O otimismo das feiras de verão abrem a safra 2018
Showrural Coopavel em Cascavel abre a temporada do agronegócio brasileiro (Foto: acervo pessoal)

O otimismo das feiras de verão abrem a safra 2018

As feiras agrícolas de verão são as minhas preferidas. Especialmente as duas promovidas por cooperativas: a Showrural Coopavel, em Cascavel (PR), em fevereiro; e a Expodireto da Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), no começo de março.

À parte a organização impecável dessas duas feiras, com quase 100% das suas ruas pavimentadas, ajardinadas, banheiros limpos e refeitórios confiáveis, as duas feiras representam o começo do ano para o agronegócio, com uma lufada de otimismo, renovação dos negócios e de esperanças.

Ninguém passa incólume pelo ambiente auspicioso da Coopavel e da Expodireto. Parece que estamos em outro país é uma máxima incansável para qualificar as duas exposições e as suas cidades-sede.

De fato, estamos em um outro Brasil.

Em que pese, as duas imensas bandeiras verde-amarelas para lembrar que estamos em território nacional, as duas feiras e as duas regiões agrícolas em voga esbanjam em riqueza, segurança institucional e qualidade de vida.

Riqueza, sim. A riqueza que vem do campo. Da soja, do milho, do sorgo, da pecuária e de toda a sorte de alimentos produzidos por homens e mulheres bem nutridos, saudáveis, educados e com auto-estima.

Em Cascavel, num exagero de imaginação, consigo ver a soja na composição da argamassa do concreto dos prédios novos que brotam todos os anos em que eu frequento essa cidade. Conheço o sudoeste do Paraná há mais de 20 anos e testemunhei o crescimento das cooperativas, o surgimento da agro-indústria, o nascimento de universidades, a expansão das cidades e o seu desenvolvimento econômico e social.

Em Não-Me-Toque (nome de cidade sui generis) se enxerga, de fato, os campos de soja começando ou terminando no final das ruas e avenidas da cidade. Literalmente, a paisagem da soja e do milho compõe o visual lúdico e real dessas duas cidades e de todas as outras que fazem parte dessas importantes regiões agrícolas do Brasil.

Não por acaso, toda uma indústria dedicada ao agronegócio despontou ao redor dessas cidades, bem como acontece em quase todo o interior do país onde implantou-se a cultura da produção agrícola. É irrefutável que o desenvolvimento do Brasil passa por esse setor.

Assim como o crescimento demográfico brasileiro irá inverter a lógica e começará a caminhar do litoral para o interior nas próximas décadas, até porque as grandes capitais brasileiras já dão sinais inequívocos de esgotamento em todos os sentidos.

Pena que o desenvolvimento da infraestrutura nacional não acompanhe o compasso do agronegócio. Via de regra, para chegar nessas feiras maravilhas do Sul, passa-se pelo congestionamento de estradas de mão-única, com poucos acessos e estacionamentos precários.

Faltam estradas de mão-dupla, viadutos em pontos estratégicos, trevos e vias melhor sinalizadas. Sem contar da carência de opções de transporte público ligando os recintos das feiras com os centros urbanos próximos, rodoviárias e outras estações de transporte público.

Isso sem contar as questões de sobrecarga de energia elétrica e das redes de telecomunicações, que deixa a internet oscilante ou inexistente em alguns pontos dessas regiões rurais e cidades do interior. Isso, em tempos de agricultura 4.0, com a chegada do big data ao campo.

Fico imaginando como seria Cascavel, Não-Me-Toque e todo o interior do Brasil se vencêssemos nossas barreiras de infraestrutura. Acredito que aquela frase da letra da música ufanista dos anos 1970 se tornaria fato: "ninguém segura a juventude do Brasil"!

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