de Vendas | Centro Oeste / Norte
4 aLady Jane Ferreira