O poder desperdiçado das áreas operacionais

O poder desperdiçado das áreas operacionais

Muitos talentos não querem ficar nas áreas operacionais pela percepção de baixa visibilidade deste setor. Que tal discutirmos um pouco pontos importantes para a conversão deste mito em oportunidade de crescimento para sua empresa?

 

Se você pudesse escolher agora o cargo que quisesse dentro de sua empresa, por qual você optaria?

 

Perguntando isso a líderes nas conversas, palestras e eventos que faço, não me surpreende que a grande maioria almeja os cargos maiores como CEO, COO, CFO, Diretores etc.

 

Pouquíssimos citam cargos de gestão ou especialistas dentro das áreas operacionais.

 

E por que isso acontece?

 

Aprofundando nas pesquisas qualitativas de cada uma dessa interações, pude constatar alguns fatos que aqui compartilho para nossa discussão e aprendizado conjunto.

 

1 – O mito dos cargos estratégicos

 

Altas posições hierárquicas dentro das empresas são importantes, mas nada diferente das funções operacionais necessárias para que ela possa produzir e sobreviver.

 

Mas a glamourização das funções chamadas estratégica (Alta Liderança), acaba por incentivar que vários ótimos profissionais queiram estar nessas posições para serem mais reconhecidos.

 

Quer ver um exemplo disso?

 

Muitas empresas destacam a função de um Gerente Corporativo, como estratégico, mas está perdendo o jogo por falta de especialista em cargos altamente técnicos ou gestores de frente de fábrica que saibam conduzir as equipes para resultados.

 

Mas como estes segundos não são considerados estratégicos, vários talentos são perdidos por não haver uma política de valorização e retenção deste grupo.

 

Ressalto que aqui não é uma crítica às funções de alto nível hierárquico e corporativas das empresas (que inclusive já estive), mas um alerta da criação de um mito que fará com que pessoas que poderiam ir muito bem em funções operacionais, inclusive sendo muito bem remuneradas, queiram deixar essas funções para ir para algo mais “estratégico”.

 

2 – O mito de que uma função corporativa trabalha menos e ganha mais

Trabalhei vários anos em áreas operacionais e vários outros em funções corporativas. E trabalho é trabalho em qualquer lugar. Todos trabalham muito.

 

Mas cria-se um mito dentro da área operacional que a turma do corporativo trabalha menos, o que não é uma verdade.

 

No entanto, a turma do corporativo, por muitas vezes, não tenta desconstruir essa imagem e por outro lado até fomenta para parecer ser mais importante e “estratégico” do que um gestor operacional.

 

E por fim, as duas partes perdem pela manutenção deste mito.

  

3 – Dificuldade de mostrar o valor das áreas operacionais

 

Grande parte dos gestores operacionais são líderes técnicos que ascenderam na empresa mediante suas entregas técnicas destacadas.

 

E quando assumem uma posição de gestor, por mais que tenham conhecimento técnicos profundos, lhes faltam conteúdos extremamente necessários para demonstrar e defender a necessidade de valorização de suas áreas.

 

Aqui listo alguns dos vários desenvolvimentos que podem ser oferecidos pela empresa para que este líder consiga gerar e mostrar maior valor de suas áreas:

 

- Conhecimento profundo de pessoas. Principalmente técnicas de engajamento.

- Aplicação de métodos para soluções de problemas.

- Aprendizados de posicionamento, comunicação, vendas e marketing.

 

Os 2 primeiros tópicos sei que muitas empresas já trabalham com seus líderes de frente de equipes.

 

Mas o último, uma pequena minoria o faz. Inclusive, grande parte das empresas ignoram este tipo de desenvolvimento para o líderes.

 

E talvez seja aí o campo que mais me fez avançar dentro das áreas operacionais, inclusive influenciando vários outras profissionais a gostarem muito e se sentirem valorizados em suas áreas.

 

Saber se posicionar, posicionar sua marca, posicionar sua área é fundamental para que você não fique para trás nas difíceis decisões orçamentárias e de investimento da empresa.

 

Comunicar com clareza, desenvolvendo um repertório amplo que envolva as equipes e saber explanar quais são os problemas e como estes serão solucionados faz do gestor de frente de equipe um gigante, trazendo ótimos resultados para o todo.

 

Venda e marketing são um caso à parte. Pois grande parte dos gestores de linha de frente acham que não precisam fazer isso.

 

Sem perceber que o tempo todo precisam vender seus projetos, suas ideias, suas propostas, visto que o orçamento da empresa vai para aquele que consegue vender melhor como vai fazer o resultado acontecer, ignoram o que poderia ser um diferencial para a gestão.

 

Assim como o marketing é visto de forma totalmente errônea, sendo considerada algo como coisa de marketeiro. Mas não é.

 

O marketing é uma técnica fundamental para aumentar a qualidade do serviço (Produto), dentro de uma área ou empresa (Praça), com valores adequados ao orçamento da empresa (Preço), com apresentações e alinhamento da cultura que faça todos acreditarem ser possível (Promoção).

 

A discussão sobre este tema é muito mais ampla, mas queria deixar estes 3 fatores e as propostas aqui dadas para a reflexão de cada líder que aqui lê para identificar oportunidades que possam ser alcançadas trabalhando melhor a questão de valor das áreas operacionais.

 

Hoje trabalho com mentoria para vários líderes e especialistas, de diferentes empresas do Brasil, o quais mostro como é possível valorizar e ser valorizado dentro de uma área operacional utilizando as técnicas ideais para a geração deste valor.

 

Se você leu até aqui é porque você tem interesse e pode, de verdade, contribuir com este tema.

 

Deixe sua opinião para nossa construção coletiva nos comentários.

 

Será um prazer ter sua contribuição para que possamos desenvolver uma melhor percepção de valor para as áreas operacionais.

 

Tenha uma ótima semana e boravencer!!!

Vicente Santos

Profissional técnico({Melhoria Continua})

1 a

Enfatizo e reforço que vivenciei esta realidade, ótimos profissionais, que se identificam com a área que atuam, e naturalmente se especializavam, por estar em sintonia, todos os desafios do setor se tornavam incentivo ao aprimoramento do conhecimento e do desenvolvimento continuo. Este mito de "cargo importante"; sem a intenção de reduzir a importância de determinados cargos; reduz a importância de cargos operacionais, quase a insignificância; lembrando que quem está mais próximo do cliente é quem está no chão de fabrica.

Fabrício Lucena

Pai do Arthur e do Breno | Gestão de Equipe | Gestão de Riscos | Pós graduado em Beneficiamento Mineral, Negócios, Educação Executiva & Produção | Engenheiro de Segurança do Trabalho & Engenheiro Químico | PCD

1 a

Excelente Kleuber Silva!

Daniele Ferreira

Supervisora de EHS | Coordenadora de EHS | Gerente de EHS | Docente em Cursos de Pós Graduação

1 a

Fantástica essa reflexão, Kleuber Silva!

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