O problema do Brasil não está em Brasília, está nos brasileiros

O problema do Brasil não está em Brasília, está nos brasileiros

A coisa mais fácil do mundo é falar mal dos outros, dos políticos brasileiros já virou preferência nacional, não que eles não mereçam, mas como disse o filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821): “cada povo tem o governo que merece”.

Evidente que todos irão concordar com o francês, mas claro, olhando o povo como se dele você não pertencesse, afinal, você nunca aproveitou para pegar uma carga que caiu de um caminhão acidentado, jamais furou uma fila fingindo-se de esperto e claro jamais ficou com o troco errado devolvido pelo caixa do mercado.

Os problemas não param por aí, o brasileiro quer ir para o céu, mas não quer morrer, quer um diploma universitário, mas não quer aprender, tem direito de invadir prédios públicos para transforma-lo em moradia, porque acredita que o governo é uma entidade parecida com Deus que tudo pode e tudo tem, e você como filho de Deus é brasileiro, pode tudo.

Elogiamos os japoneses pela limpeza que deixaram nos estádios depois dos jogos do Japão na copa do mundo, mas sem cerimônia, joga qualquer coisa pela janela do carro e culpa o prefeito de não ter limpado os bueiros em dia de enchente.

Achamos um absurdo o assédio às mulheres nos vagões dos trens do Metro e ônibus,  culpamos os governos pela falta de segurança nos transportes públicos, porém, se agíssemos como se essas mulheres assediadas fossem nossas mães, mulheres ou filhas, dificilmente esses casos de assédio aconteceriam.

Somos o país do futebol, mas só podemos assisti-lo pela televisão, pois é mais seguro atravessar uma rua na Síria, do que sair vivo de um clássico em qualquer estádio brasileiro.

Fazemos bravatas sobre a corrupção nas empresas estatais, mas somos os primeiros a oferecer propina, para o comprador de qualquer empresa privada para dar preferência para os nossos produtos.

Enquanto nós todos tivermos a concepção que cargo público é o caminho mais fácil para enriquecer, não adianta trocar todos os políticos, porque até o mais honesto brasileiro, irá se contaminar ao se deparar com a infindável quantidade de ofertas de “presentes” oferecidos por todos que o cercam.

A mudança é difícil e só irá começar a acontecer de dentro das famílias para fora, conceitos básicos, como valores, respeito, honestidade voltarem a ter mais peso do que o dinheiro pelo dinheiro, hoje o culto as pessoas com dinheiro, seja lá como foi conseguido, é mais importante do que o próprio valor familiar.

Contaminamos tanto o conceito de ter dinheiro, que hoje cultuamos os políticos desonestos e repugnamos as pessoas que enriqueceram de forma lícita, como ser político rico é sinal de esperteza e empresário rico é sinônimo de explorador do trabalhador. 

Enquanto pensarmos no individual em detrimento do coletivo, continuaremos a ser um grupo de pessoas sem identidade a mercê dos salvadores da pátria de plantão, que venham as próximas eleições.

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